Divagar e sempre: Millôr Fernandes

© José Medeiros|Arquivo IMS

1. O acaso é uma besteira de Deus.
2. Morrer é uma coisa que se deve deixar sempre pra depois.
3. O Brasil é os Estados Unidos onde eu vivo.
4. Um homem é adulto no dia em que começa a gastar mais do que ganha.
5. A invenção do Alka-Seltzer foi uma tempestade em copo d’água.
6. Nasci com talento melódico numa época em que o pessoal só se interessa por percussão.
7. Analista é um sujeito que partindo de premissas falsas consegue chegar a conclusões perfeitamente equivocadas.
8. Anarquia é apenas uma proposta social em que você dá ao palhaço a administração do circo. (E quase sempre ele é muito bem-sucedido.)
9. Se os animais falassem não seria conosco que iam bater papo.
10. Nunca deixe de fazer amanhã o que pode deixar de fazer hoje.
11. Nas noites de Brasília, cheias de mordomia, todos os gastos são pardos.
12. Um desses livros que quando você larga não consegue mais pegar.
13. Minha especialidade e meu orgulho: sou o maior leigo do país.
14. 50% dos doentes morrem de médico.
15. Celebridade é um idiota qualquer que apareceu na televisão.
16. Chato é uma pessoa que não sabe que “Como vai?” é um cumprimento, não uma pergunta.
17. Todo governante se compõe de 3% de Lincoln e 97% de Pinochet.
18. Jamais chame um amigo de imbecil. É preferível lhe pedir dinheiro emprestado e não pagar.
19. Se sua calça tem um buraco, usea-a pelo avesso.
20. Quem se curva aos opressores mostra a bunda aos oprimidos.
21. A alma enruga antes da pele.
22. Comida é bom, bebida é ótimo, música é admirável, literatura é sublime, mas só o sexo provoca ereção.
23. Especialista é o que só não ignora uma coisa.
24. Os pássaros voam porque não têm ideologia.
25. A falsa modéstia é o rabo escondido com o gato de fora.
26. Fobia é um medo com PhD.
27. A fotografia é a mentira verdadeira.
28. Toda fotografia antiga é uma punhalada.
29. O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia.
30. Quem sai aos seus não endireita mais.
31. O gourmet é o comilão erudito.
32. O haddock é um bacalhau que venceu na vida.
33. A humildade é uma espécie de orgulho que aposta no perdedor.
34. O humorismo é a quintessência da seriedade.
35. Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.
36. Desconfio de todo idealista que lucra com seu ideal.
37. Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos & molhados.
38. Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem!
39. Grande erro da natureza é a incompetência não doer.
40. Todo homem nasce original e morre plágio.
41. Livre como um táxi.
42. Divagar e sempre.
43. Monogamia é a capacidade de ser infiel à mesma pessoa durante a vida inteira.
44. A morte é hereditária.
45. A ociosidade é a mãe de todos os vices.
46. O cara que completa 80 anos está, evidentemente, vivendo acima de seus recursos.
47. Se é gostoso, faz logo. Amanhã pode ser ilegal.
48. O otimismo é o pessimismo em diluição.
49. A probidade não tem cúmplices.
50. Deus dá o frio a quem não tem dentes.

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Mural da História – 2012

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La petite mélancolie

Herman Mishkin- portrait of the Contortionist and Egyptian Dancer, Kyra, at the theathtre Winter Garden, 1920

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Desbunde

miguel-saramago-frase

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Liminar a caminho

Toffoli deu mais gás para a briga envolvendo o STF e a Justiça do Trabalho

O ministro Dias Toffoli obrigou a Justiça do Trabalho a seguir o precedente do Supremo Tribunal Federal de que não há relação trabalhista entre aplicativos e entregadores. Foram duas decisões a favor da Rappi: uma direcionada ao Tribunal Superior do Trabalho e outra ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

Nas duas peças, Toffoli diz que os tribunais resistiram em aplicar as decisões do STF, ignorando o plenário do tribunal. Determinou que as duas cortes trabalhistas analisem novamente os pedidos de reconhecimento de vínculo de trabalho feitos pelos entregadores contra a Rappi, representada nas ações pelo advogado Daniel Chiode.

As liminares de Toffoli são mais um capítulo da briga envolvendo a Justiça do Trabalho por conta da discussões sobre a real relação que existe entre aplicativos e entregadores. A maioria do STF e a parcela do TST mas à direita entendem que não há vínculo trabalhista, em contraste com o grupo do Tribunal Superior do Trabalho mais à esquerda e a maiorias nos TRTs pelo país.

O Bastidormostrou que esse contexto irrita os ministros do TST contrários ao vínculo, pois enfraquece o tribunal institucionalmente tanto por causa da divisão interna quanto pelas decisões reformadas – como é o caso das liminares de Dias Toffoli.

O resultado desse enfrentamento é o STF julgar mais uma vez a existência, ou não, de vínculo de trabalho entre aplicativos e entregadores. Foi a saída encontrada para haver mais uma ferramenta jurídica que obrigue a Justiça do Trabalho a seguir a lei e os precedentes vinculantes.

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Ozempico-me?

Quanto mais me escondo, mais me fotografam. Refiro a família e uns poucos oportunistas, como Maringas Maciel, o flanêur que flagra gente anônima e prosaica pelas ruas desta cidade mais inteligente das galáxias já documentadas em milhões de anos-luz retroativos, captados pelo Observatório James Webb. Por melhor que seja o fotógrafo na prestidigitação dos ângulos e na manipulação da luz, o resultado nunca destoa da realidade: o que é bonito pode continuar mais bonito, o feio, menos feio. Já o gordo, esse nem a grande angular disfarça. Meu caso, cada dia mais engordo; começou na inatividade da pandemia e agravou com a muleta emocional da gula. Há o complicador da dieta, que exige disciplina e não tolera subterfúgios. Excluída a dieta, vem a cirurgia bariátrica, exclusiva para obesos terminais, os mórbidos. O que podem fazer os gordinhos em progresso, apanhados no flagrante desagradável e insidioso da fotografia?

Agora se fala no Ozempic, remédio para diabéticos de efeito associado no emagrecimento. Virou coqueluche de nove entre dez personalidades do show business e gente apressada, como mostram as reportagens dos que enxugaram e podem caber novamente em roupas cheirando a naftalina, a torturar dentro de guardarroupas. Até o momento não há registro de fatalidades pelo Ozempic; seus efeitos colaterais limitam-se à desproporção da cabeça em relação ao corpo que enxugou, pois o percentual de obesidade craniana é insignificante, mas significativo na fotografia; outra contraindicação também envolve a cabeça, mas pelo lado de dentro, do cérebro – que, apesar de não conter gordura, diz-se que perde acuidade com o tratamento; ou seja, vai-se parcela da inteligência junto com a perda de gordura. Decidi apostar no Ozempic. Perder pontos no QI pode melhorar minha aceitação social, nessa inteligência que mais me complica que explica.

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1964|1984 – 21 anos de resistência e luta

O golpe militar foi precipitado pelo comandante da 4ª Divisão de Infantaria, general Olímpio Mourão Filho, oficial de pouca expressão, que pôs seus recrutas em marcha de Juiz de Fora em direção ao Rio de Janeiro na manhã de 31 de março. Nas horas seguintes, diante da falta de reação do dispositivo militar de apoio a Jango, que temia a eclosão de um guerra civil, os principais chefes militares foram se alinhando com o esquema golpista. O general Arthur da Costa e Silva, um dos principais chefes do movimento sedicioso, autonomeou-se ministro da Guerra (Exército), em nome da “revolução”.

Também falhou a articulação do Comando Geral dos Trabalhadores para decretar greve geral contra o golpe. Sindicalistas e defensores da legalidade foram presos nas principais cidades. O governador de Pernambuco, Miguel Arraes, foi deposto e preso pelo comandante militar da região. A resistência civil, concentrada na sede da União Nacional do Estudantes (UNE), foi violentamente atacada por policiais civis e militares, que incendiaram o prédio da entidade na praia do Flamengo. Protestos foram reprimidos em todo o país.

Jango voou do Rio para Brasília, onde a oposição encenava uma farsa na noite de 1º de abril. O presidente do Senado, Auro Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República, alegando falsamente que o chefe de Estado teria fugido do país. No dia seguinte tomava posse, interinamente, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, que por duas semanas se comportou como refém dos ministros militares. Consumado o golpe, Jango deixou o Brasil pela fronteira sul para exilar-se no Uruguai. Odiado pelos golpistas, o então deputado Leonel Brizola tomou o mesmo destino.

Durante uma semana de anarquia institucional, milhares de pessoas foram presas sem qualquer formalidade. Porões de navios foram transformados em cárceres. No Recife, o ex-deputado e líder comunista Gregório Bezerra foi amarrado a um jipe do exército e arrastado pelas ruas. Em Belo Horizonte, a sede do jornal popular “O Binômio” foi invadida e destruída. Políticos ligados ao governo Jango buscaram asilo em embaixadas. Sindicalistas e militantes de esquerda entraram na clandestinidade.

No dia 9 de abril, finalmente, os três ministros militares apresentaram-se ao país como “Comando Supremo da Revolução” e editaram um Ato Institucional – o primeiro de uma série de atos arbitrários. O AI-1 suspendeu as garantias constitucionais e determinou a eleição, pelo Congresso, de um presidente para completar o mandato de João Goulart (até janeiro de 1966), com amplos poderes para mudar a Constituição. No mesmo dia foi divulgada a primeira lista de cidadãos com direitos políticos cassados por dez anos – uma centena, entre parlamentares, militares, sindicalistas e intelectuais.

Intimidado e mutilado pelas cassações, o Congresso entregou a presidência ao general Castelo Branco no dia 15 de abril. Menos de um ano depois, seu mandato seria prorrogado até 1967, com o cancelamento das eleições previstas para 1965. As listas de cassações se sucederam até o penúltimo governo militar. Fruto do desrespeito à Constituição e à democracia, o regime de 1964 iria se tornar a cada dia mais autoritário, repressor e brutal; uma ditadura com todas as letras, cruel e assassina.

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Tempo, tempo, tempo…

Itararé, 28 de dezembro, 1990. Rebeca Solda, Vera e Jannys Nunes Vidal na casa da vó Alzira. © Sandra Solda

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Fraga

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Mural da História

solda1-20-de-juho-200720 de junho|2007 

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Irene Quinn. © Zishy

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Karam & OpenAI

OpenAI é um laboratório estadunidense de pesquisas em inteligência artificial (IA) sendo subsidiária e constituída pela empresa com fins lucrativos OpenAI LP e a empresa matriz sem fins lucrativos OpenAI Inc. A empresa conduz pesquisas no campo de inteligência artificial (IA) e tem como objetivo promover e desenvolver IA amigável, de tal forma a beneficiar a humanidade como um todo. A organização foi fundada em São Francisco no final de 2015 por Elon Musk.

Eu digitei – “Ovos Não Têm Janela” (última peça de teatro de Manoel Carlos Karam) e deu nisso. Impressionante!

© Glória Flüggel

Essa frase aparentemente não tem um significado claro ou óbvio, e pode ser interpretada de diversas maneiras, dependendo do contexto e da perspectiva de quem a lê. Uma possível interpretação é que a frase sugere que as coisas nem sempre são como parecem ser à primeira vista, ou seja, que as aparências podem enganar. Isso pode se aplicar a várias situações da vida, em que algo pode parecer simples ou claro, mas na verdade é muito mais complexo ou ambíguo do que parece. Outra interpretação possível é que a frase representa uma crítica ou um desafio ao senso comum ou às expectativas estabelecidas. Em outras palavras, a frase sugere que as coisas não precisam seguir necessariamente as regras ou os padrões estabelecidos, e que pode haver outras formas de pensar ou de agir que desafiam o status quo.Em geral, a frase “ovos não têm janela” pode ser vista como uma provocação para questionar as ideias preconcebidas, para pensar de forma criativa e para estar aberto a novas perspectivas e possibilidades. É um convite para sair da zona de conforto, para explorar novas ideias e para experimentar novas maneiras de ver o mundo.

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Destamparam o bueiro no Rio

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