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Tou pouco me lixando

RATINHO JÚNIOR pode imitar o colega Tarcísio de Freitas e, original, dizer “tou pouco me lixando” para os escândalos de sua área de influência, como o caso da propina da assembleia legislativa. O paranaense que o elege irá aplaudir e o mote ainda vira jingle de campanha.

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Na Espanha, como os espanhóis

© Beto Bruel

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Ilustração-Colagem para a capa do livro “Oppenheimer” para a Art Source, Inc. Publisher, NY – (2023)

Oswaldo Miran

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René Ariel Dotti por inteiro – parte V

O delegado cumpriu rigorosamente a palavra dada. Depois de colher os depoimentos, liberou todos os trabalhadores e mandou intimar o proprietário do imóvel para depor no dia seguinte. Voltei para a Secretaria, eram mais de oito da noite. O professor René respirava aliviado. Mas disse: “Amanhã começamos uma nova guerra. Vou desapropriar o imóvel e salvar o Teatro. É o mínimo que o secretário da Cultura pode fazer. Não assumi o cargo, me licenciei da advocacia, para permitir uma barbaridade dessas!”. “Maktub”.

Foi uma guerra pesada. Na manhã seguinte, o Sidney foi na Prefeitura e pegou a indicação fiscal do imóvel. Para desapropriar, o valor da indenização, depositado com a petição inicial, tem que ser em dinheiro e baseado no valor venal. A quantia espelhada na indicação fiscal do imóvel era portentosa para os parcos cofres da Cultura. O prédio, que precisava de várias reformas, não valia muito, mas o terreno, imenso, no bairro São Francisco, era uma fortuna. A Secretaria, para variar e em tempos “colloridos”, não tinha todo o dinheiro. Com mais de quarenta anos de advocacia nas costas, René Dotti não se assustou, mas como notável criminalista, resolveu tomar suas cautelas. Pediu uma ligação para o Requião, que já sabia de toda a história, e expôs que iria desapropriar o imóvel. Disse que tinha receio que o proprietário, no uso de seus direitos, requeresse um alvará de demolição. Requião, sempre solícito e amável com o professor René, disse que iria verificar a situação. Quinze minutos depois, estávamos vários na sala do professor, a secretária avisa pelo viva voz: “Prefeito Requião na linha dois”. Todos tremeram na base. O professor René atendeu, deixou o viva voz ligado, e o Requião deu a notícia que não queríamos ouvir: “Acabaram de entrar, não faz dez minutos, com um requerimento de alvará de demolição. Pela lei, o Secretário de Urbanismo tem trinta dias para despachar, já ordenei para ele segurar até o último dia”. O professor agradeceu a presteza e diligência do alcaide e desligou. Em seguida, René Dotti decretou: “Temos 29 dias para desapropriar o teatro”. Desapropriamos em 15. Mas a guerra foi pesada.

Naquela mesma manhã, o professor René me pegou pelo braço e fomos à Procuradoria Geral do Estado. Lá, ele narrou o caso para o procurador-geral, doutor Wagner Brússulo Pacheco, seu querido colega advogado e amigo de longa data. Terminada a narrativa, o doutor Wagner disse que tínhamos chegado na hora certa. Havia encontrado com o Wilton Vicente Paese no corredor e que ele, grande especialista em desapropriações, era o procurador ideal para a missão. Tinha razão. Paese, meu veterano na Faculdade, ex-presidente do Centro Acadêmico Hugo Simas, conhecia a matéria como ninguém. Quando entrei na PGE, fui trabalhar no mesmo setor que ele. Nas horas de aperto, eu pedia ajuda e ele nunca faltou. Chamado à sala do procurador-geral, Paese ouviu o caso e disse que o primeiro documento que precisava era a certidão do Registro de Imóveis. Depois, examinado o teor da mesma, me ligaria para apresentar a relação dos faltantes. Saímos dali e o professor René disse: “Os cartórios de Registro de Imóveis pedem três dias para fornecer uma certidão. Vamos lá e arrancamos na hora. Você entrega para o doutor Paese ainda hoje”. Fomos e arrebatamos a certidão em 15 minutos, depois de uma conversa do professor com o titular do Registro de Imóveis. O professor ficou na Secretaria e eu voltei na PGE com a certidão e entreguei ao Paese. Ele leu o documento e fez uma cara feia. “Paulo, a Lei de Registros Públicos é de 1973. Foi ela que instituiu a matrícula dos imóveis. Este imóvel a ser desapropriado é muito antigo. Não tem matrícula, é transcrição. A descrição do imóvel, com a testada, confrontantes, fundos e metragem total não consta da transcrição. Aqui diz apenas que é um imóvel com frente para rua Treze de Maio e fundos para o Largo da Ordem. Vocês vão ter que providenciar um memorial descritivo. Assim consigo descrever com exatidão o imóvel na petição. Do contrário, o juiz pode encrespar, afinal, como vai ter certeza que estão desapropriando o imóvel correto?”. Continue lendo

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Dicionário Aldebarã

O planeta de Aldebarã-5 tem uma civilização influenciada pelos colonizadores terrestres.  Seu vocabulário exprime as características da natureza do planeta e o seu modo de observar os fenômenos da psicologia e da cultura.  Confiram os verbetes abaixo, recolhidos, meio ao acaso, do Pequeno Dicionário Interplanetário de Bolso.

“Ospronk”: sonhos que constam quase totalmente de experiências corporais: a sensação de estar sentado num lugar banhado de sol, de tocar numa parede que vibra, de ter os cabelos remexidos por um vento forte… a tal ponto que é impossível narrar o sonho em palavras, porque mesmos as palavras que usamos não guardam nenhuma relação com a sensação que pretendem descrever.

“Corduflans”: certas explicações improvisadas que as pessoas dão ao serem apanhadas de surpresa numa situação qualquer, sem tempo para preparar uma versão convincente; e depois é preciso distorcer uma porção de fatos ou de relatos para que nada daquilo entre em contradição com a explicação que foi inventada sem muito preparo.

“Amburo”: pequeno fogareiro escavado no chão de terra, nas cabanas do interior, sempre cheio de cinzas e brasas, para aquecer comida. Em muitos lugares serve também como disfarce para o local onde estão enterradas jóias, dinheiro, economias da família, etc.  Como o uso de tal disfarce é tradicional e de conhecimento público, gerações sucessivas de pessoas o descartam, por inútil, e depois voltam a adotá-lo.

“Smirro”: tarefas úteis executadas coletivamente e sem pressa, como derrubar uma árvore, remover uma pedra, aterrar um brejo. Cada pessoa que passa pelo local faz um gesto: o machado fica ao lado da árvore para qualquer um dar um golpe, a pedra fica ao longo da estrada para qualquer um revirá-la uma vez, há uma pá perto do brejo. Subentende-se que é proibido uma pessoa sozinha assumir o trabalho; tem que ser feito por todos.

“Chussamp”: pequenas canções meio narrativas, com letras absurdas e engraçadas, cantadas sempre numa mesma cadência, e que servem de marcador de tempo para algumas tarefas domésticas, principalmente na cozinha. Cantar do princípio ao fim Eu Vi Vocês na Corda-Bamba marca o tempo ideal de preparação do chá de zuinn, que tem um bom efeito sobre a atenção e aumenta a nitidez na vista.

“Ankh-ankh”: cavalos ou cães um tanto rebeldes que passam a ser repassados para sucessivos donos, a fim de serem amansados de acordo com um pequeno menu de regras básicas que todos tentarão aplicar, até que o animal é devolvido ao dono original. Por trás desta prática vigora o princípio de que, tal como um animal, uma pessoa tem que ser educada pela coletividade inteira, e não apenas pela sua família de origem. Continue lendo

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Mural da História – 2016

flagrantes-da-vida-realDreadlocks, com tudo na cabeça.  © Maringas Maciel

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Campanha por eleições diretas

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Acabou para Robinho

A Polícia Federal prendeu o ex-jogador Robinho em Santos, litoral paulista. O mandado foi expedido pela Justiça Federal no fim da tarde desta quinta-feira (21), um dia depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologar a sentença que o condenou a 9 anos de prisão, por participar do estupro coletivo de uma jovem albanesa numa boate na Itália em 2013.

Logo depois da decisão do STJ, a defesa de Robinho recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que a homologação extrapolava os limites da jurisprudência da corte. Na avaliação dos advogados, os ministros não teriam competência para determinar a prisão imediata do ex-jogador.

No STF, o ministro Luiz Fux indeferiu o pedido de habeas corpus. “Considerados os fundamentos expostos ao longo deste voto, não se vislumbra violação, pelo Superior Tribunal de Justiça, de normas constitucionais, legais ou de tratados internacionais, caracterizadora de coação ilegal ou violência contra a liberdade de locomoção do paciente”, afirmou.

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Mural da História – Los 3 Amigos

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O presente de Cid

As reclamações do tenente-coronel Mauro Cid contra a Polícia Federal e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, divulgadas pela revista Veja, podem não dar em nada em termos jurídicos, mas já rendem à oposição bolsonarista um atraente discurso político.

A poucos meses da campanha para as eleições municipais, num momento de baixa na popularidade do presidente Lula e de demonstração de força de Jair Bolsonaro após o evento de fevereiro em São Paulo, os bolsonaristas poderão dizer que Bolsonaro é uma vítima perseguida por Moraes e até defender a anistia para quem tentou dar um golpe de Estado.

O discurso pela anistia dos presos e condenados pela barbárie de 8 janeiro, em Brasília, já corre fácil pelo Congresso e pelas redes sociais. Em geral, o sistema é o mesmo: fala de um dos presos como uma pessoa comum, uma mãe ou pai, e diz que esta pessoa deixou uma família sozinha, etc.

Para incluir Bolsonaro e até Mauro Cid como vítimas de Moraes é um pulo relativamente simples, a ser dado num futuro próximo. A base será questionar se Cid disse tudo o que disse porque é verdade ou porque foi coagido pela Polícia Federal – o mesmo argumento, aliás, usado por empreiteiras punidas por corrupção pela operação Lava Jato e recentemente reabilitadas por decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo.

Se o discurso já deu certo na Lava Jato, aos bolsonaristas não custa tentar.

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Tabuleiro

© Crud Stuart

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Mural da História – Solda vê TV (2010)

Curitiba, com seus mais de trezentos anos nas costas, tem que ter maturidade e coragem suficientes para sair um pouco da frente da TV e assumir a sua porção Solda. E essa porção não é pequena. Na verdade, é uma poção. Uma poção mágica que se chama Luiz Antonio Solda. Solda, poeta de muitas artes, um verdadeiro mestre, assombra Curitiba e o Brasil com seu talento multimídia (muito antes dessa palavra existir) no cartum; na caricatura; no texto de humor; no planejamento gráfico e ditorial; no texto, direção de arte e produção eletrônica em propaganda; no jornalismo; na programação visual do carnaval de rua.

Há ainda o Solda dos palcos, compositor, músico, letrista, o Solda ator, dramaturgo, na vanguarda, fazendo um teatro que hoje em dia até parece normal. Mas nos idos de 1973, rendeu dor de cabeça e incompreensão, naquelas épocas obscuras, mas deixou muitos filhos, que hoje podem caminhar à luz do sol e dos refletores.

Solda, cartunista multipremiado, citado aqui e no mundo, de Nova Iorque até por detrás da extinta cortina-de-ferro. Solda do traço, da graça, do capricho, louvado até pelo santo Ziraldo, em rede nacional a cores e ao vivo, como um dos expoentes das décadas de 70 e 80.

Solda, cartazista preferido por 9 entre 10 estrelas do teatro que estiveram ou estão em cartaz. Solda, que começou na propaganda em Curitiba quando ainda se amarrava pacote de carne pra cachorro com linguiça. Solda foi da geração heróica que introduziu na propaganda de Curitiba, hoje uma das mais avançadas, o bisturi da sutileza, do respeito ao consumidor, dos códigos avançados que somam com os demais códigos a procura de uma civilização melhor. Solda, único no mundo a colorir centenas de fotos à mão para um longa metragem de Sylvio Back.

Solda, da presença pessoal inesquecível, marcante, inimitável, da mímica brilhante e do discurso desconcertante e vigoroso, que com raríssimas aparições públicas, é hoje uma figura mitológica, cercado de lendas e folclores.

Solda, citado, copiado, plagiado, multiplicado, dividido, fracionado, roubado, mas sempre soldado novamente por seus fiéis e incondicionais amigos e admiradores. Veja o que ele vê por você: Solda vê TV. Mas cuidado: pode ser de verdade: Deus TV.

Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado.

Texto de apresentação da Exposição Solda vê TV, março, Café Parangolé, 2010.

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