28º Salão Internacional de Humor do Piauí. Lunara (Branca) e Vera Solda, 35 graus à noitinha.  © M. de Moura Filho

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2020

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Oi, Zeca! Então, tchau!

Em uma rua do passado, ele era o diretor de bateria da Escola de Samba Não Agite. Fazia o samba rolar cadenciado, proibia que machucassem o couro do instrumental. Todos tocavam bonito, com uma paixão harmoniosa que só ele sabia inspirar.

Viajo até lá e posso ouvir, primeiro de olhos fechados, pra nunca mais esquecer aquele som. Então, abro os olhos devagar e vejo a bateria. Todos estão fantasiados com macacões e bonés de operários, em verde e rosa, as cores da Escola. Ele, também, à frente, com a mão direita sinalizando as evoluções e o apito na boca, debaixo do bigode. Quando a bateria está pronta para o espetáculo, vejo que há um lugar vago na primeira fila. Faltava um sambista, o Alcy do agogô. O diretor pega um agogô prateado, reluzente, mostra para toda a Escola e o coloca gentilmente sobre o asfalto, no lugar que desde sempre pertencera ao Alcy, morto uns dias antes do ensaio geral. O que acontece a partir desse gesto, é quase impossível descrever. Ele ergue o braço direito, a mão indica que faltam 3 compassos para o breque, 2, 1, a bateria para e deixa o solo para os bambas. O pequeno conjunto – surdo, reco-reco, tarol, agogô e tamborim – levanta a arquibancada. Ele apita e a bateria volta completa, o povo faz silêncio para ouvir aquela maravilha. A bateria está na mão dele e o samba é de tal modo sublime que ele abre os dois braços e gesticula, baixa as mãos em direção ao asfalto, e a bateria vem com ele, baixando o volume, baixando, baixando até soar numa quase-surdina. A plateia acompanha de queixo caído e ouvido ligado. De repente, ele vai subindo os braços devagar, vai subindo desde o chão até o céu estrelado. E a bateria vem junto, aumentando o volume devagar até chegar ao máximo, o samba rasgado, quente, feiticeiro, arrancando o maior aplauso já ouvido na história do carnaval curitibano.

Foi uma noite de glória, que o nosso diretor de bateria gostava de lembrar e sempre falou sobre ela com grande orgulho e prazer. Tenho muitas outras coisas para contar a respeito dessa pessoa extraordinária e desse amigo que depertou meu interesse pelas artes e conduziu minha formação com rigor e generosidade por mais de 60 anos. Ainda vou contar.

Hoje, eu me despeço dele com essa história maravilhosa, sem coragem para escrever que o José Maria Pires morreu.

Palavraria

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neri-leila-pugnaloniNa recepção ao casal Toninho Vaz & Naná, na mansarda de Leila Pugnaloni e Jaime Lechinski, o cartunista que vos digita, Neri da Rosa, Toninho Vaz e Míriam Karam, em algum lugar do passado. © Jaime Lechinski

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 Revista Personal – Grafipar – Gráfica & Editora, década de 1970.

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Pé no chão e olho para frente, Lula

Concordo plenamente com o articulista Hélio Schwartsman, da Folha de S. Paulo: o Brasil precisa perder a mania de querer uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. É uma ideia fixa dos governantes brasileiros, especialmente de Lula e dos petistas. Bastou Luiz Inácio voltar ao poder para a intenção voltar à baila.

Sejamos francos e objetivos: o que fará o Brasil no CS da ONU? Ou, por outra, o que a presença de nosso país na CS da ONU trará de bem para o Brasil, além de inflar o ego do presidente, de ministros e de hierarcas do Itamaraty – como cita Schwartsman? Qual o benefício para o cidadão brasileiro? Rigorosamente, nenhum. Ao contrário – como esclarece o jornalista –, se aparentemente oferece maior protagonismo mundial ao Brasil – o que é pura bobagem –, conferirá ao país a necessidade de dispender recursos, financeiros e humanos, que já são parcos, em caso de crises externas. Além do que, obrigará o Brasil – que se dá bem com todo o mundo –, a tomar partido em encrencas internacionais, indispondo-se com a parte contrária.

Hélio observa ainda, coberto de razão, que, com a passagem de Jair Bolsonaro  pelo governo, o Brasil “deu sinais inequívocos de que não é uma democracia suficientemente estável para integrar o CS”. Naquela triste oportunidade, expusemos ao mundo, entre outras baboseiras, um ministro das Relações Exteriores capaz de orgulhar-se de queimar um bom pedaço da Amazônia, a título de demonstração de soberania (!). E entregamos a garimpeiros genocidas a brava nação yanomami.

Têm países que compõem, de forma permanente, o Conselho de Segurança da ONU que não mereciam estar lá? Possivelmente sim – incluindo até os EUA de Donald Trump –, mas o que se vai fazer? Conseguiram a sua cadeirinha, já estão lá, paciência.

Já o Brasil de Lula III tem coisas bem mais importantes para tratar no momento. Por exemplo, esquecer Bolsonaro e fazer com que o Brasil se esqueça dele, que, mesmo fora do país, continua incomodando. É preciso deixar o capitão Messias com a justiça. O Judiciário saberá o que fazer com ele e com os atos por ele praticados contra o Brasil e os brasileiros.

Olhe para frente, Luiz Inácio. A campanha eleitoral já passou. Você venceu. Por isso, mãos à obra. Chega de discurso e de promessas irrealizáveis. A hora é de trabalho, o tempo é curto e todo cuidado é pouco. Inclusive com companheiros no seu entorno.

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Playboy|1980

1980|Henriette Allais. Playboy Centerfold

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Homeroterapia

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Sítio arqueológico

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Me deixem envelhecer em paz!

Velhofobia e a prisão dos corpos femininos

Na semana passada, uma jornalista me perguntou: “O que você achou do rosto inchado da Madonna no Grammy Awards 2023? Você acha que ela tem pânico de envelhecer e é escrava da ditadura da juventude? Ou que ela continua transgressora e não liga para a opinião dos outros? Será que ela fez de propósito para lacrar e provocar polêmica? Ela só tem 64 anos, por que está tão monstruosa, irreconhecível e deformada? Por que ela faz tantas loucuras e não aceita o próprio envelhecimento? Sou tão fã, não esperava isso da Madonna”.

A própria Madonna, que foi criticada e massacrada no mundo inteiro, já respondeu dizendo que qualquer pessoa ficaria horrorosa se tirassem uma foto dela com uma lente X numa distância Z e ângulo Y.

Para mim não importa se a lente era assim ou assado, se foi o ângulo da foto, se ela está realmente com esse rosto nem a quantidade de procedimentos que a Madonna fez ou ainda irá fazer durante a vida.

Lógico que posso estranhar, não gostar, achar melhor que as mulheres não façam tantas loucuras para não envelhecer em uma cultura onde impera uma verdadeira ditadura da juventude.

É exatamente por constatar que existe um enorme sofrimento com o pânico da velhice que pesquiso e escrevo sobre envelhecimento, liberdade e felicidade. Há algumas décadas, criei o conceito de que, no Brasil, o corpo jovem é um verdadeiro capital, especialmente para as mulheres.

Sei lá o que a Madonna fez com o seu corpo, só sei que me incomodou profundamente o fato de tantas mulheres massacrarem a Madonna pelo seu rosto “deformado, irreconhecível, monstruoso, horroroso, inchado” e coisas muito piores.

Eu também me sinto extremamente criticada e massacrada, principalmente pelas mulheres, apesar de nunca ter feito qualquer procedimento, cirurgia, botox, preenchimento etc. Sou patrulhada por algumas mulheres para me “cuidar mais”, para não ficar uma velha ridícula e decrépita, para corrigir as pálpebras caídas, levantar os peitos, dar uma puxadinha no pescoço, pintar o cabelo ou, ao contrário, deixar os fios brancos.

Eu consigo enxergar três caminhos para experimentar o meu próprio envelhecimento:

a velhofobia — o pânico de envelhecer, o olhar negativo que só enxerga feiura, doença, decadência e perda na velhice;

a Velheuforia — a ideia de que posso fazer todas as loucuras que quiser porque já estou velha, tudo o que nunca fiz antes, do tipo é agora ou nunca mais;

a Velhautonomia — a sensação de que, pela primeira vez na vida, sou realmente livre para ser eu mesma, sem me preocupar com a opinião e julgamento dos outros.

Em maior ou menor grau, convivo com essas três sensações dentro de mim.

Publicado em Mirian Goldenberg - Folha de São Paulo | Com a tag | Deixar um comentário
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Os livros do Prof. Thimpor

Vida – Carmem Nunes Taciano; Editora Bodelér; 123 páginas. A poesia morreu? Não, segundo Carmem Nunes Taciano, que estréia com este “Vida” cheio de lirismo, contrastando com uma realidade dura e melancólica, embora um pouco trôpego e com erros de revisão. A autora inspira confiança nas idéias, desde o poema “Linotipista Míope”, que abre o livro e nos entrega às meditações, até “Ode ao Transístor”, de uma agressividade ímpar, devolvendo ao leitor a raiva comovente da tragédia de Romeu e Julieta, os amantes de Verona, separados e ao mesmo tempo eternamente unidos pela rivalidade das famílias.

Os tropeços de “Vida” são insignificantes perante a habilidade da autora ao abordar temas perigosos, como a patética, porém romântica, aventura da moçoila que perde a virgindade num pife demorado.

Carmem Nunes Taciano garantiu com este “Vida” seu lugar na estante poética brasileira. Os pecados da revisão, como por exemplo, na página 45, onde se lê: “Sede, gengibirra, lobo!” (Vêde, como gira o globo!) refletem o amadorismo da editora, prejudicando tão brilhante autora em seu livro inicial, mostrando as preocupações de uma jovem com os problemas do tio aposentado.

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revista-ideias-junhoRevista Ideias|Junho 2015|Nº 164

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Fraga

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Flagrantes da vida real

Como diz Maringas Maciel: “Cada qual com o seu na mão”. © Reuters

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