No mesmo dia o deputado Flávio Bolsonaro teve depositados R$ 96 mil em sua conta bancária. O peculiar da operação: foram 48 depósitos de R$ 2 mil cada, em dinheiro, feitos no caixa automático, nos envelopes especiais. Outra peculiaridade: os depósitos ocorreram a pequenos intervalos, o suficiente para encerrar uma operação e iniciar outra.
O prático e racional seria depositar os R$ 96 mil em operação única. Havendo receio de segurança, o depositante poderia fazê-lo via cheque ou direto no caixa interno da agência. A explicação do deputado não faz honra aos votos recebidos nos mandatos para a assembleia legislativa do Rio e para o Senado: a agência bancária ficava longe de seu gabinete.
Só isso. Não vale a pena desconstruir a versão. Se existem, como na constituição dos EUA, as “verdades evidentes por si mesmas”, esta dos depósitos é a “estupidez evidente por si mesma”. De uma infantilidade que não é tocante porque deriva para o deboche e o cinismo. Fernando Collor caiu pelo Fiat Elba mal explicado. Como será agora?