Ruy Castro – Aos olhos de Ivan

Ivan Lessa. Foto Agência Estado

Rio de Janeiro – Ivan Lessa temia que, quando morresse, algum cartunista iria desenhá-lo de camisola e asinha, encontrando-se com um colega também recém-morto, os dois flutuando sobre uma nuvem. Achava isso de uma total falta de imaginação. Sábado último, quando veio a notícia de sua morte, já antevi o cartum: Ivan sendo recebido numa nuvem por Millôr Fernandes, ambos de anjinhos. Mas o cartum não aconteceu -o horário de fechamento dos jornais nos fins de semana o salvou do lugar-comum.

Leio na internet mensagens acusando-o de abandonar o Brasil, de não ter ficado para “resistir” e de dedicar os últimos 34 anos a falar mal do país à distância. Viva a ignorância. Ivan passou no Brasil os piores anos da ditadura, que foram os da década de 70, e num dos lugares mais expostos: as páginas do “Pasquim”, o maior alvo da censura.

Ali ele criou o humor mais violento que o país já viu, e que só escapava à Pilot pela burrice dos censores. “Amar é… ser o primeiro a reconhecer o marido no Instituto Médico Legal”, escreveu. Ou: “Vomitar, no Nordeste, é sinal de status”. Ou: “O brasileiro é um povo com os pés no chão. E as mãos também”. E só em 1978, quando a abertura era uma realidade, Ivan partiu para Londres, na contramão dos exilados que chegavam.

Partiu só fisicamente, porque continuou atento e irritado com tudo que acontecia por aqui. Era um Paulo Francis de pavio curto. Mas, ao contrário de Francis, era um escravo do rigor, da data certa, da informação exata.

O Brasil desumano que passava aos olhos de Ivan tinha de disputar espaço com o Rio de 1949 a 1964 que vivia em sua memória, do qual ele se lembrava de todos os endereços, números de telefone, firmas comerciais, marcas de produtos, linhas de bonde, letras de músicas, times de futebol, enfim, do lixo que faz a vida valer a pena. Folha de S.Paulo|13/06/2012.

Aqui.

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Tchans!

Abbey Clancy. TaxiDriver

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Museu Oscar Niemeyer

Prorrogada exposição “1911-2011 Arte brasileira e depois, na Coleção Itaú”. Nelson Leirner/Série Clonagem

Mostra que revela 100 anos de Arte Brasileira fica em cartaz até o dia 19 de agosto no Museu Oscar Niemeyer

A exposição “1911-2011 Arte brasileira e depois, na Coleção Itaú” foi prorrogada até dia 19 de agosto, no Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra pontua 100 anos de arte brasileira, reunindo 177 obras, do quadro “A Pequena Aldeã”, de Lasar Segall, da primeira década do século 20, à instalação interativa “[Op_Era] Haptic Interface”, realizada por Rejane Cantoni e Daniela Kutschat, no começo do século 21.

Em “1911-2011 Arte brasileira e depois, na Coleção Itaú”, há desde obras bidimensionais, tridimensionais, vídeos, holografia, videoinstalação e instalação digital. O curador da exposição, Teixeira Coelho, afirma que a mostra se faz por meio de seis módulos que, juntos, contemplam os instantes fundacionais e de afirmação da arte brasileira.

Serviço: 1911-2011 Arte brasileira e depois, na Coleção Itaú Museu Oscar Niemeyer. Até dia 19 de agosto de 2012. Horário: terça a domingo, das 10h às 18h. Preços: R$4 e R$2 (meia-entrada para professores e estudantes com identificação). Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico. Curitiba/PR

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Mural da História

17 de outubro, 2008

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Cena HQ Brasil

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Fotografia

Fotos inéditas de Vladimir Kozàk em exposição no Memorial de Curitiba

Fotos inéditas do documentarista Vladimir Kozàk, que por meio da fotografia e da cinematografia tornou-se um dos nomes mais importantes para o conhecimento da etnografia do índio do Brasil, estão em exposição no mezanino do Memorial de Curitiba. A mostra, que permanece aberta ao público até o dia 15 de julho, foi organizada pelo fotógrafo, psicanalista e pesquisador Paulo Soares Koehler.

Para a exposição, efetivada por meio da Lei de Incentivo à Cultura de Curitiba, Koehler selecionou 14 negativos que retratam aspectos da colônia alemã de Witmarsum (Palmeira – PR), e 16 negativos referentes a fotos de casamento realizado na colonia italiana de Santa Felicidade, em Curitiba, eventos captados na década de 1960. As obras integram o material doado para o Museu Paranaense, responsável pela proteção do acervo de Kozàk – constituído por mais de 20 mil registros, entre fotografias, filmes cinematográficos, desenhos, pinturas e objetos etnográficos –, em razão de o documentarista, falecido em 1979, não ter deixado herdeiros.

Os negativos foram restaurados, digitalizados e impressos na técnica de jato de tinta fine art, certificada para longa duração, em papel Hahnemuhle 308. “Com esta iniciativa, pretendemos resgatar uma amostra da obra fotográfica de Kozàk, pois seus registros fotográficos eram originalmente feitos para ilustrar trabalhos próprios ou de terceiros. Tais registros  requeriam a seleção de poucas impressões, mantendo a maioria de suas fotos sem revelação”, explica Koehler.

Com a divulgação desse acervo de imagens em forma de negativos, Koehler contribui para que a obra de Kozàk torne-se conhecida do público, além de ser fonte de pesquisa para cineastas, antropólogos, geógrafos, biólogos e historiadores.

O documentarista – Vladimir Kozàk nasceu em 19 de abril de 1897, na Tchecoslováquia.  Formado em eletrotécnica, produziu obras em desenho e pintura , mas foi na fotografia e cinematografia que desenvolveu seus melhores trabalhos. Veio residir no Brasil em 1924, fixando-se no Paraná em 1938. Em 1947, passou a ser colaborador voluntário do Museu Paranaense, e, como diretor da seção de Cinema Educativo, realizou viagens ao litoral e interior do Paraná para fotografar e realizar filmagems em preto e branco.

Nos anos 1950 e 1960, aposentado e contratado como técnico em fotocinematografia pela Universidade Federal do Paraná, viajou ao Mato Grosso, Goiás e Maranhão, produzindo registros em desenho, pintura, fotografia e cinematografia. Ainda na universidade, colaborou com trabalhos de fimagens e fotografias ao lado dos professores Loureiro Fernandes e Igor Shimit, do Departamento de Antropologia, e Altiva Pilati, do Departamento de História. Também trabalhou com o professor Oldemar Blasi, no Museu Paranaense. Kozàk morreu em 3 de janeiro de 1979, em Curitiba, reconhecido como um dos mais notáveis documentaristas da etnografia brasileira.

Serviço: Exposição “Fotos Inéditas de Vladimir Kozàk”, organizada por Paulo Soares Koehler. Local: Mezanino do Memorial de Curitiba (Rua Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico). Data: até o dia 15 de julho de 2012. Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 15h. Entrada franca Agendamento para visitas monitoradas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, pelo telefone (41) 3321-3328.

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Oremos

Foto de Roberto José da Silva

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Leia Solda pra lembrar da alma

Foto de Orlando Pedroso, el Flintstone

Entre um e outro e-mail vindo de outra galáxia, alguma coisa me lembrou daquele tempo. Tempo em que um sujeito que escrevia versos encontrava o tipo que fazia música e uma canção saía cantando pela cidade. Em que o cara que conhecia tipologia e ilustração pegava um texto qualquer da mão do camarada que escrevia e o transformava em alguma coisa. E o índio velho quando queria fazer uma peça logo reunia a caboclada que tinha um texto, uma luz, um som, uma cenografia, um figurino, um gesto. Se a memória não me falha, era um tempo de encontro entre as diferentes figuras que faziam essas coisas. E me lembro vagamente de que os jornais publicavam, as galerias expunham, havia temporadas em teatros, a televisão filmava e, no final, todo mundo tocava e cantava junto.

O resto você sabe: todo mundo foi esmerilhar a alma e virar especialista. O tempo encurtou, tudo ficou difícil, a galera deixou de besteira e foi cuidar da vida. Encontros? Só via fax, telefone, internet, velório.

Não sei se aquele tempo era melhor ou pior. Afinal, dá pra perder tempo sentindo falta daqueles palhaços? O que eu sei é que o Solda, com certeza, continuou se encontrando, como antigamente. Pois ele era, ao mesmo tempo, o cara do texto, o sujeito do desenho, o cara da música, o índio velho e a caboclada do teatro.

E você, leitor, está convidado a deixar de remoer o passado e vir de encontro ao texto pateticamente engraçado e poeticamente poderoso do Solda, cujo poder de atração, capaz de reunir tantas coisas, fatos e pessoas está à sua disposição, fora do tempo, e-mail que cai do céu. Coisa do coração. Coisa de alma pra alma. Esse tipo de coisa que coisa nenhuma pode afastar de nós. Lembra?

Roberto Prado (primavera, 2001)

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Dibujo

Desenho de Orlando Pedroso

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Álbum

Foto de Patricia Basquiat

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Tulipas Negras: vazou

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Bah!

Foto de Mizquissi

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Nofa!

Aly Michalka. TaxiDriver

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Solda Krawstico

Nego Miranda e Marcelo de Angelis, na exposição A eterna solidão do Vampiro. Foto de Kraw Penas

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Laura, antes da catapora

Foto de Roberto José da Silva

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