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Wilson Bueno
Um flâneur, um vagau em andanças sem destino, ora escandaloso como Jean Genet, libertino como Rimbaud, ou recatado feito um cavalheiro vitoriano. Hamilton Faria
Publicado em Wilson Bueno
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Um precedente para Dallagnol
Deltan Dallagnol continua em demanda de seu mandato. Já fez três comícios, sempre em Curitiba (?pré campanha para prefeito?), o último na frente do MPF, voltando ao lugar dos supostos desvios – supostos, note bem – que levaram à sua cassação. Se não for na justiça, será na corregedoria dos deputados, seu último refúgio. Diz que conseguirá, “pois já se fez antes”, palavras suas. Verdade, é a jurisprudência do precedente, que surge e ressurge para limpar a barra de políticos. Mas há precedente para o que levou à cassação de Dallagnol?
Nosso ex-deputado tem razão, em tese. O Congresso é uma casa de tolerância, na definição de Carlos Lacerda, um de seus expoentes. Lá se tolera tudo, de ladrões a homicidas, inclusive o deputado-coronel PM que comandava o esquadrão da morte que executava com serra elétrica. Mas Dallagnol é ave de outra plumagem, que cometeu o crime hediondo para os políticos: processá-los, prendê-los e ousar fazer parte de sua casa, a casa onde agora busca a tolerância para expiar o pecado de punir seus pares.
Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário
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Tutti-Frutti
Pra pedir silêncio, eu berro. Pra fazer barulho, eu mesma faço.
Fraga
Publicado em Sem categoria
Com a tag biscoito fino, José Guaraci Fraga, porto alegre
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Rui Werneck de Capistrano
1. A camada de ozônio, por suas espessas paredes e dezenas de quartos, é cativeiro perfeito para qualquer quadrilha de sequestradores.
2. Se se pegar um obelisco de grande porte no colo, ouviremos ele pronunciando nitidamente as quatro palavras mágicas que dão direito a concorrer a um microcomputador, Intel inside, no Juízo Final.
3. Um livro com dial, alto-falante e carregado com 4 pilhas comuns pode perfeitamente ser rádio de pilhas e não livro.
4. A mosca não voa. Ela, por processo desconhecido da Física, afasta o solo de perto do corpo e fica flutuando, com direito a várias voltas no ar.
5. Um foguete interplanetário pode, se o piloto obtiver permissão, fazer paradinha rápida na Lua para lanche.
6. Um ser humano tem condições de enxergar melhor do que um felino na escuridão, desde que acenda a luz.
7. Custou 40 milhões de dólares o transporte das duas estátuas do deus-rei Ramsés II que poderiam se afogar por causa da barragem de Assuão, no rio Nilo. Nem perguntaram se ele sabia nadar.
8. Os habitantes do alto dos Montes Pirineus teriam descoberto o caminho marítimo para as Índias se o oceano chegasse até lá e eles fossem povo marítimo.
9. Os rinocerontes foram quase dizimados quando espalharam a notícia de que o cérebro deles era afrodisíaco. O chefe da expedição admitiu que podia ser verdade, porém o cérebro devia ser transplantado na cabeça do homem na véspera do solstício de Verão, mas nessa época os rinocerontes estavam todos na praia. Em vista disso, os homens passaram a usar úbere de hiena enrolado no braço esquerdo para atrair sexualmente as mulheres.
10. Um costume antigo das ilhas Malvinas consistia em chicoteio das nuvens que desobedecessem a ordem de recolher ao pôr-do-sol.
11. Os dinossauros foram extintos porque não couberam na Arca de Noé.
12. Os animais carnívoros geralmente dispensam as saladas quando vão a restaurantes de rodízio carnes.
13. Uma corrente de água subterrânea sofre muito com a luz caso tenha que subir à superfície da Terra. Foram constatados diversos casos de fotofobia nas correntes de água da Califórnia.
14. No fundo do poço lendário de ilha perdida no meio de oceano nunca divulgado existe tesouro de inestimável valor. Pelos três motivos, reza a crendice popular, ele nunca será mensurável.
15. Morey Shawn, hipnotizador irlandês, olhou-se por dois minutos no espelho e virou uma galinha. Fontes bem informadas dão conta de que ele estava apaixonado pela vizinha e só pensava nela.
16. Birgit Strong, na verdade, se chamava Rosemary Perrault e era adventista.
17. Você tem cinco motivos reais para pensar em sexo o tempo todo. Os outros são apenas provenientes da falta do que fazer.
18. Se duas mulheres da ilha Papuásia desejam o mesmo homem, e ele não se decide por nenhuma delas, atiram-no do alto do morro dentro do mar. E fazem a maior festa com os turistas.
19. Foram encontrados dois pergaminhos de 30 mil anos na Galiléia. Os decifradores ficaram decepcionados quando, depois de dez anos, chegaram à conclusão de que eram apenas resultados do jogo do bicho.
20. Todos os alimentos enlatados passam por treinamento para prender a respiração até serem retirados do claustro.
21. Descobriram por que motivo o elefante não pode ser enlatado: sofre de claustrofobia.
22. A palavra Argamassa só tem a vogal ‘a’ e quatro consoantes.
23. Escavações realizadas em Pompéia, milhares de anos depois da erupção do Vesúvio, mostraram que os habitantes não tinham geladeira.
24. Briga de formigas pode durar até a morte de uma delas, caso não cheguem a acordo para ir tomar cerveja.
25. Certa vez, Virgínia Woolf perdeu uma moeda de um penny.
*Rui Werneck de Capistrano não existe e não está nem aí
O riso sempre brota de uma falha
Não podemos lidar com o desconforto intrínseco ao humor de forma autoritária
Pense numa piada, caro leitor. A primeira que lhe vier à mente. Há grandes chances de que um personagem ou o contador esteja se dando mal. Isso porque rir é diferente de sorrir, e humor é diferente de alegria.
Segundo o filósofo francês Henri Bergson, o riso brota de uma falha inesperada dentro de uma sequência lógica previsível de acontecimentos.
Por isso rimos quando alguém tropeça ou quando o palhaço retira a cadeira no momento em que seu companheiro de picadeiro iria se sentar. Ou seja, rimos de um desconforto, rimos de intenções frustradas.
Ora, tal mecanismo tem em si um forte aspecto político e social. Afinal, o debate público, pelo menos em regimes democráticos, se constitui pela crítica a figuras de poder e a ideologias diversas. Se não gostamos de uma piada, somos livres para criticá-la. Podemos até nos juntar com outros descontentes e promover boicotes ao trabalho do comediante que nos deixa incomodado.
Contudo não podemos aceitar que o Estado se arvore a proibir piadas. Mas foi exatamente o que ocorreu com Léo Lins. Uma juíza determinou não apenas a retirada de seu show do YouTube como proibiu o comediante de fazer humor sobre temas ligados a minorias. Nossos juízes viraram telepatas: “Não sei que piada você fará, mas será criminosa”. Em casos de calúnia, injúria e difamação contra indivíduos, esses têm todo o direito de acionar a Justiça. Mas apontar falhas em ideias, conceitos e ideologias de grupos sociais ou políticos deve ser um direito salvaguardado em qualquer democracia. Os tais grupos podem reagir, seja criticando, seja produzindo humor, como já acontece.
Alega-se que piadas geram crimes (“piadas matam”). Mas isso é deveras abstrato para servir como tipificação. Qual mulher foi assassinada por causa de piadas machistas? Onde, como morreu? O Judiciário deve lidar com fatos, sob risco de extrapolar sua função e infringir direitos.
Deixemos que, na seara do humor, a sociedade civil resolva suas falhas, até mesmo rindo delas.
Publicado em Lygia Maria - Folha de São Paulo
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Piauí
Dodó Macedo e Érico Junqueira, Salão Internacional de Humor do Piauí, outubro, 2006. © Vera Solda
Publicado em amigos
Com a tag 2006, salão internacional de humor do piauí, vera solda
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Flagrantes da vida real
A Fonte da Juventude. © Maringas Maciel
Publicado em Flagrantes da vida real
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