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Mural da História – 2003

pedofilia

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Tapa

Um tapa não é apenas um tapa: – é, na verdade, o mais transcendente, o mais importante de todos os atos humanos.

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O novo messias

O ministro Alexandre de Moraes nem assumiu o governo e já baixa a medida provisória, melhor, definitiva, de proibir repressão aos moradores de rua em todo o Brasil. Nem um Bolsonaro, um general da ditadura ou uma Janja ao ouvido de Lula ousariam tanto. Depois disso, os brasileiros que esperam o messias e os órfãos de Sérgio Moro votariam nele, convictos, convencidos, olhos fechados. Não pelo conteúdo e alcance da decisão, mas pela firmeza de quem a toma.

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Do fundo do baú

A chuva imóvel. Cafarnaum foi uma aldeia de Pescadores, na Galiléia, junto ao lago de Genesare. Ali, há alguns anos, um jovem comecou a pregar e a fazer milagres. Era de Nazaré, mas Nazaré não quis saber dêle. A frase: “ninguem é profeta em sua terra” nasceu por causa disso. Em Cafarnaum, o profeta era profeta. Em Nazaré, terra de seus pais, o profeta era apenas um rapaz que não queria trabalhar. O rapaz voltou para Cafarnaum e o resto da história todos nós a sabemos.

Atoms at work — aparentemente — não tem nada a ver com Cafarnaum. Foi (ou é em algum canto) uma exposicão ambulante que os nutridos irmãos  do norte ergueram no atêrro da Glória, usando de um monstro plástico, disforme e repugnante, inflado de ar, como um elefante sem pernas e sem cabeça, surgido inesperadamente no solo estanque.

Tanto Cafarnaum quanto os átomos para o trabalho estão unidos na fatura episódica do novo romance de Campos de Carvalho, A chuva imóvel. A presenca do romancista em nossa literatura já é um atestado de que temos literatura. Pois não é  qualquer literatura, não é  qualquer povo que pode produzir uma obra como a de Campos de Carvalho. Não vem ao caso discutir decadência e ascensção de classes ou regimes sociais, de estratificação ou de fermentacão de culturas. Vem ao caso o caso Campos de Carvalho em nossas letras.

Não me compete apresentar o autor: seus livros anteriores já o marcaram. Há quem goste, hd quem deteste, mas não há indiferentes. Em recente declaração, o autor assim definiu sua obra definindo-se tambem: “A mim não me interessa distrair o leitor e sim atingí-lo na sua came, no seu cerne — como comecei por atingir a mim mesmo sem nenhuma contemplação”. Campos de Carvalho ataca, escorado em sua posição fundamental de homem humano. “Meu raciocínio lhes pertence mas não a minha consciência, podem me fazer girar como um pião mas é em tôrno de mim que eu giro, não em tôrno deles, êste o meu sistema solar e desafio-os a arrancar-me o sol como podem fazer com o seu, eles que te julgam os donos de tudo e são os donos de nada, e se apavoram com o Nada de que vieram e a  que estão sempre voltando.”

Muitos críticos citam, a propósito de Campos de Carvalho, o exemplo de Henry Miller. É uma aproximação bastante pertinente, embora lateral. Em Campos de Carvalho há veios subterrâneos que escapam às influências de um romancista. Pessoalmente, gostaria de aproximá-lo a Swift. Mas êste é um assunto crítico. Swift ou Miller, ou Swift e Miller, Campos de Carvalho adquiriu autonomia e substância para ser êle mesmo, com o seu inclemente testemunho.

As aproximações podiam ser estendidas aos profetas bíblicos. Deixo aos leitores algumas indicações, das muitas que poderia fazer: Isaías, 22-7; Ezequiel, 1-7; Ezequiel, 11, 16, todo o capítulo 23.  Aqueles que se espantarem com a crueza de suas imagens ou palavras, podem dividir a vergonha entre a Bíblia e o próprio Campos de Carvalho. A beleza às vezes é vergonha também.

A chuva imóvel marca o melhor momento da obra de seu autor. E mais: é um livro que honra toda a literatura brasileira. O protesto de Campos de Carvalho contra as bombas nucleares, as partículas de estrondo, o esfacelamento de placentas gêmeas, a morte, os cheiros, os miasmas — tudo a compor, pesada sobre cabeças ôcas, a chuva imóvel do nosso tempo — é muito mais que um simples testemunho: é uma confissão. “Esta chuva imóvel serei eu que estarei cuspindo.” Essa não é apenas a última frase de seu romance. É o primeiro grito de revolta de todo um tempo, de todo um homem. E esse homem não é apenas Campos de Carvalho.  Somos todos nós.

 Carlos Heitor Cony

Conheci Campos de Carvalho via O Pasquim, o romancista de vanguarda que nunca perdeu a dimensão do humano. A Chuva Imóvel, A Lua Vem da Ásia, O Púcaro Búlgaro e A Vaca de Nariz Sutil são livros que não podem faltar na estante de nenhum de nós. Tudo isso está junto em Campos de Carvalho, Obra Reunida (1ª edição, 1997, José Olympio Editora). O nome do livro é também o título de uma das histórias incluídas na coletânea. Todas seguem a linha satírica do autor, com nomes engraçados como A Lua vem da Ásia; Púcaro Búlgaro; Chuva Imóvel entre outras. Em cada uma delas ele procura atingir o leitor na sua carne, em sua cerne, através do ridículo e com uma ironia refinada. Campos de Carvalho questiona com muito humor os comportamentos dos homens em seu dia-a-dia. Reunindo várias de suas histórias, a leitura deste livro é um passeio pelo imaginário de um homem que não se conforma com a passividade diante das regras preestabelecidas da sociedade.

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Flagrantes da vida real

Edson Bueno, em rápidas pinceladas. © Maringas Maciel.

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Comer o pão que o Bolsonaro amassou.

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Rir é um dos melhores remédios, inclusive no sexo

Bom humor é importante na hora da prática sexual, quando podem ocorrer momentos constrangedores

Muita gente já ouviu esta frase: “Rir é o melhor remédio”. A novidade aqui é que essa dica pode servir também para situações delicadas quando o assunto são vivências amorosas e sexuais. E é justamente disso que vamos conversar hoje por aqui.

Muitas vezes vivemos algumas situações delicadas e constrangedoras no hora do encontro amoroso e/ou sexual. Por exemplo, na hora do beijo, pode ocorrer uma mordida a mais, uma batida de dentes com dentes, um gosto estranho, ou outra coisa do tipo.

Na hora dos abraços mais quentes, pode ocorrer uma cotovelada pra cá, um aperto sem jeito pra lá, entre outras coisas mais.

Ou acontecerem momentos mais constrangedores ainda.

Como na hora da prática sexual: podem ocorrer, por exemplo, barulhos estranhos, especialmente durante a penetração vaginal. São os famosos (e temidos) gases vaginais, que não têm cheiro, mas fazem um barulho bem desconcertante. Eles podem ocorrer assim, do nada e sem maiores explicações, por conta dos movimentos da penetração na vagina.

Mesmo que tudo se resolva apenas mudando a posição sexual durante a penetração, os barulhos costumam ser bem desconcertantes para muitos casais. E essas são apenas algumas situações delicadas, entre infinitas outras possibilidades.

Fazer o quê nessas horas?

Encarar com descontração e bom humor pode ser uma das melhores saídas. A ideia não é rir da cara da outra pessoa. Mas, sim, rir com a outra pessoa de algo que aconteceu sem querer durante o encontro afetivo-sexual.

Ao lidar com bom humor e descontração, aquele clima tenso e pesado, fruto de algo constrangedor, se dissipa. É como se o casal apertasse um botão que desligasse tudo, para reiniciar com mais leveza e divertimento a partir do momento seguinte.

Vale saber que o estado de relaxamento é fundamental pra gente sentir cada vez mais prazer. E se divertir com o que der e vier é um caminho certeiro para o casal entrar nesse clima leve e solto, capaz de fazer maravilhas pelo encontro a dois.

Resumindo, a dica principal aqui é: não fique se corroendo de vergonha caso algo não saia como o esperado nos encontros a dois. Imprevistos acontecem, com qualquer pessoa, qualquer casal, em qualquer idade. E tudo fica muito mais confortável, tranquilo e divertido se for encarado com bom humor.

Fica a dica! Até a próxima coluna!

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É amanhã: A tragédia do Pinheirinho

Eis aqui uma recomendação literária que faço com o maior prazer. Não apenas pelo autor, mas também pelo conteúdo.

Mário Montanha Teixeira Filho, colaborador do blog do Zé Beto, velho companheiro de luta e pessoa da minha maior estima, estará lançando nesta sexta-feira, 28/07, às 19 horas, no Salão Nobre do Setor de Ciências Jurídicas, do prédio histórico da Universidade do Paraná, ali na Praça Santos Andrade, “Desocupação do Pinheirinho – a Justiça tem lado”.

O Pinheirinho a que ele se refere, para quem não sabe, é um loteamento situado na zona sul de São José dos Campos, a cerca de 90 quilômetros da capital paulista. Até a década de 70, a região era uma grande propriedade de policultura. Em 1981, o terreno teria sido vendido ao empresário Naji Nahas, que pretendia desenvolver um projeto de loteamento. No entanto, acabou afastando a ideia. A empresa de Nahas, Selecta, faliu em 1990 e o terreno permaneceu abandonado.

Em 28 de fevereiro de 2004, o local foi ocupado por aproximadamente 300 famílias, amparadas por um acordo firmado com a prefeitura de São José dos Campos. No mesmo ano, a massa falida da Selecta ingressou na 18ª Vara Cível da comarca com um pedido de reintegração de posse. Em 2012, o número de habitantes no local era estimado entre 6 e 9 mil pessoas. Ali também já se encontravam estabelecidos associação de moradores, sete igrejas, sendo seis evangélicas e uma católica, além de inúmeros estabelecimentos comerciais.

A decisão de reintegração de posse foi tomada em meio a um imbróglio jurídico, tendo a justiça federal suspendido a ação e a justiça estadual ignorado a suspensão. Entidades como a OAB, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, e o Conselho Federal de Psicologia, entre outras, questionaram a legitimidade e a validade jurídica da reintegração. No entanto, em 22 de janeiro de 2012, mesmo antes de uma decisão do STJ, a reintegração teve início, desencadeando enorme conflito entre os moradores e as autoridades, de trágicos resultados e repercussão nacional e até internacional.

O livro de Mário Montanha é um registro histórico de enorme importância. Até porque, com a categoria e a escrita precisa do autor, são identificados os responsáveis pelo massacre daquele domingo, uma chacina lamentável sob todos os aspectos, “motivada”, como bem assinala o Mário, “por interesses opacos, feito à margem das garantias constitucionais, para dar à propriedade privada um sentido de totalidade que ela não tem”.

Vale lembrar quem foi e quem é o senhor Naji Nahas – uma figura das mais nefastas da história do Brasil, um especulador do mercado financeiro, de nacionalidade libanesa, que, entre outras “proezas”, conseguiu quebrar a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. E continua por aí, livre e faceiro, em busca de novas falcatruas, como a operação conhecida como Zé-com-Zé, em que ele comprava e vendia ações para si mesmo, através de “laranjas” e, dessa forma, manipulava uma alta artificial das ações. Como se vê, gente da mais ilibada conduta, frequentador contumaz de palácios e autoridades, inclusive judiciárias.

Está tudo no livro do Mário. Leitura obrigatória.

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Elas

ElkeSommerdoisElke Sommer. MondoTopless

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A máquina de escrever

Volta e meia a imprensa faz matérias com um sujeito porque ele publica cinco livros por ano. Não entendo essa admiração, porque se me pagassem bem eu publicaria não cinco, mas dez. Quem publica livros em excesso pertence sem dúvida à escola asimoviana do “Revisar, nunca!”. Isaac Asimov gabava-se de escrever um conto do começo ao fim sem voltar atrás, e quando escrevia “The End” no final colocava as páginas num envelope e as remetia para uma revista.

Segundo ele, o sujeito que fica agonizando durante uma semana em cima de uma frase, procurando a forma ideal, nunca vai publicar o livro, e eu atesto que é verdade, oferecendo a mim mesmo como o melhor exemplo. (Já que nunca alcançarei sucesso popular, persigo a perfeição, que é mais acessível.) O problema é que nem todos, aliás bem poucos, têm um primeiro-texto tão limpo, tão claro e tão bem acabado quanto o de Asimov. Tenha os defeitos que tiver (e tem vários), o texto do Doutor é profissionalmente impecável.

Não sei se é o caso de James Patterson, que um artigo de Danilo Venticinque na revista “Época” aponta como o escritor mais bem pago do mundo. Diz ele que os 102 livros de Patterson “venderam 220 milhões de exemplares e o levaram 63 vezes à respeitada lista dos mais vendidos do The New York Times – um recorde na história do jornal”. Descontando o fato de que não tenho a mínima confiança nessas listas de “mais vendidos” da imprensa (são todas fajutas), é um número interessante. Patterson lançou 14 livros em 2011. Como ele consegue?

Nas telenovelas, um autor centraliza o enredo, cria os personagens, e uma equipe fica encarregada do trabalho braçal de escrever as cenas linha por linha. Alexandre Dumas trabalhava assim. O autor é o capitão do navio, que determina o curso, e tem sempre em mente todas as variáveis, para tomar as decisões estratégicas; o redator é o cara a quem cabe escrever a cena da briga ou a cena do namoro, de acordo com as instruções recebidas. Edgar Wallace e Erle Stanley Gardner, mestres do romance policial, ditavam os capítulos no gravador e mandavam datilografar. São autores que funcionam bem em voz alta. Outros preferem trabalhar em dupla: Ellery Queeen é o pseudônimo de Frederick Dannay, que escrevia sinopses detalhadíssimas de 40 páginas, e Manfred Lee, que a partir delas escrevia as cenas, as ações, o diálogo.

Quando um sujeito faz 10 romances por ano isso quer dizer apenas que ele descobriu o formato ideal de trabalho para si próprio. Se os livros são bons ou ruins, é outra questão. O importante é que os livros sejam escritos e publicados, até porque só depois disso é que se pode avaliar se são bons ou ruins.

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Rádio Animal Político apresenta…

A democracia é o governo do Diabo, pois foi um presente de grego para o mundo. Faltavam uns 500 anos para Cristo nascer e os gregos inventaram que todos podiam e deviam participar da vida política do país. Teoricamente, todos iam para a Ekklesia e decidiam os caminhos e o destino da pólis. Todos vírgula. Só os que tinham direitos de cidadania. Já ficavam fora mulheres, estrangeiros e escravos. Para dificultar ainda mais, os cidadãos chegavam na Ekklesia, ouviam os relatórios dos projetos que deviam ser votados e, depois que o arauto perguntava quem pedia a palavra, tinham que dar sua opinião em alto e bom som.

Um dos maiores medos do ser humano, em todos os tempos, é falar em público. Então, apareceram os oradores profissionais, os que tinham voz boa, que sabiam usar as palavras e ofuscaram mais um pouco a democracia.

Claro que o ser humano é muito esperto. Enquanto Platão se esforçava para impor as ideias como base para a política, um cara chamado Isócrates fundou uma escola para ensinar retórica. Ensinava oratória persuasiva: como vencer uma discussão sem ter argumentos sólidos. Isso quer dizer que ele passou a perna em Platão, por certo tempo. A educação dele era realista, atendia as necessidades de uma sociedade dirigida por oradores.  Os alunos dele venderiam até geladeira a pinguins, se já tivessem descoberto o Polo Sul. Botavam a boca no trombone e convenciam todos que usar saiotes era mais confortável na hora de ir ao banheiro. Pela força das palavras bonitas e bem ordenadas, punham abaixo as mais sérias pretensões dos oponentes. Um tal Górgias, sofista, escreveu “o poder do discurso sobre a constituição da alma pode ser comparado ao efeito das drogas sobre o estado do corpo”. E, ainda, “a persuasão, quando acrescentada ao discurso, pode deixar na alma a impressão que quiser”.

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Vale a pena ver de novo

Em 1975, Bob Dylan embarcou em uma turnê através dos Estados Unidos junto com diversos artistas, brincando com novas técnicas criativas e adotando uma teatralidade raramente vista em sua carreira. Unindo imagens de arquivo restauradas e novas entrevistas com Dylan, o diretor Martin Scorsese captura a experiência desse momento histórico tanto para a música, quanto para o espírito americano.

Documentário|Netflix. 

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