Lola Arburg – Zishy

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Quaxquáx!

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Em seu território, ninguém chega aos pés de Nemo (Willem Dafoe). O ladrão profissional se especializou em roubo de arte e é considerado um verdadeiro gênio na indústria. Um dia, outro golpe é iminente: junto com seus cúmplices, ele quer roubar um renomado colecionador de suas obras. Mas assim que ele invade a luxuosa cobertura, algo completamente inesperado acontece: o sofisticado sistema de segurança do apartamento bloqueia todas as saídas e entradas e depois desmorona. Nemo agora está sozinho e, acima de tudo, preso. Ele espera por seus cúmplices, mas eles não aparecem. No final, ele até espera que os seguranças ou a polícia o tirem de sua situação – mas nada acontece.

A situação é desesperadora, ele espera dias, que se transformam em semanas e semanas em muitos meses. Então Nemo agora vive em uma gaiola dourada entre as obras de arte que ele deveria roubar. Tudo o que lhe resta é seu talento e criatividade, que devem mostrar a ele uma saída desse labirinto…

Inside|2023|País de Origem Reino Unido / Alemanha / Bélgica / Suíça / Grécia|Drama|Direção de Vasilis Katsoupis Elenco: Willem Dafoe: Nemo|Gene Bervoets: Owner|Eliza Stuyck: Jasmine

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Melhor não

O Estadão traz reportagem longa, chata e explicativa demais sobre as idades em que os efeitos do envelhecimento tornam-se sensíveis. No primeiro parágrafo cansei e voltei às palavras cruzadas, que dizem ajudar o cérebro senil. Chegasse ao fim da matéria receberia atestado de óbito. Há coisas que é melhor não saber.

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Silas

Quando desembarcamos em Silas, no gelado Atlântico Sul, sabemos agora pelos registros de bordo, corria o ano da graça de 1546. E foi um raro acontecimento descobrir esta ilha de rocha basáltica e gelo e neve, povoada, às dezenas de milhares, por inenarráveis pinguins albinos.

Tão alvos, confundiam-se, os pingüins, ruidosos, à paisagem desesperadamente branca, que, ao sabor das ventanias, indicava ainda uma paisagem em contínuo movimento. Como se toda Silas andasse feito andam as areias do deserto nem que uma superfície móvel e delicada.

Muito poucos fomos os navegadores de Hérida que, vencido o ímpeto de desafiar Silas, e possivelmente o de sobrevivê-la, retornamos às embarcações fundeadas ao largo da ilha, remando, extenuados, frágeis batéis. E a vencer, com eles, as altas ondas e o grosso mar que se lança contra rochas de açúcar e gelo, a alvoroçar os pingüins sob a ofuscante claridade que fazia, às vezes, de Silas, uma espécie assim de massa luminosa – mais fria que o vento a eriçar a neve eterna que, asseguravam os marinheiros, nascera com ela, com Silas, desde o começo, desde a primeira vez.

Muito antes de nós, não foram poucos os navegantes que pereceram à neblina de sua alvura, enredados pelo frio e pelas pesadas nevascas que a tudo sepultavam, em Silas, tornando-a alguma vez a miragem de perigoso iceberg a derivar no atlântico azul. Silas, entanto, prosseguia fixa, como fixas são todas as ilhas e não sabemos até hoje de nenhuma que pelo mar deslize como deslizam nele as caravelas, os afogados ou as montanhas de gelo. Embora existam cartas marinhas dando como certas as ilhas nômades do Cáspio e do Báltico. O que, claro, soa um grosseiro disparate.

O fantástico em Silas existe, sim, e é toda a razão desta crônica ilhéu, trêmula de frio: Silas conserva em seu solo, feito de incontáveis camadas de neve e gelo – as que existem agora e também as que existiram um dia e que ao calor dos séculos foram se dissolvendo – conserva os seus mortos, todos os seus mortos, assustadoramente não corrompidos face às baixíssimas temperaturas, numa vertiginosa integridade de vivos.

Em nossas explorações descobrimos, surpresos, entre outros assombros, espalhados pela ilha, aqui um mercador egípcio, impossível de datar senão pelo barrete e os finíssimos bigodes; ali, o que nos pareceu o curioso e preciso cadáver de um rei aventureiro; mais adiante, as curvas imutáveis do corpo de uma mulher; ou, completa, uma cena, cuja beleza de gelo a expedição inteira celebrou com imprevisto fervor: a glabra nudez de um efebo negro, de encaracolados cabelos, intimamente acolhido ao rijo tórax de um veterano soldado de Tebas, os olhos de ácido azul.

Para além do Tempo, o íntegro gesto de amor – inteiros como estátuas de pedra, os olhos deles, abertos, se entreolham, bem próximos, sem piscar nunca, ungidos por obsessivo enlevo, como se nada houvesse acontecido, desde então, sobre a Terra. Distante dali, em outro tempo e lugar, para além dos pingüins albinos, só a música longínqua, de um baile talvez, pelo que soa e torna a silenciar, na branca amplidão, uma orquestra de violinos.

Quem viu Silas assim, renascida da neve, garante que nunca mais foi o mesmo.

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Elas

Isabelle Huppert, Atriz Eternamente (Isabelle Huppert, une vie pour jouer). Que se trate de repetições em cena ou em seu camarim, Isabelle Huppert dedica sua vida à interpretação. Esse documentário acompanha seu trabalho cotidiano com Claude Chabrol em uma peça de teatro em Avignon, trabalho que possui sinônimo de solidão. O filme mistura imagens de arquivo, entrevistas recentes da atriz, assim como imagens da entrega do César ou do Palme no Festival de Cannes.

Documentário|Serge Toubiana|52 minutos|França|2001

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© Iara Teixeira

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Bacacheri

Os franceses se encheram
Da Argélia e vieram pra cá
Se esquecer de pensar em Parri
Era só gente fina a Colônia Argelina
Anchantê sivuplé uí madame merci
Té Dom Pedro Segundo
Virou meio mundo
Pra vir conhecer todo o charme daqui
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri
Todo mundo se amarra
No Bar do Edmundo
Cerveja buchinho mentruz e mandi
Na velhinha que fala
Bonjur Pirraquarra
Café suvenir bonsoar Barrigui
No senhor de bengala
Que fez muita farra
Lá no Burro Brabo quando era guri
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri
No Fernando do Bumbo
No Country no Bobs
Na Banda da Base ou do 20 RJ.
No Melo Maluco
Que no teco-teco
Só dá pirueta não tá no gibi
E em todo piá que já deu com orgulho
Um mergulho no Tanque do Bacacheri
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri
Todo mundo se amarra cherri
No Bacacheri

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Paris por um triz – O Zen do Collège de France ficava mais embaixo

As últimas folhas do outono caindo, eu à toa em Paris, o curso de jornalismo só tinha aulas à noite. Não havia internet, mas a gente sabia de tudo pela mídia impressa. E tínhamos o tempo todo do mundo para explorar aquela Disneylândia cultural. Foi assim que eu e uma americaninha ruiva nos vimos no Collège de France para uma aula sobre “Ch’an: o elo chinês do budismo zen”.

O Collège de France, fundado em 1530, era uma instituição única, sem diplomas, privilegiava a erudição pela erudição. Ao adentrar a sala do curso, topamos com uma pequena assembleia de senhores sisudos de terno e gravata, 430 anos de seriedade acadêmica nos contemplavam. Delicadamente, nos deram a entender que os debates seriam em chinês antigo, o cardápio nos apetecia?

Meia-volta, volver, saímos dali com o rabo entre as pernas, Bunny Dexter e eu. Tomamos um café no zinc da esquina e discutimos nossos reles conhecimentos de zenbudismo, adquiridos via beat generation. Bunny era de algum lugar do Meio-Oeste americano, Paris estava cheia de jovens de todos os cantos. No Centre de Formation des Journalistes eu tinha um colega senegalês, Cissé, me perguntava sempre: “Messiê Muggiati, est-ce que tu connais vraiment le Roi Pelé?” Para ele, o Brasil era um vasto império dominado pelo Rei Pelé.

Visitei Bunny Dexter no seu apartamento do 9, rue de Mezières, 2eme étage, perto da igreja de Saint-Sulpice. Sua companheira de quarto era mais interessante, convidei-a para sair. Não havia inferninhos cariocas na noite de Paris e os inferninhos de Paris eram bem mais caros, queimei minha primeira folha do talão do American Express Travelers Cheques.

O problema com os jovens em Paris no início dos anos 60 era que, de repente, eles se viram totalmente livres, e não sabiam o que fazer com sua liberdade. Pássaros com asas que não sabiam voar.

Enfim, uma lição aprendi. O pequeno apartamento de Bunny Dexter e amiga não tinha janelas. Desconfie sempre das garotas que moram em apartamentos sem janelas em Paris.

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Fraga

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Frederik “Freek” Georg Jan de Jonge, holandês, cabaret performer, cantor, comediante e blogueiro. Foi ator do filme “O Ilusionista” (1984) do diretor Jos Stelling. 

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Joyce Vieira, Teresina, Piauí. © Kenard Kruel

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A língua do presidente

Fala sobre a guerra na Ucrânia escancara megalomania e falha ética na verborragia de Lula

Assim como o peixe do provérbio, chefes de Estado morrem pela boca. No Brasil, estamos acostumados a mandatários proferindo impropérios, seja na forma ou no conteúdo.

Jair Bolsonaro produziu disparates, alguns criminosos, em escala industrial: de “não sou coveiro”, menosprezando mortes em meio a uma pandemia, a “ela queria dar o furo”, comentário de duplo sentido para agredir Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha.

Dilma Rousseff também tinha a língua solta, com falas que causavam constrangimento na audiência pelo aspecto nonsense e por comicidade involuntária. Como esquecer a tentativa de exaltar o feminismo —que, na verdade, só expôs ignorância— ao cunhar “mulheres sapiens”?

Não à toa, é fácil sentir saudades das mesóclises de Michel Temer.

Lula também segue a tradição de verborragia abilolada aliada à megalomania. Afinal, é preciso boa dose de pedantismo para afirmar peremptoriamente que “os livros de economia estão superados”.

Em relação à guerra na Ucrânia, o presidente disse que “quando um não quer, dois não brigam”, insinuando que o país invadido é culpado pela invasão. Ao tratar dos territórios ocupados por Putin, o mandatário petista afirmou que a Crimeia poderia ser cedida à Rússia e que Zelenski, presidente da Ucrânia, “também não pode querer ter tudo”.

O tom pernóstico e antiético do discurso não escapou do olhar internacional. No Twitter, comentaristas estrangeiros sugeriram, ironicamente, que Lula oferecesse o estado da Bahia à Portugal.

Mas o falatório do presidente não se deve à insanidade ou senilidade. No fundo, está um antiamericanismo juvenil datado e a defesa ao imperialismo russo —Celso Amorim foi ao Kremlin apenas três semanas depois da emissão da ordem de prisão por crimes de guerra contra Putin pelo Tribunal Penal Internacional.

Lula deveria usar a língua para articular apoio a reformas necessárias ao país, não para lamber botas de governante autocrata.

Publicado em Lygia Maria - Folha de Sao Paulo | Deixar um comentário
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novembro|2021

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