The Belly of the Night|1988. © Jan Saudek

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Exploração das formas mutantes – vertentes

Comprei quarenta créditos pro arquétipo e me joguei. Bem municiado, me sentia um cidadão a todo pano, a qualquer prova, a olhos vistos. Na quarta casa do zodíaco, tive a sorte de encontrar um arrecife bem junto à praia. Chamei aroeira de pimenta-do-peru sem a menor cerimônia e exigi a suspensão das atividades beligerantes como resultado de uma convenção. Em suma, pedi armistício. Deduzi que uma hipótese poderia fluir do completo isolamento e fiquei atento.

Minha familiaridade com a literatura contemporânea dificultava o culto do absurdo em si. Uma coisa assim apolínea, derivada do próprio deus da luz, das artes e da adivinhação. Apolo em dó maior. A beleza clássica esbarrando na fantástica luz do pôr-do-sol. Mas, era tarde. Anoitecia sem que nada pudesse impedir. Cansado de perambular, deixei de lado qualidades como seriedade, comedimento, disciplina e equilíbrio. Já havia esquecido as contradições do arrecife e entrei no bar.

O primeiro gole de cerveja bem gelada desembaçou o realismo eletricamente iluminado do dia que finava. O que parecia tragédia shakespeariana tornou-se teatro de marionetes. O que mastigava vocábulos de pedra abriu-se em puro Ionesco. A mão afagava o copo e as lembranças mais cálidas de um certo Verão. O impasse de mágica aconteceu.

*Rui Werneck de Capistrano é assim mesmo – não adianta.

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Os Dois Judeus no Bar

Dois homens estavam sentados lado a lado no balcão de um bar em Nova York e, enquanto bebiam, conversavam com os demais fregueses. Depois de um tempo, um olhou para o outro e disse:
– “Você é judeu, certo?”
– “Eu sou” – o outro respondeu com orgulho.
O primeiro judeu disse:
– “Eu também sou! Muito prazer, meu nome é Fishel, eu sou de Chicago. Minha família mudou para cá há alguns anos”.
Sem esconder o espanto e estendendo a mão, o segundo respondeu:
– “Nossa, meu nome é Moishe e também sou de lá! De que parte de Chicago você é?”
Aí foi a vez do primeiro mostrar surpresa enquanto respondia:
– “De West Rogers Park”.
– “Inacreditável! Eu também! Em que escola você estudou?” – perguntou.
– “Eu frequentei a Escola Secundária Mather” – disse Moishe.
A essa altura a conversa já era ruidosa e Fishel, entusiasmado, falou:
– “Me diga, em que ano você se formou?”
– “1977” – respondeu Moishe.
Nesse momento Fishel levantou e, aos berros, disse:
– “Você deve estar brincando comigo… Isso é incrível! Não posso acreditar! D’us deve ter desejado que nos encontrássemos! Eu também me formei na Mather em 1977!”
Enquanto os dois se abraçavam, um cliente habitual entrou no bar, sentou, pediu uma cerveja e perguntou ao Barman como estavam as coisas.
O homem se aproximou dele, entregou a bebida e murmurou:
– “Se prepare, vai ser uma noite longa: os gêmeos Goldstein estão bêbados de novo”.

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Alberto Melo Viana, o Baiano e Jaques Brandt, em algum lugar do passado. © Lucília Guimarães

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A prisão das musas

Lígia G. Diniz, doutora em literatura, constatou maniqueísmo na construção dos personagens do romance “Salvar o Fogo”, de Itamar Vieira Junior. O autor não gostou, o que é normal entre artistas. O que não é normal é acusar a crítica literária de racista. Tal postura é não apenas incomum como insensata.

Após usar um “argumentum ad hominem”, ao apontar que o editor da revista e a autora são brancos, o escritor disse: “Eles precisam nos lembrar que na literatura brasileira não há espaço para nós, então o pacto é deixar a avaliação entre eles”.

Pergunto-me por onde andará o pacto da branquitude na crítica que demole o branco Paulo Coelho e ovaciona o negro Machado de Assis.

Vieira Junior é aclamado. Seu romance “Torto Arado” foi premiado com o Jabuti e o português Leya.

Isso quer dizer que negros não sofrem preconceito? Claro que não. O que se atesta é o uso temerário do racismo como escudo contra críticas.

Não há palavra ou frase na análise de Diniz que sequer insinue racismo. Ao contrário, para ela, o autor “merece pontos por trazer ao protagonismo literário quem até há pouco não tinha voz”. Pelo visto, o escritor deseja que o papel ético suplante a análise estética —o que seria a morte da crítica e da arte literárias.

Em “O Ideal do Crítico”, Machado de Assis mostra que esse profissional não deve adular o ego de escritores, sob risco de prestar desserviço ao público, aos autores e à literatura.

Para ele, a crítica tem papel na orientação de estilo e conteúdo e, ainda mais importante, na formação de um cânone literário, afastando dogmas passadistas e estrangeirismos: “As musas, privadas de um farol seguro, correm o risco de naufragarem nos mares sempre desconhecidos da publicidade”.

Acusações infundadas de racismo tendem a produzir o chamado “efeito inibidor”: críticos são desencorajados a fazer análises sinceras e objetivas por medo de sanções sociais ou até mesmo legais. Um modo nefasto de não apenas desorientar as musas, mas de aprisioná-las.

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O grande paparazzo

Mick Jagger e Jerry Hall, saindo do Limelight Club. Setembro, 1984. © Ron Gallela

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Flagrantes da vida real

Non ducor, duco. © Maringas Maciel

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Yeraz Gebeshian. © Zishy

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Comemorar aniversário todo ano é de cansar qualquer um, não é, Maringas Maciel? Parabéns e continue assim, porque você vai longe. Abração!

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Morre Jane Birkin, aos 76 anos, atriz que se tornou símbolo da canção francesa

Parceira de Serge Gainsbourg e estrela de grande autores, seu estilo de ser e de se vestir impactou a história da moda

Nome central para a cultura dos anos 1960, cuja obra transcendeu as décadas em discos, filmes e peças de roupa, Jane Birkin, a inglesa mais francesa de todos os tempos, a beldade atemporal da canção, morreu neste domingo (16), aos 76 anos, em seu apartamento em Paris, na França. A causa da morte ainda não é conhecida.

Com seu estilo despojado e a beleza nada discreta, Birkin roubou os olhares do mundo da cultura nos anos 1960. No cinema, começou atuando em papéis secundários de obras como “Blow Up: Depois Daquele Beijo”, do diretor italiano Michelangelo Antonioni, e “Caleidoscópio”, de Jack Smight, os dois filmes de 1966.

Sua vida mudaria ao conhecer o cantor e compositor Serge Gainsbourg, um dos pensadores da canção francesa. Foi em 1969: os dois atuaram juntos em “Slogan”, um filme de amor dirigido por Pierre Grimblat. Logo, a história de amor, que duraria 13 anos, se tornou conhecida no mundo inteiro.

O casal gravou, naquele ano, o disco “Jane Birkin/Serge Gainsbourg”, que incluía a polêmica faixa “Je T’aime Moi Non Plus”. A canção simulava uma relação sexual, com gemidos e sussurros. Para o deleite de Gainsbourg, um provocador nato, o disco causou um escândalo internacional, sendo censurada em vários países, inclusive no Brasil, que já vivia o regime militar.

São várias as fotos e os vídeos que mostram o cotidiano do casal. Não por acaso, a intimidade de Birkin e Gainsbourg ainda é alvo do interesse das pessoas, nos tempos de Instagram. Do relacionamento, nasceu, em 1971, a atriz Charlotte Gainsbourg.

O cantor, relataria mais tarde a própria Birkin, se tornou uma pessoa temperamental. Consumido pelo álcool e pelo cigarro, Gainsbourg não tratava bem sua companheira. Misturando a vida pessoal com o personagem polêmico e maltrapilho, o cantor não pouparia nem a filha de seus escândalos.

Em 1986, a participação de Charlotte, então com 13 anos, no clipe de “Lemon Incest” causou polêmica, por supostamente incentivar relações incestuosas —e mesmo a pedofilia.

Seis anos antes, Birkin já havia se afastado de Gainsbourg. Apesar das polêmicas, mãe e filha louvaram até o fim a vida do artista. Recentemente, ainda diziam que ele seria censurado, em tempos “tão comportados”.

Birkin nasceu em 14 de dezembro de 1946, em Londres. Filha da atriz Judy Campbell e do militar da Marinha britânica David Birkin, ela cresceu em Chelsea e na cena cultural da Swinging London. Foi casada com o compositor John Barry entre 1965 e 1968, com quem teve sua primeira filha, a fotógrafa Kate Barry, morta em 2013.

Ela deixa a filha Lou Doillon, nascida em 1982, fruto da relação com o diretor de cinema Jacques Doillon, e que seguiu os passos da mãe, se destacando no cinema e na música.

No cinema, atuou ao lado de Serge Gainsbourg em diversos filmes menos célebres, como “Nineteen Girls and a Sailor”, do cineasta bósnio Milutin Kosovac, e filmes de gênero como “Sete Mortes nos Olhos de um Gato”, de Antonio Margheriti. Protagonizaria ainda o sensual “Paixão Selvagem”, de 1976, dirigido pelo então marido.

A partir do final dos anos 1970, participaria de produções maiores, como “Morte Sobre o Nilo”, de 1978, “La Fille Prodigue”, ao lado de Michel Piccoli, e “Assassinato num Dia de Sol”, de 1982. A grande cineasta francesa Agnès Varda daria protagonismo à atriz em “Kung-Fu Master!”, no qual a personagem de Birkin se apaixona por um garoto de 14 anos, e “Jane B. por Agnès V.”, um retrato impressionista no qual a estrela revisita a sua carreira.

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Coração de Aladim

sono de passarinho em meu peito
qualquer pensamento acorda
é só pensar
é só deixar que aconteça
um pensamento só saindo da cabeça
um pensamento mais
como um navio aflito deixa o cais

o pombo (voando) é seu pensamento em mim
(pousado na janela)
eu sei

no meu pensamento me darei feito alimento
pra você voltar amanhã
de manhã

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Muito além do Jardim

piada-curtaReynaldo Jardim – 13 de dezembro|1926|1º de fevereiro|2011. © Lucilia Guimarães

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Já foi na Academia hoje?

Valêncio Xavier Niculitcheff 

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Pausa para a estratégia

O período de férias do Congresso vai servir para o presidente Lula analisar que tipo de relação quer ter com partidos do chamado centrão da Câmara, como PP, Republicanos e União Brasil.

Segundo um interlocutor, Lula liberou o Ministério do Turismo, porque considerava uma pasta que já pertencia ao União Brasil. Mas vai analisar os demais postos a serem abertos.

Lula já foi avisado que, mesmo dando ministérios e cedendo mais espaço para PP e Republicanos, haverá parlamentares que dificilmente vão votar com o governo. Já outros vão se alinhar ao governo somente em assuntos econômicos, como foi o caso do arcabouço fiscal e da reforma tributária. É com esses que o presidente espera contar.

Estes grupos no Republicanos e no PP foram fundamentais para a aprovação do Carf e da reforma tributária. E, diz um auxiliar do presidente, Lula sabe que precisa do grupo de deputados que queriam se aliar ao governo.

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