Outro Fiat Elba

No mesmo dia o deputado Flávio Bolsonaro teve depositados R$ 96 mil em sua conta bancária. O peculiar da operação: foram 48 depósitos de R$ 2 mil cada, em dinheiro, feitos no caixa automático, nos envelopes especiais. Outra peculiaridade: os depósitos ocorreram a pequenos intervalos, o suficiente para encerrar uma operação e iniciar outra.

O prático e racional seria depositar os R$ 96 mil em operação única. Havendo receio de segurança, o depositante poderia fazê-lo via cheque ou direto no caixa interno da agência. A explicação do deputado não faz honra aos votos recebidos nos mandatos para a assembleia legislativa do Rio e para o Senado: a agência bancária ficava longe de seu gabinete.

Só isso. Não vale a pena desconstruir a versão. Se existem, como na constituição dos EUA, as “verdades evidentes por si mesmas”, esta dos depósitos é a “estupidez evidente por si mesma”. De uma infantilidade que não é tocante porque deriva para o deboche e o cinismo. Fernando Collor caiu pelo Fiat Elba mal explicado. Como será agora?

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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