©Kraw Penas
Um livro começa quando alguém tem a ideia de fazer um livro. Quem teve a ideia de fazer esse livro que está sendo lançado foi o produtor cultural João Pedro Albuquerque. Isso foi em 2020.
Quando o cara que teve a ideia acredita nela, vai mostrar a algum especialista em avaliar ideias. O João Pedro foi procurar ninguém menos do que o diretor de criação do Grupo OM, Renato Cavalher. Renato gostou da ideia.
Mas, para que a boa ideia de um livro se transforme em realidade, é preciso que alguém se interesse em editar e produzir o livro. E aí, o Renato e o João foram procurar a pessoa certa: o presidente do Instituto J.D. Rodrigues, José Dionísio Rodrigues.
Eu posso editar e produzir, disse o Rodrigues. Mas quem vai escrever? A pergunta era perfeita: um livro só começa a ser editado e produzido quando seu texto está escrito e aprovado.
Foi nesse ponto que o meu telefone tocou. Era o Rodrigues. Convidou-me para escrever o livro. “O negócio da propaganda paranaense está completando seu primeiro centenário. Precisamos registrar isso numa obra. Já produzi o livro do Ney Alves, História e Histórias da Propaganda no Paraná, o livro que você escreveu para celebrar os 40 Anos da OpusMúltipla e o livro que o Cavalher escreveu sobre os 50 Anos da OpusMúltipla. Agora vou produzir o livro dos 100 anos da propaganda paranaense. Encara mais essa?”
E assim, dei o primeiro passo para que a ideia de escrever um livro começasse a se transformar em um livro de verdade. Saí em busca das palavras certas para contar as melhores histórias da propaganda paranaense de 1921 a 2021.
Já havia lido muito sobre a História do Paraná e sobre a História de Curitiba, temas que pesquisei para finalidades tão diversas como composição de músicas, textos para peças de teatro e programas de televisão, criação de sambas enredo para o Carnaval, palestras para a Academia Paranaense de Letras e muitas outras. Ou mesmo por pura curiosidade.
Organizei meu arsenal de informações numa única estante que comporta cerca de 200 livros. Entre eles, coloquei publicações preciosas para a história que precisava contar: os livros que o Rodrigues já havia produzido e mais a “Directa Pesquisa”, de Célio Heitor Guimarães e Luiz Renato Ribas.
As três obras forneceram um bom roteiro cronológico de fatos importantes que não poderiam ficar de fora da minha narrativa. Mas, mais do que isso, procurei nelas as lacunas que poderia preencher com novas histórias em que a Propaganda foi empregada na história social, econômica e política do Paraná.
Quando o Plano da Obra estava pronto, notei que precisava juntar muitas vozes à minha para contar – de diferentes pontos de vista – os 100 anos da atividade que começou a funcionar no Paraná em 1921, com a criação da primeira agência de publicidade em Curitiba, denominada “A Propagandista”.
Estávamos em plena pandemia. Fiz uma lista de nomes importantes que viveram, principalmente, a história da propaganda paranaense a partir dos anos 1960 até hoje. Eram cerca de 100 nomes. A maioria morava em Curitiba. Mas estavam também incluídos profissionais que viveram sua história nas diferentes regiões do estado.