Tempo – Cine Passeio

O cartunista que vos digita, Miriam Karam, Elói Pires Ferreira e Teia Werner, fim de tarde, com cafezinho, pipoca, filmes e amigos, em algum lugar do passado. © Fernanda Castro

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The Kiss. © Jan Saudek

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Faltam votos

Até a noite de terça-feira (4), a base do governo na Câmara calculava que o texto da reforma tributária, do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), contava com o apoio de 250 a 260 deputados. Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários no mínimo 308 votos.

Além dos votos de partidos de esquerda – com exceção do PSOL – a matéria conta com a maior parte dos votos do blocão formado por MBD, PSD, Republicanos e Podemos, segundo disse ao Bastidor um parlamentar do grupo.

O problema está em outro bloco, o maior da Câmara, que reúne o União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota. É onde faltam votos.

Deputados do Centrão comentam a possibilidade de o texto da reforma tributária ficar para a próxima semana ou para agosto. Adiar para o segundo semestre é, para o governo e para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o pior dos cenários. “Se não for agora, esquece”, resumiu ao Bastidor um deputado envolvido nas discussões.

Durante toda a terça, governadores e prefeitos estiveram no Congresso para pressionar os deputados pelo adiamento da pauta. Ouviram de Lira que a PEC será apreciada no plenário após as aprovações do projeto de lei que reestabelece o voto de qualidade do Carf e do novo arcabouço fiscal.

O arcabouço fiscal é tido como o menor dos problemas. No caso do Carf, deputados do Centrão e da oposição consideram um erro a tramitação em regime de urgência porque impede que a reforma tributária avance. Há parlamentar que apoia o texto de Ribeiro, mas é contra as mudanças do Carf. “Entendemos que, com a reforma, não precisa votar o Carf”, disse um parlamentar da oposição.

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Nova sede

Venha conhecer a nova sede e deixar sua assinatura no nosso mural. É dia 6 de julho, das 19 às 22 horas, na Rua Conselheiro Laurindo, 825 sala 411.

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Ilíada

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Mural da História – 2009

mau-cheiro

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Mural da História

Retrato feito numa bolacha pelo Rogério Dias, noite fria, em companhia do Leminski no Café Poesia, em algum lugar do passado.  Lucilia Guimarães

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Tudo o que você nunca quis saber sobre sexo

Os gambás se suicidam cheirando um lenço embebido em perfume francês falsificado ao perceberem que a impotência está a duas quadras de distância.

As samambaias do litoral são as únicas plantas que não sentem atração nenhuma por cadeiras coloniais, mas são capazes de amar intensamente qualquer frasco de água de colônia.

As focas, ao chegarem à praia, dão uma rápida reboladinha e se mandam para a Nigéria, que é o local mais indicado para elas, nesses momentos de intenso prazer.

As vacas argentinas, ao serem curradas pelos touros uruguaios, sentem na carne a opulência do macho, a não ser que ele esteja do outro lado da cerca.

Os contos eróticos noruegueses, depois das cinco da tarde, perdem completamente a noção do tempo.

Um jacaré, por mais experiente que seja, não sabe o que é um peitinho intumescido.

Os lagartos hipocondríacos não sabem distinguir um maço de salsão de um espanador.

O cão pequinês, ao sentar num rolo de arame farpado, torna-se irreverente e petulante e imediatamente começa a pronunciar palavras de baixo calão, esfregando a orelha num frenesi incontrolável.

Os pintores renascentistas, ao descobrirem os marsupiais, acabavam com a vida em rápidas pinceladas.

Depois do terceiro uísque o javali é um animal insuportável.

O óleo de fígado de bacalhau é o afrodisíaco mais usado pelos macacos da esquerda radical, na África.

As colheres, ao contrário do que se pensa, não têm uma vida sexual ativa. Quando muito, conseguem obter orgasmo apenas três vezes durante a vida, dois deles dentro de pratos de sopa requentada.

Os grilos machos, no verão, permanecem em silêncio e com a luzinha apagada a noite toda, com a finalidade de atrair a parceira que se encontra a milhares de km de distância e não sabe que o macho apagou a luz mas ainda não foi dormir.

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Retratos

Bruna Linzmeyer.  © Jorge Bispo

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C’est la vie!

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Flagrantes da vida real

Aquele abraço! © Maringas Maciel

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Séquisso

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© Orlando Pedroso

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Vertigem, salto no escuro. O mundo vira literalmente de cabeça para baixo. Sensação de voo, mas queda livre. Nada segura, nada sustenta, nem a respiração lenta que pausa o movimento.

Sem estabilidade, firmeza, chão. Neste momento as palavras caem como estrelas, cobrem o corpo inundado de incertezas. A falta de equilíbrio inverte a paisagem horizontal, formal, linear. Encontro um novo caminho.
Deito, fecho os olhos e lembro que quando isso acontece as cores mudam, as dimensões aumentam, os sentidos chegam mais longe, o livro que estava em cima da mesa cai, como uma folha da árvore.

Cada objeto distrai da sua função, as coisas mudam de lugar e dançam no escuro. O medo vem em forma de vento forte, daqueles que só se veem em dias de tempestade. Mudanças, presságios, sonhos em que se sente a respiração e a textura da pele.
Em um tempo que não sei calcular – acredito que seja instantâneo, embora pareça uma eternidade – um labirinto de vozes, coisas, nomes, palavras ressoa em meus ouvidos. Como zumbido de insetos quando invadem uma plantação.

Permaneço inerte nesse estado próximo à vigília, percorro os caminhos que possam chegar aos lugares mais distantes, abro as janelas, deixo o vento entrar pela porta, escrevo mais um capítulo nas silenciosas manhãs tingidas de branco – quando abre, quase sem querer, a página do livro de Mário Quintana onde está escrito: “sonhar é acordar-se para dentro”.

Revista Ideias|176

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Museu Oscar Niemeyer realiza exposição do artista Bispo do Rosário

A exposição “Sonoridades de Bispo do Rosário”, com mais de 100 obras, estará disponível ao público a partir de hoje, na Sala 6 do Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra coloca o legado de Arthur Bispo do Rosário em diálogo com outros artistas cujos processos criativos foram influenciados por ele e pela convivência com a Colônia Juliano Moreira, onde Bispo do Rosário passou a maior parte da vida como interno. A curadoria é de Luiz Gustavo Carvalho.

“Ao realizar esta exposição, o MON propõe ao espectador uma profunda reflexão sobre o que é arte e o seu papel transformador”, comenta a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika.

“Celebrado e reconhecido postumamente no Brasil e no exterior, num processo incomum, ausente de formação acadêmica, Bispo do Rosário produziu a partir de materiais inusitados, transformando sua genialidade em instalações surpreendentes, comparáveis à obra de Marcel Duchamp ao mostrar que a arte é possível também a partir da simplicidade de objetos do cotidiano”, afirma.

Evocando os aspectos sonoros e poéticos presentes na obra do artista, os diversos objetos, instalações, colagens, assemblages e estandartes presentes na exposição dialogam com a obra visual, performática e poética de outros artistas que integram a exposição, deixando evidente o impacto de seu legado no cenário da arte contemporânea.

São eles: Antônio Bragança, Stella do Patrocínio, Leonardo Lobão, Paulo Nazareth, Marlon de Paula, Rick Rodrigues, Eduardo Hargreaves, Fernanda Magalhães e Guilherme Gontijo Flores.

Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) foi interno da Colônia Juliano Moreira (RJ), um dos maiores hospitais psiquiátricos do país no século passado, durante boa parte de sua vida. Carregou vários estigmas de marginalização social ainda vigentes em nossa sociedade – negro, pobre, louco, asilado em um manicômio – e conseguiu, na sua genialidade, subverter a lógica excludente proposta, a partir da sua obra.

A sua cela no Núcleo Ulisses Vianna, em vez de ser um lugar de confinamento, passou a ser ateliê e espaço de investigação. “Ele defendia os seus trabalhos com obstinação (…). Em um mundo ensurdecido pelo caos da normalidade e no qual as vozes são abafadas, Arthur Bispo do Rosário vê a necessidade de gritar”, explica Carvalho.

Durante anos, o artista desfiou os uniformes azuis do hospício, em um ato de subversão e lucidez contra a prisão manicomial, para em seguida transformá-los, bordando, rebordando, juntando, consertando, escrevendo, ocultando e criando catálogos e cartografias que ultrapassam as fronteiras entre o real e o imaginário, o visível e o invisível, o consciente e o inconsciente.

“Não podemos deixar de perguntar: como foi possível a uma pessoa que passou décadas enclausurada em um sistema manicomial que via como regra a exclusão do indivíduo ter nos legado uma obra de importância singular, em âmbito mundial, em pleno século 20?”, indaga o curador da exposição.

Centenas de exposições nacionais e internacionais feitas ao longo das últimas décadas em torno do seu trabalho mostram o incrível alcance de sua obra. Bispo do Rosário foi tema de livros, filmes e peças de teatro, entre outras vertentes artísticas.

SOBRE O MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço: Exposição “Sonoridades de Bispo do Rosário”|A partir do dia 5/7|Sala 6

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