Fraga

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Inesquecível

Olga Maria Bruel Marques, Curitiba, 1945|2010. © Beto Bruel

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Frasista, eu?

Frasista que sou, certo dia fiz uma frase que achei tão boa, tão boa, que até deu aflição: será mesmo minha? Como sempre acontece quando crio algo, dá uma sensação gostosa misturada com o receio de estar apenas repetindo alguém muito mais talentoso. Vai ver o inconsciente guardou em priscas eras e me pregou uma peça trazendo-a lá debaixo dos jurássicos escombros.

Bem, achei o aforismo realmente bom. Curto, redondo e certeiro, como deve ser um bom provérbio. Perdoe se aqui me estendo! Pensei que ajudaria a vida das pessoas que lessem, daria alento ao seu dia a dia e tornaria o mundo melhor. Todo autor se sente, é certo, um deus dominando tudo do alto de sua escritura. Ou, um rei distribuindo benesses. Ou, até menos, um presidente do Brasil baixando decreto-lei ou medida provisória. No meio da alegria pela frase feita, pensei: será que as pessoas vão rir de mim e me achar pretensioso e… ridículo? Como estava sozinho, vibrei. Ao mesmo tempo, pressenti a vergonha de ser desmascarado por algum sabido de plantão: “Ah, essa é do Millôr!” Por isso, nunca a publiquei.

Ela se espalhou pelo mundo todo, boca a boca. Já faz muito tempo que a fiz e ela virou frase banal, carne de vaca, no meio de milhares de outras banais que povoam almanaques, agendas, livros de auto-ajuda, cartões de Natal e Ano-Novo e meus livros. Dessas que somem num piscar de olhos. A minha é muito citada, todavia sem força nenhuma. Atribuem até a outro autor como aconteceu com muitas outras. Modéstia à parte! Essa nunca surtiu o efeito que eu esperava: aquela coisa definitiva e retumbante, que bate na cabeça das pessoas e ilumina.

E as faz tomarem consciência imediata da verdade contida nela. Modéstia bem à parte! Bem, o tempo passou bastante. Ainda assim tenho certo receio de revelar a frase e ser acusado de farsante e impostor. E corar de vergonha! Em todo caso, vou dizê-la para me penitenciar e, vá que seja, te dar força e alegria. Duvido, no entanto, que ela faça pelo menos cócegas no cérebro e te faça vibrar e se iluminar. A frase? Ah, é… “Amai-vos uns aos outros” Por que está rindo?

*Rui Werneck de Capistrano é frasista de A a Z.

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No churrasco da firma a carne servida é a sua

Se empresa fosse família, seria aquela na qual era melhor não ter nascido

Faz algum tempo que a palavra família circula no mundo corporativo como se fosse a coisa mais natural do mundo. A analogia traz algumas contradições interessantes. É difícil imaginar uma família na qual todo mundo trabalha suado pelo luxo extremo de poucos. Geralmente acontece o contrário: os pais se esfalfam para dar conta da renca de filhos e idosos sob seus cuidados. Isso significa que os mais frágeis, em condições de maior dependência, são os mais assistidos. Nada mais inapropriado para pensar as empresas e sua lógica cumulativa de distribuição ultra desigual.

Laços familiares seriam baseados em amor e abnegação, mas, sejamos honestos, quantos colegas te doariam um rim? A competição e a cooperação são próprias das relações entre parentes, principalmente irmãos, mas as rasteiras que ocorrem nas empresas só são comparáveis ao que se passa em famílias notáveis pela disfuncionalidade. Se empresa fosse família, seria aquela na qual era melhor não ter nascido, como em “Succession“, “The Crown” e outras encenações da família-empresa. Aquela na qual você vende a alma para permanecer no jogo e não consegue mais sair por não ter alma para se sustentar fora dele.

Chefes abusivos, injustos ou sacanas e empresas com objetivo de extorquir a força de trabalho em troca de um contrato mal remunerado e sem garantias são a regra. Mas essa não é a única fonte de sofrimento. Um dos maiores ataques à saúde mental é o não reconhecimento da experiência, o desmentido que nos faz duvidar de nós mesmos. Nesse caso, muitas vezes o sujeito só consegue responder com o sintoma. A negação da exploração —embutida na ideologia da empresa-família— é tão preocupante quanto às más condições de trabalho.

Adoecer pode ser uma saída honrosa para uma situação indigna de trabalho. Inclusive o glamourizado: como posso estar sofrendo quando trabalho numa empresa que tem mesa de pingue-pongue, sala com pufes, horários flexíveis e uma decoração de parque de diversões? Não é o que todo mundo queria?

Para muitos resta a saída pelo diagnóstico de depressão e ansiedade. Ele surge como misteriosas condições trazidas pela falha dos neurotransmissores. Se está tudo bem e eu estou mal, devo estar fazendo algo errado. Faltou yoga, sal do Himalaia, meditação, psicanálise, triatlon! Poucos se perguntam se faz algum sentido trabalhar num esquema no qual se é totalmente descartável ao mesmo tempo em que se vende a ideia de alegria, trabalho coletivo e meritocracia.

Quando as pessoas se queixam de que a geração Z é menos propensa ao mercado de trabalho atual e à aquisição de patrimônio, esquecem de se perguntar a que esse comportamento responde. São jovens que viram os mais velhos se dedicarem ao trabalho de forma insana para chegarem na velhice com poucas perspectivas de uma aposentadoria decente. O tempo de aproveitar a vida, esse que se projeta para depois da árdua jornada em busca de estabilidade, se mostra pouco promissor para essa geração.

Outra questão é que o acúmulo de bens, tão valorizado entre nós, não se organiza mais no eixo carros-imóveis-previdência. Os jovens já não se imaginam lutando anos pela aquisição cada vez mais improvável desse patrimônio. Sendo geração que entendeu que o fim do mundo está sempre à espreita, só lhes resta viver o agora.

Por fim, se empresa fosse família, funcionários herdariam algo no final. Mas no mundo da uberização, nem indenização se pode esperar.

Ambientes saudáveis se fazem com justiça, lealdade e transparência. O resto vale tanto quanto o copo de plástico no churrasco da firma, na qual a carne servida é sempre a do funcionário.

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Pra não esquecer

George Floyd|1973|2020

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Joelho de Porco – México Lindo

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Puppet. © Jan Saudek

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Sessão da meia-noite no Bacacheri – Dois filmes de Steven Soderbergh

Kimi (2022). E se cada respiração, cada som, cada momento fosse registrado? Durante a pandemia do COVID-19 em Seattle, uma agorafóbica que trabalhar com tecnologia descobre evidências de um crime violento ao revisar um fluxo de dados e encontra resistência e burocracia quando tenta denunciá-lo à sua empresa. Para se envolver, ela percebe que deve enfrentar seu maior medo saindo de seu apartamento e indo para as ruas da cidade, que estão cheias de manifestantes depois que a Câmara Municipal aprova uma lei que restringe os movimentos da população sem-teto.

Em Distúrbio – Unsane – (2018) Sawyer Valentini (Claire Foy) está sendo perseguida por um perigoso stalker virtual (Joshua Leonard). Ao tentar recorrer à ajuda legal, ela é involuntariamente cometida à uma instituição mental onde é confrontada pelo seu maior medo – mas é real ou apenas um produto de sua ilusão? O filme todo foi feito com  celular.

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Tatiana Penskaya.  © Zishy

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Pausa para o retiro

Lula dá uma pausa nas questões domésticas na terça-feira (30), para se dedicar ao retiro dos líderes da América do Sul, que é como tem chamado o encontro em Brasília com 11 dos 12 presidentes da região.

Somente o Peru não vai enviar seu chefe de Estado, porque enfrenta uma crise política desde que o então presidente Pedro Castillo tentou dar um golpe de estado.

Lula espera se firmar como líder do continente, principalmente nos diálogos com Estados Unidos e Europa. Para isso, conta conseguir certo consenso em temas que lhe interessam, como meio ambiente e mudança climática, uma de suas principais pautas no exterior; o combate ao crime organizado, que acredita ser um assunto de interesse de todos os presentes; e a defesa de um cessar-fogo imediato entre Rússia e Ucrânia, outro tópico sobre o qual tem se dedicado.

Em suas falas no exterior, mais de uma vez Lula citou a América do Sul como exemplo de continente que não busca a guerra, preferindo resolver seus conflitos por meio da política. O petista quer alinhar discursos entre seus pares para pressionar europeus e americanos – que, segundo acredita, só falam de guerra em vez de buscar o fim do confronto.

Não está prevista uma declaração conjunta ao fim do convescote. O motivo é prático, segundo uma fonte da diplomacia brasileira: criar consenso iria requerer mais do que um encontro —ou retiro.

Os países sul-americanos estão com líderes das mais diversas matizes ideológicas; daí a dificuldade de se criar consensos. Também faltou uma organização multilateral em que se pudesse debater assuntos de interesse comum nos últimos anos.

Havia a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), criada em 2008, mas o organismo foi esvaziado a partir de 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, que via o fórum como lugar de esquerdistas.

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Cartaz do documentário “Jan Saudek – V Pekle Svý Vásní Ráj V Nedohlednu”, de Adolf Zika. 

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Ditadura militar

Anúncio d’O Pasquim no início da década de 1970, satirizando os cartazes distribuídos com fotos e nomes dos terroristas procurados pelo regime militar.

Pra quem não sabe: jornal tabloide editado entre 1969 e 1991, O Pasquim era caracterizado por sua oposição ao regime militar com textos descontraídos, ilustrado com charges e cartuns bem-humorados realizados por cartunistas famosos como Millôr, Ziraldo e Henfil. Chegou a ter tiragem de 200.000 exemplares. 

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