Achtung!

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Potoqueiro ambulante

Lula garante que Vladimir Putin não será preso caso venha em 2024 para a reunião do G20. Poderoso – e garganta – nosso presidente. Lá o Brasil tem cacife para prender chefe de Estado, inda mais ditador com arsenal nuclear? E Lula tem lá cacife de sozinho mandar cumprir ordem de prisão do tribunal da ONU? Não sei o que ele e Janja bebem na Índia. Deve ser água muito ardente, coisa forte, porque nesta viagem Janja postou – e despostou depois de confrontada com a tragédia gaúcha – que na Índia sente “vontade de dançar”. Quem gostava de dançar era Micheque, sua antecessora, como naquele fuzuê desvairado e vulgar quando celebrou a nomeação de André Mendonça, seu afilhado, para o STF.

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Traje casual

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Lá…

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Moças Finas – 2006

Sabe esses desenhos de guardanapo? Então, este livro é meio isso. Ou é como um flog onde você posta umas coisas que vai fazendo assim ao acaso. Ilustra­dor profissional desde 79, produzo bas­tante mas rabisco muito mais e este livro foi feito rabiscando direto, sem esboços, sem retoques. Nem silicone nem photoshop. Apenas moças. Moças normais. Tá, tá certo. Tem uma ou outra bizarrice mas o bizarro hoje é tão normal. E tudo começou no blog do Solda, o grande responsável por esta produção depois das próprias moças, claro. Primeiro fiz uma, depois mais outra, mais quatro ou cinco de uma vez até que num determi­nado momento me senti no ginásio ro­deado de moleques cheios de espinhas na cara e pelos nas mãos que pediam para eu desenhar mais uma gostosa. Orlando Pedroso

Para quieta aí, pentelha,

Pra eu poder te desenhar,
Eu sou a tua pinça, mina,
Cheguei pra te depilar.

Te penteio com o meu pente, nega,
Te pinto com minha broxa, grenha,
Despenteio a tua tocha cheia,
Faço o teu pelo desenrolar.

Pelo sim e pelo não,
Não me faz embaraçar,
Que eu te descabelo toda, mola,
Pena e pluma a deslizar.

Me revolto e te revolvo,
Minha garofina fina,
Faço de você boneca,
Cabeluda colombina.

Mexe-mexe as madeixas,
Mata densa emaranhada,
Mete isso na cabeça,
Mecha luz enraizada.

O meu pente banguela,
Todos os dentes perdeu,
A tua crina, megera,
Minha palma amoleceu.

Fica paradinha aí,
Que eu quero só te espiar,
Faz de mim o teu reflexo,
Tua imagem a me mirar.

Barbara Gancia, 48, é colunista da Folha de S. Paulo e da BandNews FM  e apresentadora do Bandsports. Ela se depila com uma receita caseira  de açúcar queimado.

Orlando pediu segredo enquanto preparava este livro. Então, secretamente, lá vai: eu tenho um blog: Cartunista Soldagrande novidade, quem ainda não tem um? — com uma seção chamada Mata Atlântica, onde posto fotos de mulheres com os pentelhos inteirinhos, isto é,  os pelos pubianos sem depilar. Mata Atlântica é oxigênio! E não me chamem de saudosista! Um dia, Orlando mandou um desenho sobre o assunto, relacionando os pelos de baixo com os de cima, ou seja, o penteado com os pentelhinhos. E diariamente mandava aquelas maravilhas que só ele, ilustrador de mão cheia, sabe fazer. E fomos publicando, e os internautas se deliciando com as gurias.

Uma manhã ele mandou um e-mail com os desenhos, chamando-os de Moças Finas. Taí: adotei na hora o nome, que não substituiu a Mata Atlântica, mas acres­centou um espaço dedicado só ao Orlando, El Pedroso. As Moças Finas do meu blog são do coração e da prancheta do Orla.

Orlando é meu amigo desde a década de 80, por tabela, pois ilustrava a coluna que Paulo Leminski — putz, estou destinado a falar sobre o Polaco pelo resto da minha vida! — meu companheiro de trabalho e de mesa de bar, publicava no caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo.

Depois o conheci pessoalmente em Teresina, no Salão de Humor do Piauí, ambos suados, quase desidratando e Orlando com sua maquininha digital que só foto­grafa desenhistas. Temos uma mania: trocamos e-mails monossilábicos e também conversamos as­sim. E nos entendemos perfeitamente. E, parece pacto, só nos encontramos em Salões de Humor. Mas quando eu for a São Paulo, vou visitar o seu estúdio mági­co, de onde saem as maravilhas que vocês vêem impressas em revistas e jornais do Brasil inteiro. Creio que ele é capaz até de, ao me atender, ser gentil e me convidar pra entrar. E quando ele vier a Curitiba, repetirei o gesto.

Mas não contem isso que eu escrevi pra ninguém: continua em segredo a pedido do Orlando, El Pedroso, até que este livro seja publicado. Solda — o monge do Bacacheri (bairro curitibano).

Moças Finas|Fantasma Editor – Quem procurar, acha!

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Éramos todos selvagens

Vivíamos em uma montanha-russa, circulando por parques de diversões que não passavam por fiscalização

Lembra como éramos? Viajávamos para a praia em sete pessoas num carro pequeno. No banco da frente, o pai sem cinto de segurança. Ao seu lado, a mãe segurando no colo o irmão mais novo que, por sua vez, segurava um cachorro. Obviamente, todos sem cinto.

Em trajetos mais curtos, quando éramos muitos, um ou outro embarcava no porta-malas. Ou na moto sem capacete. Ou de pé na carroceria da camionete, rolando soltos lá atrás feito melancias.

Os pequenos fumavam cigarros de chocolate. Os adultos, de nicotina. Em restaurantes, escritórios, aviões. Cheguei a pegar um elevador em que havia um cinzeiro. Fiquei sabendo de um ginecologista que não largava o cigarro nem para examinar as pacientes. As pernas abertas, ele apoiando o cigarrinho num canto, a baforada quase entrando na vagina.

Refrigerante era água. Como meu pai tinha um restaurante, já dávamos largada com Fanta sabor laranja no café da manhã. Quando minha mãe resolvia ser saudável, servia Tang. Não era só na minha casa: festa de criança sem Coca-Cola não era festa. Conheci uma família que comia diariamente macarrão instantâneo com molho de salsichas. Estão vivos, mas não sei se passam bem —por falta de informação, tempo ou dinheiro, ainda há muitas famílias fazendo esse lento harakiri.

Com o bucho cheio de sódio, pulávamos na piscina sem saber nadar e sem usar boias. Nos dependurávamos da janela do décimo andar sem rede de proteção. Se alguma coisa desse errado, os pais batiam. Cintada, chinelada, tamancada.

Na escola, o bullying, que nem esse nome tinha, era livre. Colegas e professores aderiam a apelidos como: Arroto de Crush, Tiziu, Baleia. Crianças desciam na boquinha da garrafa em rede nacional. Programas de tevê voltados para toda a família faziam troça com gay. Piadas de salão envolviam anões, negros, judeus e portugueses.

Leões e macacos davam duro no circo. Aplaudíamos elefantes cabisbaixos levantando a patinha. Jorrando água pela tromba. Garotos matavam passarinhos com estilingue. Amarravam latas nos rabos dos gatos. Multidões enchiam touradas e farras do boi. A rinha de galo era um sucesso. E quem achava crueldade, era viadinho.

Vivíamos em uma montanha-russa, circulando por parques de diversões que não passavam por fiscalização. Andávamos em barcos que não tinham coletes salva-vidas. Quase ninguém usava protetor solar. As mães roubavam a Coca-Cola dos filhos para passar no corpo: prometia o maior bronze. Os homens se recusavam a usar camisinha: é como chupar bala com papel.

Conheci mulheres que alisavam os cabelos com ferro de passar. Nenhuma delas dizia para a outra: seu cabelo é lindo do jeito que é. Chamavam pessoas orelhudas de Dumbo. Tive uma amiga que, para ir a uma festa, colou as orelhas com Super Bonder.

Muitos homens nasceram, viveram e morreram sem tirar um prato da mesa. Quase todo mundo dirigia bêbado. Depressão era frescura.

Sobrevivemos. E evoluímos, como evoluímos. Mas desconfio que, daqui a trinta anos, olharemos para trás e pensaremos como éramos selvagens em 2023.

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Tempo – 1991

Fontanarrosa, El Negro, e Crist, Bogotá. © Myskiciewicz

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Flagrantes da vida real

dois-poetas-sentadosAntonio Thadeu Wojciechowski e Ivan Justen Santana, dois poetas sentados, em pé de guerra. © Maringas Maciel

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Horoscópula

Todas as pessoas nascidas neste período são propensas à velhice com o passar dos anos, principalmente aquelas que comemoram aniversário todo ano, um após o outro. É de cansar qualquer um.

Nesta fase a posição do Sol é bastante propícia para o cultivo de piolho em cabeças de alfinetes, mas sem exageros. Quanto à caspa, não esquente a cabeça: Napoleão (aquele que andava com a mão direita sobre o seio) tinha caspa no sovaco e nunca reclamou. Evite negócios arriscados, andar no arame sem rede e sogra mal-humorada.

Desavenças domésticas, quer dizer, a mulher vai descobrir tudo e demitir a empregada, que por sinal já anda de caso com outro sujeito. Venda o carro e fuja do país o mais rápido possível. Consulte meu livro e confira: “Os últimos serão os primeiros a levar pancada”. Arrivederci.

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Solda vê TV

Caneta para retroprojetor sobre papel, 66 x 44 cms, década de 1990

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Noblesse oblige

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Mural da História – 2009

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Ella_E. © IShotMyself

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Índia na Lua e as razões de perdermos o bonde

Pandemia teve peso importante na derrota eleitoral de Bolsonaro. E teve peso importante na sua desgraça pós-eleitoral.

Confesso que me impressiona o rastro de inquéritos e processos que Trump e Bolsonaro deixam na esteira de sua saída. Desvio de documentos secretos, joias, tentativa de fraudar eleições, hackers, misoginia, falsos atestados de vacina — acontece de tudo quando baixa a poeira, e se dá o balanço dos dois governos.

Confesso também que me sinto aprisionado a esse entulho processual. Gostaria de falar de outras coisas. Por isso simplificarei um pouco minha descrição do governo Bolsonaro. Possivelmente, ele caiu, como caem os aviões, por múltiplas causas. Mas, no meu entender, foi atropelado pela pandemia.

Bolsonaro se recusou a reconhecer o acontecimento mais importante do século. Apesar de ter contribuído para o alto índice de mortes, de certa forma, foi destruído pelo vírus. A pandemia teve peso importante na derrota eleitoral de Bolsonaro. E teve peso importante na sua desgraça pós-eleitoral. A falsificação de atestados de vacina levou seu ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, à prisão. Com ele, caíram os telefones celulares e alguns importantes segredos.

Não avançarei nessa novela. Supersimplifico para poder ir adiante, fazer novas perguntas, livrar-me um pouco da tirania dos fatos cotidianos. Uma pergunta meio ingênua que me faço há dias: por que a Índia, e não o Brasil, chegou à Lua? Há razões históricas interessantes. Suponho que conhecê-las talvez nos ajude.

Em quase todos os livros sobre a Índia, o papel estratégico de um estadista como Nehru vem à tona. No início da década de 1950, ele criou os sete primeiros institutos de tecnologia. A atmosfera econômica da Índia era fechada, e os técnicos mais competentes foram para o exterior. Com a abertura econômica da década de 1990, muitos voltaram, e, a partir daí, o país construiu um dos mais imponentes setores de tecnologia da informação (TI) do mundo.

Perdemos esse bonde. Os astros da TI na Índia contribuem não só com a conquista espacial a preços módicos (a viagem à Lua custou muito menos que outros países gastaram). Contribuíram também para a identidade única, um sistema digital que permitiu à Índia economizar milhões de dólares em sua política social. A ajuda a bilhões de indianos, por ineficácia do sistema analógico, representava uma incrível fonte de desperdício. Como aconteceu por aqui no período do auxílio emergencial.

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