Ônus da prova

Estamos em plena controvérsia sobre os habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, aqueles sobre os quais o senador Sérgio Moro disse que nada falou, muito menos pensou e se com eles chegou a sonhar eram habeas sem corpus. A inteligência do ex juiz da Lava Jato faz voos que dariam inveja a Martin Heidegger, o filósofo que afirmou não entender seu, dele, pensamento; também não entendi, mas tenho a atenuante de ser burro.

Surge agora a polêmica do habeas mobilis, os móveis que Janja disse não ter encontrado no Alvorada e que teriam sido levados na mão grande por Micheque. Demorou uma perigosa e sintomática semana para vir a resposta da ex-dama para a atual dama – que promete lances nada elevados. Micheque afirma que os móveis são de sua família, vindos por empréstimo da residência no Rio de Janeiro. Melhor ficar fora, por enquanto.

Interessa aqui o dado que revela a importância de conhecer a História. Como a ignorância é o grande patrimônio dos Bolsonaro, não custa lembrar. Quando se preparava para mudar para a residência oficial de governador de Minas, a primeira dama Risoleta Neves quis decorar a casa com quadros do acervo da família. Tancredo Neves, o marido, vetou: “ninguém vai ver a entrada dos quadros, mas todos verão sua saída”.

Ninguém viu a entrada dos cacarecos dos Bolsonaro no Alvorada e todos assistiram à sua saída. Diria o ministro Alexandre de Moraes que com os Bolsonaro inverte-se o ônus da prova. Micheque tem que mostrar a cama nupcial e o sofá do genocídio, vindos da residência carioca. O choro de Micheque cede ao ataque de Janja. Pelo sim e pelo também, melhor apostar em Janja.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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