O sexo na década de 1970

Janeiro/1970 – Na Itália, uma prostituta explode após comer 163 pizzas. Três pessoas morrem e diversas ficam feridas. Nenhuma organização se responsabiliza pelo atentado.

Outubro/1970 – Turibius Hortência, de Córdoba, proprietário de uma modesta fábrica de cadarços para chuteiras, revoluciona o mercado de preservativos ao lançar a moda da camisa-de-vênus de crochê numa bacanal promovida pela Sociedade Protetora do Esperma Argentino. Aumenta no mundo a mania da preservativoteca.

Dezembro/1970 – Mirtes Radiculis, 32 anos, se torna famosa em todo o mundo ao revelar aos jornais ingleses que só consegue obter orgasmo se o parceiro lhe emprestar as meias sujas da sogra e lhe esfregar mostarda pelo corpo inteiro. O Parlamento permanece em silêncio.

Janeiro/1971 – Lady Richmouth, ao surpreender o marido se masturbando com uma travessa de polenta, ingere cinco litros de uma potente loção de barba.

Março/1971 – Termina o Terceiro Congresso Mundial de Sexo Oral. 100 prisões e quase 300 desmaios. O Presidente do Congresso denuncia a intervenção da CIA e a informação corre à boca pequena.

Agosto/1971 – A Organização dos Países Exportadores de Orgasmo anuncia o boicote à Grécia e ao Chipre, caso os grecocipriotas continuem a importar espirros suecos a preços fora da tabela. A Inglaterra relaxa e goza.

Novembro/1971 – Morre Lolita Cricket, deixando seus 50 maridos inconsoláveis. Crescem pelos nas mãos de todos eles, à exceção do maneta do grupo.

Fevereiro/1972 – Um joalheiro holandês casa-se com uma vaca e os dois partem em lua-de-mel para a Índia. À festa de despedida do casal, num conhecido curral de Amsterdã, comparece todo o jet-set internacional. A vaca é moda na Europa.

Agosto/1973 – Inventado o supositório de hortelã por um farmacêutico americano. A produção do supositório é suspensa em virtude da ausência de candidatos a provadores.

Dezembro/1973 – 8 terroristas curram uma chaleira no Paquistão. O terror se espalha pelas cozinhas do mundo.

Janeiro/1974 – Interrompida no México a discussão sobre o Sexo dos Anjos. a polícia cerca o local e obriga os participantes do encontro a se vestirem imediatamente.

Março/1974 – Começa no Chile o Movimento Nacionalista Pró-Clitóris. A direita entende o movimento como provocação e divulga um manifesto a favor do Baixo-Ventre. Os pelos pubianos continuam proibidos.

Maio/1974 – James Ho! Ho! Fucking, comandante da nave americana ASS II, é o primeiro homem a ejacular na Lua.

Julho/1974 – Proibido no Brasil o filme “Cadela Sangrenta”, por mostrar cachorradas imorais. Os cães ladram, mas o filme não passa.

Outubro/1974 – A Grã-Bretanha entra no Mercado Comum Europeu de calcinha e sutiã. Tumulto entre os presentes. A Liga das Senhoras Católicas protesta veementemente.

Dezembro/1974 – As prostitutas de Paris entram em greve. Os homens de Paris são vistos se esfregando freneticamente nos postes e abordando velhinhas nas esquinas com propostas obscenas. Paris é uma festa.

Fevereiro/1975 – Paris continua uma festa.

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Ângulo insólito

retta-rettamozo© Retta Rettamozo

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Elas

Nadine Labaki é atriz, roteirista e cineasta libanesa. Ganhou o Oscar 2019 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro por Capharnaüm. © Reuters

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Pobre com carro

Freud dizia que o dinheiro não traz felicidade porque não é um desejo de infância. Talvez seja por isto que a posse de um automóvel enche de lágrimas felizes os olhos de tantos brasileiros. Desde os primeiros cambaleios infantis esses pobres diabos são induzidos a puxar por um cordão uma traquitana qualquer com quatro rodas e a produzir onomatopéias tipo rom-rom-rom e pi-biiit. Para milhões desses desventurados, o carro torna-se o mais multifuncional dos símbolos. Ele é rito de passagem para o mundo adulto, é diploma de ascensão social, é triunfo tecnológico sobre o Espaçotempo, é alcova sobre rodas, é escafandro protetor contra os esbarrões da plebe, é talismã semiótico, é prótese locomotora em quatro dimensões… O verbo ser é um conceito abstrato, metafísico, mas ganha carne, osso e metal com este sinônimo reluzente: “ter um carro”.

Muitos amigos meus dizem que pagariam qualquer preço por um frasco de perfume com “cheiro de carro novo”, e só não mango porque eu, por exemplo, gosto de cheiro de livro velho (mas não, não compraria um frasco de perfume, compraria um livro velho, como se tivesse poucos). E assim não é difícil entender porque nossas cidades não funcionam, nosso transporte público é uma porcaria, nossos urbanistas fazem as pessoas se adaptarem ao trânsito e não o contrário. Diz-se mundo afora que “país rico não é aquele onde pobre tem carro, é aquele onde rico anda em transporte público”. Duvido que vejamos o Brasil ser assim um dia. O sonho dos governos brasileiros e da indústria brasileira é termos um dia 200 milhões de carros para 200 milhões de pessoas. E as cidades que se explodam.

O saite “Livable Streets” faz um apanhado de pequenas mudanças que poderiam ser implementadas em nossas ruas para expandir o espao humano e controlar melhor o espaço dos automóveis. Isto de nada adianta, contudo, se o país continuar se suicidando com o aumento da produção e venda de automóveis, sob o pretexto de geração de divisas e criação de empregos.

A psicose automobilística endivida milhões de famílias hipnotizadas pela fantasia de ascensão social e inviabiliza as cidades. Cidades deformadas e desfiguradas pela ideologia individualista do cada-um-por-si, onde usar transporte público ou é uma tortura (onde ele é entregue às baratas) ou é humilhante mesmo onde ele tem boa qualidade. Refugiar-se no carro é a derradeira ilusão da classe média. Ela imagina estar melhorando de vida e está apenas trocando a pobreza por uma engorda para abate, uma espécie de empobrecimento financiado que a leva a trabalhar e produzir cada vez mais para ficar com cada vez menos.

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Tanka – Hommage a Solda

tamkadoisObrigado, Wilson Bueno, onde quer que você esteja.

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Kari Pitinova. © Zishy

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Causinho

Quando as pessoas começam desesperadamente a me evitar, quando animais selvagens saem correndo de mim quando passo pelas trilhas, quando animais domésticos se entocam apavorados quando aponto na curva da esquina, quando mandorovás caem secos das jabuticabeiras e camaleões se escondem de roxo quando surjo no devão do quintal, quando urubus passam voando baixo com uma asa cobrindo as narinas, então finalmente compreendo que está na hora de tomar banho, mesmo sabendo que o banho faz mal pra água.

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Vídeo de agressão a Moraes é mais aguardado que filme da Barbie

Ao contrário do filme da Barbie que já estreou e levou multidões aos cinemas, um outro filme vem sendo bastante aguardado pelo público brasileiro. Ainda sem estreia prevista no Brasil, o vídeo que comprova as agressões a Alexandre de Moraes e seu filho no aeroporto de Roma está causando comoção nas redes sociais.

Outro material que está causando ansiedade nos espectadores é aquele sobre a bomba. Não. Não estamos falando de Openheimmer e sim do celular de Mauro Cid.

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O dia de Joyce

O dia 16 de junho é conhecido no mundo inteiro como o “Bloomsday”. É o dia, na vida de Leopold Bloom, em que transcorre toda a ação do romance Ulisses de James Joyce, e foi escolhido pelo escritor por ser o dia do seu primeiro encontro amoroso com Nora Barnacle, que viria a ser sua esposa. 

James Joyce é um dos grandes equívocos do mundo da literatura, mesmo tendo sido um escritor de gênio. Não uso o termo “gênio” para dizer que ele era mais inteligente ou que escrevia melhor do que os demais, mas no sentido de que era um desses caras que parecem possessos, parecem possuídos por um espírito, por um gênio ou “djinn” oriental, por um orixá das letras. 

O gênio literário não é apenas o cara que escreve bem. É o que que sacrifica tudo – bem-estar, amor, família, dinheiro, saúde física, sanidade mental – para criar uma obra literária. O gênio, em geral, é aquele cara cuja obra gostaríamos de ter escrito, mas cuja vida não ousaríamos jamais viver.

Por que Joyce é um equívoco? Por muitas razões. 

Uma é a de se insistir nele como um modelo literário, um escritor a ser imitado, um sujeito que reinventou o romance e cujas descobertas precisam ser aprofundadas. Não é nada disso. Joyce foi um sujeito que afastou-se da avenida principal da literatura e abriu por conta própria um beco sem saída. Seu mérito foi criar um caminho só seu. Algumas de suas descobertas literárias podem ser usadas, com moderação. Usá-las em demasia resulta em pastiche, pelo caráter absolutamente pessoal que elas têm. 

A obra de Joyce é um retrato do microcosmo histórico, social e cultural de James Joyce, a um nível de profundidade como poucas vezes um escritor conseguiu. Tentar fazer o que ele fêz, do modo como o fêz, é não entender o espírito do seu gesto libertário. É desperdiçar o heroísmo suicida de seu exemplo: “seja você mesmo, até as últimas consequências”. Seja você. Não seja “James Joyce”.

O culto a Joyce é hoje quase uma religião literária. A editora Naxos Audiobooks acaba de lançar o Ulisses numa caixa com 22 CDs, lidos por Jim Norton e Marcella Riordan, com fotos e estudos. (O preço, para quem se dispuser, é de 149 dólares). 

Na esteira desta fama, surge outro equívoco: o marginal transformado em monstro sagrado; o rebelde erigido em modelo; o destruidor-de-regras que passa a servir de manual-de-instruções. 

Por outro lado, o excesso de interpretações eruditas de sua obra dá a impressão de ser ela uma arca-de-noé de erudição, quando é uma das obras mais intuitivas, menos cerebrais da literatura. Para visualizar quem foi Joyce, leiam os contos de Dublinenses e o romance Retrato do artista quando jovem. A leitura de Ulisses ou Finnegans Wake é um caminho-de-São-Tiago literário. Só vá se achar que a perna aguenta.

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Tempo

Paulo Roberto Pereira/1953/2018 – Pablito Pereira. © Lina Faria

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Fraga

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Elas

meu-tipo-inesquecível-lina-wetmullerLina Wertmüller,  italiana roteirista e diretora de cinema, mais conhecida por seus filmes The Seduction of Mimi, Swept Away, e Sete Belezas, Film d’Amore e d’Anarchia. Ela foi a primeira mulher nomeada para um Oscar de Direção para Sete Belezas.  © Reuters

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Mais folgado que cama de viúva.

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