O Homem nada sabe porque o homem não é nada

Dizem que foram os gregos que começaram a pensar. Antes era uma barafunda de sondagens infundadas sobre tudo e nada. Isso já faz tempo — uns 500 anos antes de Cristo — mas a gente ainda pode ver resquícios disso em todos os campos dos conhecimentos. Nem pense em política, por favor. Fede. Mesmo os ditos ‘filósofos’ gregos da primeira leva eram — pros nossos padrões — ingênuos demais. Sobraram só três deles pra que a gente se divirta: Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Eles olhavam pro mundo como a maioria de nós olha pra dentro do capô do carro. Um mistério.

Pra eles a Terra era um disco — não esfera — que ora flutuava na água, ora estava pousado num pufe, ora estava no ar. Aí, veio Aristóteles e perguntou: Se a Terra flutua na água, onde se apoia a água? Pronto. Entrou água nas considerações dos ‘filósofos’. Isso parece pouca coisa, hoje. Mas, duvido que alguém — um popular — explique como a Terra gira doidamente em torno de um eixo imaginário e em torno do Sol. Fácil dizer que tem a Lei da Gravitação, a atração mútua dos corpos celestes, mas quero ver dar uma explicação ‘humana’. E afirmar que isso é muito natural. Acho que a gente engole as explicações científicas pra não endoidar de vez. Ah, a Terra gira em torno de si mesma e em torno do Sol e, ainda por cima, voa pra algum lugar láááááá looonge porque a maçã caiu na cabeça do Newton. E vamos assistir BBB11 tranquilamente.

Do mesmo modo, como Aristóteles desconfiou da água, a gente desconfia do tal universo finito ou infinito. Se é finito, o que tem depois da parede final? Se é infinito, nem dá pra imaginar nada. Se o universo começou, de onde saiu a matéria-prima? Senão começou, nem dá pra imaginar nada. Big-Bang ou Deus? Já disseram que pela matemática pode-se explicar quase tudo. Só fazer uns cálculos e temos o princípio de tudo e o provável fim. Tal estrela vai durar mais uns cinco bilhões de anos, tal planeta vai virar pó, tal cometa vai aparecer depois do carnaval de 3002. Mas, e nós — de carne, osso e alma? Cada dia as igrejas estão mais cheias. Milagres, orações, fé — a procura pelo sentido da vida.

Um ex-prisioneiro dos campos de concentração nazistas, médico, notou que os presos que tinham qualquer espécie de fé — em Deus, em algum projeto futuro, na família, etc. — armazenavam mais condições de sobrevivência.

Resistiam melhor. Agora, quanto mais a ciência avança, desligada de emoções, sozinha no espaço, os pobres humanos não conseguem mais um ponto de apoio — um sentido — pra vida. Em que se agarrar? Por isso temos milhões de livros de autoajuda, centenas de variantes religiosas, mais sortistas, videntes, profetas… Curiosamente, não temos mais filósofos. Desgarrados da ciência, ficaram apenas alguns pretensiosos de palavreado difícil — cheio de som e fúria — significando nada.

*Rui Werneck de Capistrano não significa nada

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Janja adere à causa

A primeira-dama Janja da Silva se juntou às mulheres do governo, do PT e do meio jurídico na pressão para que o presidente Lula indique uma mulher para o Supremo Tribunal Federal no lugar da ministra Rosa Weber, que se aposenta em outubro.

Ela tem dito ao marido que já faltam mulheres no STF e que ele, por seu histórico, não pode ser o responsável por diminuir a representatividade feminina na corte. Foi Lula quem aumentou o número de mulheres no Supremo, quando indicou a ministra Carmen Lúcia.

À época, havia apenas a ministra Ellen Greice. Dilma Rousseff manteve em duas as ministras: quando Greice se aposentou, indicou Rosa Weber. Se Lula indicar um homem, o STF voltará a ter apenas uma ministra.

Lula ouve Janja. A entrada da primeira-dama na pressão animou as defensoras da causa. O presidente, porém, tem dito erradamente que faltam mulheres candidatas.

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Décio Pignatari

Décio Pignatari – (1927|2012) Poeta, foi um dos criadores do concretismo, ao lado dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. Professor, ensaísta e tradutor paulista, viveu em Curitiba a partir dos anos 2000, como professor universitário. Já doente de Alzheimer, sua família o levou de volta para São Paulo em 2011, um ano antes de seu falecimento.

Dezenas de autores, todos já falecidos, não demonstraram interesse em participar da Academia Paranaense de Letras, por diversos motivos: porque achavam que a entidade não os representava (por motivos estéticos, ideológicos ou por diferenças pessoais com acadêmicos), por proibição estatutária (caso da presença feminina), por viver longe do Paraná, por timidez do escritor ou por desinteresse da própria Academia em estimular possíveis candidaturas. Sem esquecer que o limite de 40 membros sempre se mostrou um permanente limitador. Entre esses, selecionamos dezenas de nomes que fizeram parte da vida científica e cultural do Paraná, sem passar pela nossa instituição. Exceto Júlia Wanderley, autora de artigos e textos diversos, mas sem obra em volume, os demais tiveram livros publicados. Outros nomes podem ser sugeridos.

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Jayne Mansfield. © Life

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A fofoca velha merece ser valorizada não antes, mas depois que seja tarde

Aviso: você pegou este texto para ler agora, mas ele está desatualizado e a cada letra ele caduca progressivamente

Aviso: você pegou este texto para ler agora, mas ele está desatualizado. Enquanto a ideia ainda brotava na mente, sua falta de novidade já se instaurava. A cada letra, caducava progressivamente. No online, antigo. No impresso, decrépito. Mas tudo bem. Nada mais moderno do que fofoca velha.

Nas redes sociais e na vida, meu feed até hoje encontra-se tomado pelos desdobramentos de Xuxa e Larissa Manoela. A zona de conforto ocupada por papos agradáveis como “o aquecimento global anda terrível este inverno, não acha?” ou “que sigilo bancário será quebrado hoje?” foi invadida pela truculência noticiosa de Marlene Mattos e pais que negavam semanada à estrela.

Não sei vocês, mas cansei de babados neoapocalípticos sobre celebridades VIPs. Busco um idílio na maledicência. Um porto seguro na bisbilhotice. Dito isso, criei a trend “fofoca velha é a nova fofoca nova”.

Com o frescor da obviedade, ela merece ser valorizada não antes, mas depois que seja tarde demais. Não dizem que o Brasil é um país sem memória? Então. Graças à amnésia coletiva, restará o frisson de um mexerico arcaico que você acabou de tirar da gaveta.

Esqueça Anitta versus Ludmilla. Emilinha e Marlene ainda rendem um feat. Já mortas, a rainha do rádio e a favorita da Marinha têm tudo para viralizar a rixa icônica nos novos tempos. Um bullying ideal entre fãs a posteriori.

Júlio Prestes contra Getúlio. Lacerda contra Getúlio. Getúlio contra o próprio Getúlio, culminando em seu suicídio numa manchete do Choquei. “Vejam o estado do pijama. O que acharam?” E um emoji “piscandinho”.

“Fofocalizando – Antes e Depois de Cristo” cobriria tretas internacionais. Em vez de internautas testando a maquiagem da influencer Virginia, o rumor de fail no publi da cobra que picou Cleópatra.

“Tá sabendo da última epopeia do Gilgamesh?” “Só dando print nas tábuas de escrita cuneiforme.” “Ai, que saco, então tem que configurar a prensa móvel do Gutenberg!” “Reclama não: entra na live de Sodoma e Gomorra misturando Coca-Cola com mentos.”

Parando para pensar, a primeira fofoca em terras brasileiras foi a carta de Pero Vaz de Caminha. Um baita “shade” eurocêntrico jogado nos povos originários. Mas é aquilo. Com as grandes navegações vêm as grandes atrocidades. “Exclusivo: Santa Maria, Nina e, gente, que pinta era aquela de Colombo?”, apurou Leo Dias.

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Apple from Paradise.  © Sára Saudková

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Que país é este?

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Da mulher e suas circunstâncias

© Shiko

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Topless female swinging on trapeze|1935. © Andre Steiner

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Imperdível!

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Debra Wingers, Los Angeles, 1983. © Hemult Newton

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Todo dia é dia

Eu vejo a primavera. Vocês verão.

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Some Legs, 1998. © Sára Saudková

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Flagrantes da vida real

Rosana Stávis, sempre! © Maringas Maciel.

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