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Reality Shows

Não sei quem batizou de “reality shows” esses programas de TV, mas posso especular sobre suas intenções.  O termo “realidade” deve ter aparecido aí para se contrapor a outro, que poderia ser ficção, encenação, representação, etc. Seria, em tese (sei lá se os autores pensaram assim; estou fazendo aqui a mais arriscada e a mais freqüente das especulações: tentar adivinhar o pensamento de pessoas desconhecidas em circunstâncias ignoradas), um programa em que coisas reais, não-manipuladas, aconteceriam de verdade, diante das câmaras.  Algo mais próximo de um documentário do que de uma novela.

Claro que não é isso que vemos na tela.  O que vemos tem um grau de elaboração e de manipulação igual ao de uma telenovela.  E em alguns casos maior, porque nas novelas os atores são precisam ser manipulados, oferecem-se de bom grado (por um bom salário) para decorar e interpretar aquelas cenas, enquanto que num Reality Show os participantes precisam ser induzidos a algo, precisam morder as iscas que a produção lhes oferece o tempo inteiro pra ver no que vai dar.

Outra coisa: dizer que somos “voyeurs” diante de um programa assim é um uso errado desse termo.  O voyeur é alguém que quer ver sem ser visto, quer espreitar o comportamento de alguém sem que esse alguém saiba que está sendo espreitado, como naqueles bordéis do século 19 em que cavalheiros ricos pagavam para ficar atrás de espelhos falsos, vendo o que os outros clientes faziam na cama.  (Existem, claro, ocasiões específicas em que voyeurs e exibicionistas se relacionam de comum acordo, mas isto é uma variação do fenômeno original.)  Portanto, um Reality Show só forneceria o que promete se os participantes não tivessem a menor idéia de que estavam sendo filmados e assistidos.  Isto faz do filme “O Show de Truman” de Peter Weir o Reality Show por excelência, mesmo que todos os participantes fossem atores e apenas Truman estivesse pensando que aquilo era “a realidade”.

O grau de espontaneidade nesses “shows de realidade” é zero, tanto assim que a produção precisa criar tensões, competições, ameaças, além de produzir festinhas e embebedar os participantes, para extrair deles algum tipo de comportamento que não seja apenas de caras e bocas, ou o fortão olhando o bíceps no espelho.  E na ânsia de fazer os participantes se excederem, é a produção quem se excede, e de repente se vê flagrada numa sinuca qualquer.  É um dos raros momentos, no programa, em que algo acontece sem estar totalmente previsto ou totalmente controlado, pela interferência incômoda da realidade – que é a coisa menos bem-vinda num Reality Show, onde tudo se esforça para apenas parecer real.

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Sites de aposta estão aceitando palpites para qual será o próximo crime da família Bolsonaro

Na esteira dos escândalos envolvendo corrupção nas partidas de futebol, os sites de aposta decidiram diversificar suas atividades, incluindo os crimes da família Bolsonaro e aliados. Quem acertar qual o próximo presente desviado que será descoberto pode levar um kit de joias sauditas.

Quem apostou que a PF iria descobrir que Mauro Cid depositou dinheiro vivo na conta de Michelle ganhou 20 para cada 1 real apostado. Tirando a rachadinha, 18 reais.

Mauro Cid disse que o dinheiro era para pagar por produtos de beleza da linha lançada por Michelle. Ele teria depositado 8600 reais, mas justificou dizendo que gastou tudo em mousse de cabelo para manter a franjinha.

Há suspeitas de que Carluxo tenha apostado 2 milhões nos sites bet para ser o próximo indiciado no escândalo das rachadinhas na Câmara do RJ – e ele nunca esteve tão perto de ganhar.

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Palmeira dos Índios

árvore-zé-ricoFoto de Ricardo Silva

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Tempo

Rita Lee, em algum lugar do passado. © Bob Wolfenson

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Tutti-Frutti

Suicídio é uma maneira de dizer à Deus: “não precisa me despedir, eu me demito”.

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Pífia é a vó de quem falou

Até segunda ordem fica estabelecido que o Insulto não usará o vocábulo ‘pífio’. As razões: porque é palavra pífia; porque virou termo da justiça, usado pelo povo que fala português de Pero Vaz. Os advogados de Micheque qualificaram de pífias as suspeitas da PF de que o coronel Mauro Cid, estafeta de Jair Bolsonaro, passava o quepe entre fornecedores do Alvorada para recolher dinheiro para suas despesas pessoais.

A propósito e em tempo: só usaremo dama com as damas de verdade, não com aquelas as que se dizem damas por força de lei e atuam como cúmplices homens patifes, pífios ou poltrões. Nem Janja merece o dama. Antes terá de passar por estágio probatório de quatro anos e em seguida por quarentena. As damas da política são como as do baralho, que também também servem para maracutaias.

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Se chegou a hora do sexo, respeite seus limites e se prepare

Não há nada de errado em ir com calma; você está numa fase de transição e experimentação, não é para se exigir demais

Sexo: pode? Não pode? Quando pode?

Perguntas interessantes para qualquer momento da vida, especialmente para o universo jovem na fase de iniciação sexual: posso ou não fazer sexo? E quando posso?

Vamos responder por partes. A primeira delas: a questão dos limites.

Costumo dizer que no mundo adulto vale tudo na cama, desde que cada pessoa respeite os próprios limites e os de quem está ao lado. Essa dica do respeito aos limites vale também para o mundo jovem. O que não vale é topar tudo no sexo, como se já fosse uma pessoa adulta. E explico os motivos para essa ressalva.

Quando estamos na adolescência, vivemos uma fase de transição entre a infância e a pré-adolescência para a etapa adulta. Nessa fase, é típico vivermos novas experiências, mas elas precisam ocorrer em doses moderadas para que não deixem um saldo negativo.

O que isso significa? Pegar leve. Em tudo, especialmente no sexo. Não ir além dos seus limites, não se forçar a nada, não seguir a cabeça dos outros ou do grupo, respeitar o seu próprio tempo, sem se cobrar demais. Não há nada de errado em ir com calma. Lembre: você está numa fase de transição. De experimentação. Não é para se exigir demais.

Faz sentido isso que estou falando? Talvez sim, talvez não. De qualquer forma, o importante é você fazer uso do seu direito de dizer não. Se não quer se lançar a uma prática, não se lance. Se não quer viver algo, não viva aquilo que incomoda. Resumindo: respeite seus limites.

E quando você pode ficar à vontade para fazer sexo? Justamente quando se sentir confortável para dividir esse momento tão íntimo com alguém.

Se ainda rola muito medo e indecisão, vale esperar um pouco mais. Se ainda não encontrou alguém especial, também vale esperar. O corpo da gente é o nosso templo, precisa ser bem cuidado e respeitado. Não vale a pena sair fazendo qualquer coisa com quem não seja, de fato, especial para você.

Além de estar confortável para trocar momentos de carícias tão íntimas com alguém, é preciso também se sentir ok para lidar com as IST (infecções sexualmente transmissíveis) e, se for um relacionamento heterossexual, a gravidez fora de hora.

Vamos falar mais detalhadamente sobre esses temas em outras colunas, mas por agora o importante a levar em conta é:

1. Sim, é preciso usar camisinha em todas as práticas que envolvam contato de órgãos genitais (pênis, vagina, ânus) e também no sexo oral. E desde a primeira transa. Ou seja, desde a iniciação sexual;

2. Sim, é preciso evitar a gravidez fora de hora desde a primeira transa, e o melhor para isso é usar a camisinha aliada a outro método anticoncepcional, como a pílula. Mas, nesse caso, a mocinha terá de ir a um médico ou médica ginecologista antes da primeira transa, pra escolher no consultório o método para evitar a gravidez que seja o mais indicado para ela.

Enfim, essas são ideias que talvez sejam úteis para quem está na fase de se perguntar sobre sexo, o que pode, o que não pode, e quando pode. Mas a gente tem muito mais a conversar. Convido, então, a fazer esse bate-papo por aqui.

Mande suas dúvidas e sugestões para folhateen@grupofolha.com.br. Elas serão ouro puro pra nossa coluna.

Até a próxima!

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Jair Monstronaro

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O Baxo

Stely e César Marchesini. Pai e filha, talento sem tamanho. Devo muito ao Marchesini. Quando eu estava com depressão, ele vinha duas vezes por semana até minha casa (às 8 da manhã) e me levava ao Johrei, que é um método de canalização de energia espiritual (luz divina), para purificação do espírito, capaz de transformar a desarmonia espiritual e material em harmonia. Bah! E, além de tudo, ainda me dava pares de sapatos.

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Zbwsk

Filho do abandono e do medo, sou algo, aquilo que restou sozinho no mundo. Por isso, meu nome é Zbwsk e choro à noite, todas as noites, no quarto desta pequena cidade gótica em cuja casa térrea, apertada em poucos cômodos, de propriedade de tia Ludmila e seus filhos autoritários, vivo e me assisto a viver.

Da janela diviso a rua calma – um que outro cão, o patear de algum cavalo a conduzir seu cavaleiro e o ruído estrepitoso dos carroções que às tardes passam rumo ao Monte H. – onde, dizem, todas as coisas acontecem.

Zbwsk – antes meu nome fosse outro e outro o meu destino. Arrasto as cadeiras das casas; limpo, obsessivo, tarde da noite, o chão debaixo das mesas – sem que ninguém da casa saiba, ouça ou veja. Salto e brinco – às vezes – sobretudo depois de abrir e devorar a terceira lata de sardinhas, que roubo à despensa – com uma luxúria quase assassina. Acentua o sabor das sardinhas o ímpeto secreto com que as devoro com gula, pelo simples fato de que é noite, faz silêncio, e penetrar clandestino na despensa me parece sempre uma excitante aventura.

Zbwsk – dessem-me outro nome talvez não fosse tão devotado às coisas esdrúxulas e, o mais das vezes, pagãs. Possivelmente dormisse à noite e despertasse pela manhã como todos os seres do mundo – o bocejo, o espreguiçar-se, a pasta-de-dente, o café, o pão, o jornal.

Não, como me chamo Zbwsk – e este é o meu maior anátema – vejo-me forçado a levantar pelas madrugadas frias e, dirigindo-me, pé ante pé, ao porão, dali retirar o pano-de-chão e o balde. Apetrechos indispensáveis e sem os quais eu não poderia cumprir o rito a que me obrigo e me imponho – este que já me caleja as mãos, de esfregar e esfregar debaixo das mesas – como se ali morasse o azinhavre, a sujidade mais suja, os bacilos mais improváveis. Esfrego e esfrego – sempre temeroso de que alguém acorde no meio da noite e me flagre na faina repetitiva e abominável.

Pela manhã, tia Ludmila e seus filhos autoritários sequer olham debaixo das mesas. Já nem mais se espantam que debaixo delas o chão esteja, de novo, impecavelmente limpo e higienizado.

Wilson Bueno. “A Copista De Kafka” – Editora Planeta – Entre Os 5 Finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura/Prêmio Apca de Literatura 2008.

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Perdidos em Paris

Fiona (Fiona Gordon) é uma bibliotecária canadense que recebe uma carta misteriosa de Martha (Emmanuelle Riva), uma tia distante. Na carta, ela pede que a sobrinha viaje imediatamente a Paris, para evitar que seja internada em um asilo. Sem ter a menor ideia do que está acontecendo e nem mesmo onde a sua tia se encontra, Fiona viaja até a cidade e começa a buscar sua parente distante. França, Bélgica|2017| Direção de Fiona Gordon e Dominique Abel|1h 23min|

Perdidos em Paris: Farsa lúdica

É sempre interessante ver trabalhos de cineastas que, cada um à sua maneira, encontraram uma linguagem narrativa tão particular que pode ser classificada como sua assinatura cinematográfica. Assim é Quentin Tarantino com o uso da violência em meio a diálogos espertos relacionados à cultura pop, Wes Anderson com sua estética rebuscada envolta a personagens desconexos, Woody Allen com suas questões de fundo filosófico e por aí vai. Por mais que não possuam a mesma notoriedade, a dupla Dominique Abel e Fiona Gordon seguem o mesmo caminho. Juntos há 40 anos, nos palcos e em casa, eles estão de volta ao cinema através do delicioso Perdidos em Paris.

Autores também de Rumba e O Iceberg, Fiona e Dominique integram o restrito grupo de cineastas que precisam mergulhar por completo a cada novo trabalho, de forma a criar algo absolutamente pessoal. Desta forma, assumem não só a direção como também o roteiro e estrelam a história por eles desenvolvida. Assim também é em seu novo longa-metragem, onde mais uma vez é possível notar seus estreitos laços com o teatro e o farsesco, muitas vezes explorando o lúdico a partir do humor corporal. Continue lendo

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