Padrelladas

João, Maria, a paixão e a casa do Vampiro

Carcomido de paixão, João que sou, procuro pela Maria inventada pelo Dalton. Eram tantas as Marias, eram tantos os Joãos, e nas vontades havia muito mais sins do que nãos. Passo sempre pela casa onde o vampiro morava. Passo passo-a-passo; não quero acordar Maria que sonha com João. A casa continua sempre igual como sempre foi – um deserto dos tártaros.

Converso com o muro com a linguagem invisível. Digo que interceda por João que morre de amor por Maria. Não somos todos joãos? E o muro, com voz de pedra, imita o corvo de Poe: nunca mais.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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