Mural da História

Em algum lugar do passado, antes do Barbaran criar o “Traumatismo Ucraniano”, aperitivo muito consumido pelos frequentadores do famoso bar. 

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Walmor Marcelino

Walmor Marcelino (1930-2009) – Catarinense de Araranguá, socialista, teve forte atuação contra o governo militar. Jornalista, publicou mais de 30 livros, entre ficção, poesia, teatro e artigos de opinião. Fez parte da redação da Última Hora e trabalhou também em assessorias de imprensa. Entre suas obras estacam-se Os Fuzis de 1894 e O Carrasco e sua Sombra.

Dezenas de autores, todos já falecidos, não demonstraram interesse em participar da Academia Paranaense de Letras, por diversos motivos: porque achavam que a entidade não os representava (por motivos estéticos, ideológicos ou por diferenças pessoais com acadêmicos), por proibição estatutária (caso da presença feminina), por viver longe do Paraná, por timidez do escritor ou por desinteresse da própria Academia em estimular possíveis candidaturas. Sem esquecer que o limite de 40 membros sempre se mostrou um permanente limitador. Entre esses, selecionamos dezenas de nomes que fizeram parte da vida científica e cultural do Paraná, sem passar pela nossa instituição. Exceto Júlia Wanderley, autora de artigos e textos diversos, mas sem obra em volume, os demais tiveram livros publicados. Outros nomes podem ser sugeridos.

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Flagrantes da vida real

lina-fazendoLina Faria, fazendo. ©  Maringas Maciel

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Biografias biodegradáveis

— Kafka teve problemas afetivos, profundos e problemáticos com Milena Jesenská, de 1919 a 1923. Kafka, nesse período, escreveu, em seis meses, O Castelo – 1922, quando o Brasil ainda ensaiava a Semana da Arte Moderna.

— Ora, gritou o mestre, Barbara Black, Ph.D. pode ser apenas uma alucinação e vai te levar a escrever um monte de besteiras para engordar a miséria da literatura atual! Tive que me conter, experimentando na boca um sabor amargo de insatisfação provinda daquele insulto: — Frieda, coadjuvante-chave de O Castelo, remete a Friede, que ele alemão quer dizer “paz”.

—   Acredita em paz como fogo de monturo? Abafado mas nunca apagado?

Tome tenência. Avie-se, meu caro. Coteje com a realidade mais clara: está amando a sombra de uma mulher projetada por sua voz maviosa.

— Que Alá me proteja! – Zombei dos fatos, coloquei em xeque a genialidade da vida ao proferir essa expressão terrivelmente religiosa.

A partir daí, a conversa ruiu sem nenhum fragor. Recostei-me na cadeira estofada e joguei os pensamentos mais renitentes pela janela. As pessoas são apenas charmosas ou tediosas. Os pensamentos, idem. A infernal dicotomia que em tudo se instala: isso ou aquilo, assim ou assado. Prefiro a policotomia. Sou uma colcha de retalhos culturais feita para o Verão – e agora é inverno. E tenho que usá-la, mesmo passando frio. Paz. Friede. Peace. Pace.

Quando o raio do amor acertou este coração, sabe que existe amor naquele coração, fiquei Rumi/nando. Barbara, Ph.D., teria que ter amor no coração. Minha sonda-clichê completava mais uma volta na órbita do planeta Amor. Gelado, sem vida, pleno de montes e crateras? Ou verdejantemente vivo e azuladamente inspirador?

O telefone me olhava qual cão de guarda do Inferno. Rosnava, entredentes, a cada pensamento meu para tirá-lo do gancho.

*Rui Werneck de Capistrano não é barata nem nada

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1936

Nu, photogravure paru dans 28 Etudes de Nus, Paris, Arts et Métiers Graphiques.  © Aurel Bauh

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Fernanda Youg – 1970|2019

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Teatro Margem

BETOBeto Bruel.  1973|2023: Teatro Margem, 50 anos.

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Doutscha

Chuva torrencial lá fora e aquela mulher de nome estranho – Doutscha – acende uma erva. O vinil rodando na vitrola. Próximo à janela envidraçada, o guarda-chuva aberto e a repentina sombra que ele tatua nas paredes. Cessa uma chuva, principia a neve. A mulher de longos cabelos negros, que tem a alma compassiva, confidencia:

— Neste momento – ela diz como quem se surpreende – a neve, olha a neve…
Tento conversar:
— Quer que cesse a neve? Quer um cigarro? Trago fósforos.
— Não, a neve, olha a neve…

Pois Doutscha foi sempre uma consoladora para quem, como eu, na vida aprecia a lógica e pretende que existir seja uma raiz quádrupla do espírito. Há chuvas que Deus mesmo envia, e são aguaceiros no vazio, nos telhados das casas e nas vidraças. Recolho-me, não aos esconderijos que os outros têm, mas à sombra da ampla árvore nessa rua de Warmstrasse. Desço os lábios à bica d’água atrás da igreja luterana. Tenho caligrafia regular, sal até nas lágrimas, e os meus livros eu os grafo com mergulhar a pena da melancolia no tinteiro velho, enquanto, ao lado daquela árvore mais escura, alguma deusa com a pele transparente me sorri. Tenho amor a isso de haver a deusa Doutscha e eu acariciá-la, talvez porque, essa noite, eu não tenha mais nada a fazer a não ser enrolar uma erva, escutar Chet Baker.

Ou talvez Doutscha só exista nesta narrativa, da mesma forma que o amor de uma alma só pode respirar à beira do vulcão, e, se temos por sina dar amor, tanto vale se o dou à xícara com chá de artemísia ou ao colosso das constelações.

Tenho, muitas vezes, o hábito de fumar cigarros Gauloises.

Que me é esse disco que flue na vitrola um Chet Baker, salvo o instante ocasional em que a agulha toca a pele do vinil e a música, senhora das minhas horas, consola os dias noturnos da melancolia?

Trata-me bem, Doutscha, escuta-me com doçura, salvo nos momentos bruscos em que, por tédio ou inércia, eu te apunhá-lo a clavícula com a faca enferrujada. Desconhecida, sim, és, Doutscha, mas por que me preocupa um símbolo, uma escada de pedra, um mergulhar o pão no café, e a razão, Doutscha, o que é?

Leio aqui O Livro Negro, de Thamès Carda: “Para mim a morte explica-se como História Natural, como aquilo que tornou possível o pensamento. Se temos uma meta, parece-me que só pode ser a morte. Tudo o que se diz é sempre sobre a morte. O nosso nascimento lança-nos numa amnésia, ávidos de mar grosso e de palavras, ávidos de algumas sombras de amor. Tentamos ressuscitar a xícara e fracassamos, o fôlego e fracassamos, tentamos ressuscitar o que somos nesse instante e fracassamos, porque não se trata de ressuscitar ou não, trata-se de sumir numa Fuga – de Johann Sebastian Bach –, para não se sabe onde, para onde não se sabe mais”.

À sombra de um ventilador, numa casa pequena e repleta com vasos de plantas, lembro-me de tua nudez, Doutscha, lembro-me dela no futuro com a saudade que sei que terei. Nos arredores desse pequeno jardim buscarei a chuva; de meu coração, eu pressinto, uma carpa de fogo escapa em andante lentíssimo e fura a cortina de meu quarto que a brisa estufa de leve e, pelo buraco que a carpa deixou na cortina, eu não verei o vento que não vejo agora.

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2017

Revista Ideias|Travessa dos Editores

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Ovos não têm janela”, de Manoel Carlos Karam, marca estreia de Beto Bruel como diretor

 

Iluminador Beto Bruel estreia como diretor no Festival de Curitiba

Peça “Ovos Não Têm Janela” do grupo Prego Torto é a primeira experiência do consagrado iluminador na direção. Com cinco décadas de experiência, mais de 700 peças e dezenas de prêmios no currículo, o iluminador Beto Bruel estreia como diretor na peça “Ovos Não Têm Janela” na Mostra Lucia Camargo os dias 05 e 06 de abril, às 20h30, no Auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON).

 “Ovos Não Têm Janela”, aliás, é uma estreia dupla: além do debut de Bruel, há o texto inédito do dramaturgo Manoel Carlos Karam (1947-2007). Escritor, dramaturgo e jornalista, Karam escreveu e dirigiu vinte peças de teatro na década de 70 e criou o importante grupo “Teatro Margem” que marcou época em Curitiba pelo experimentalismo e postura política de resistência.

A parceria entre os dois tem 50 anos e foi decisiva na carreira de Bruel. “Trabalhei com o grupo do Karan nos anos 1970 e ele foi o grande professor que me ensinou tudo sobre teatro.”

Comédia Surreal 

Toda a ação de “Ovos Não Têm Janela” acontece em uma sala de recepção, onde um secretário lida com quatro personagens que esperam para serem atendidos por um médico. O texto flerta o tempo todo com o absurdo e o surreal, numa sucessão de acontecimentos insólitos.

Bruel colocará seu nome no cartaz pela primeira vez atendendo pedidos do grupo Prego Torto. A presença da atriz Renata Bruel e de Maíra Lour na assistência de direção – filha e afilhada de Bruel – amenizam o “frio na barriga” que o experiente estreante diz sentir. “Fica tudo em casa, mas o olhar [do diretor] é bem diferente do iluminador. Estou curioso para ver no que vai dar”, disse.

O Iluminador 

Autodidata, o paranaense da Lapa é o grande iluminador do teatro brasileiro. Já trabalhou com mais de 100 diretores diferentes e venceu cinco vezes o prêmio Shell, entre outros tantos prêmios nacionais e internacionais.

“Tudo que eu consegui com o teatro, essa grande experiência coletiva. O teatro só dá certo se todo mundo joga junto e se entrega de corpo e alma. É uma grande lição de democracia e da união que o mundo precisa tanto”, disse Bruel.

A Mostra Lucia Camargo no Festival de Curitiba é apresentada por Banco CNH Industrial e New Holland, Novozymes, Copel e Sanepar – Governo do Estado do Paraná, com patrocínio de EBANX, DaMagrinha 100% Integral, GRASP e ClearCorrect. Acompanhe todas as novidades e informações pelo site do Festival de Curitiba www.festivaldecuritiba.com.br, pelas redes sociais disponíveis no Facebook @fest.curitiba, pelo Instagram @festivaldecuritiba e pelo Twitter @Fest_curitiba. Ingressos disponíveis pelo site oficial e na bilheteria física no Shopping Mueller (Piso L3).


Serviço:

Ovos Não Têm Janela
Mostra Lucia Camargo – Festival de Curitiba
Data e Horário: 5 e 6 de abril, às 20h30
Local: Auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON).
Classificação: 16.
Duração: 60′
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e no Shopping Mueller (Piso L3).
Valores: R$ 80 e R$ 40 (meia)
ESTREIA NACIONAL

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Um DC-3

A União Democrática Nacional (UDN) foi o grande partido da direita no Brasil. Teve em Carlos Lacerda seu grande líder e profeta. Jornalista de origem comunista, deputado e governador pelo Rio, então Distrito Federal. Lacerda esteve entre os mentores do golpe de 1964 e acabou sendo vitimado por ele quando a direita militar decidiu fechar o regime, desconfiada dos civis que tentavam reabri-lo, entre eles Lacerda, que cometeu a imprudência de formar aliança com os ex-presidentes Kubitschek e Goulart, dois cassados pelos militares. Lacerda criava adoradores e imitadores, seduzidos por sua inteligência e cultura superiores e acima de tudo pela presença de espírito nos debates e entrevistas. A UDN ficou conhecida como o partido dos bacharéis, advogados e juristas famosos, os chamados “lacerdinhas”, na maioria porque replicavam o líder maior nas palavras e atitudes.

A UDN fazia barulho, mas quem controlava o poderes eram os partidos antagônicos, Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e Partido Social Democrático (PSD), os dois com criação induzida por Getúlio Vargas para eleger-se no retorno ao poder nos anos 1950. Os adversários pegaram no ponto nevrálgico da UDN: seus bacharéis discursadores e palavrosos, aos quais deu o apelido fatal: DC-3. O DC-3 era o avião de passageiros na época, adaptado de modelo desenvolvido nos EUA durante a II Guerra Mundial, utilizado em rotas menores nos EUA. O avião, logo que chegou no Brasil, teve suas duas características identificadas pelos brasileiros: “ronca muito e voa baixo”, que grudaram como o apelido desabonador dos udenistas, que muito falavam e nada faziam. O bolsonarismo é um udenismo sem leituras, mas com igual ódio e espírito golpista. A César o que foi de César: os udenistas sabiam pensar e escrever.

Joice Hasselmann, a pontagrossense que se redescobriu linda depois de se arrepender de ser bolsonarista, entrou em fase de autoestima; perdeu 22 quilos e entrou numa espécie de only fans light para homens velhos, sonhadores, cansados e saudosos da virilidade perdida. Há tempo vem divulgando fotos em biquíni, em colants de ginástica – e que nosso coração seja forte quando avançar no erotismo. Joyce volta às redes com críticas ao prato em que comeu. Mas presta serviço cívico, como ontem com as fotos de Micheque na loja Prada, em Orlando. Deslumbrante, sedutora, afiada como no tempo em que dividia bancada com Augusto Nunes, Joyce acrescenta a bulímia à vaidade e celebra sua beleza: “Estou um avião”. Udenista pós datada, sem a “mais mínima sombra de dúvida” (expressão ao gosto de Roberto Requião) Joyce é um avião, um DC-3: ronca muito e voa baixo.

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Femme nue dans son boudoir, 1900 tirage à partir de Plaque de verre photo

© La Petit Mélancolie

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Somos Todos Ucrânia!

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Deus dá o frio conforme a peça encorpada e felpuda de lã ou algodão que constitui roupa de cama.

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