Playboy|1970

1972|Lenna Sjooblom. Playboy Centerfold

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Ele

© Jan Saudek

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Tem importância, sim, Celso!

Posição sobre Ucrânia só não terá importância se Brasil decidir tornar-se irrelevante

“Não tem nenhuma importância”, decretou o ex-chanceler Celso Amorim, referindo-se à inclusão de Lula numa lista ucraniana de “oradores que promovem narrativas de propaganda russa”. A lista, em si, talvez não tenha. A postura do provável futuro presidente sobre a guerra na Ucrânia tem.

Segundo Amorim, Lula “tem condenado sempre a invasão da Ucrânia pela Rússia”. A afirmação reduz a verdade a mero jogo de palavras. O ex-presidente declarou que o ucraniano Zelenski “é tão responsável pela guerra quanto Putin”. Ou seja: agressor e vítima dividem a culpa ao meio. Daí decorre a posição de neutralidade formal advogada pelo PT diante de uma guerra de conquista.

A frase de Amorim sobre a (falsa) condenação de Lula inclui o trecho: “agora, a gente tem que reconhecer um conjunto de circunstâncias”. Quais? Lula, ele mesmo, já desvendou o mistério: a “circunstância” que torna Zelenski corresponsável encontra-se no desejo ucraniano de ingressar na Otan. Ocorre que tal desejo é apenas o pretexto para a agressão russa. Prova: a invasão prossegue, meses depois da Ucrânia ter desistido explicitamente daquela meta.

Putin esclareceu várias vezes os objetivos da invasão. Trata-se, na linguagem do Kremlin, de “desnazificar” e “desmilitarizar” a Ucrânia, senhas cínicas para descrever a ambição de transformar o país vizinho em protetorado russo e incorporar à Rússia vastas parcelas do território ucraniano.

A Constituição consagra a soberania e a integridade territorial das nações como norte de nossa política externa. Tem importância, Celso, o desprezo pelos princípios constitucionais brasileiros. Indica que, entre as inclinações ideológicas do PT e os valores definidos no contrato político nacional, a política externa de um futuro governo Lula escolherá as primeiras.

A frase completa de Amorim conclui-se com um “sobretudo se a gente quer uma solução”. A “solução” –isto é, a paz– também figura como álibi de Bolsonaro para a posição oficial brasileira sobre o conflito. O governo Bolsonaro “condena” retoricamente a invasão russa, mas declarou “solidariedade” à Rússia e condena (sem aspas) as sanções à Rússia e o fornecimento de armas à Ucrânia. Na prática, o Brasil alinhou-se ao objetivo russo de isolar a Ucrânia. Por isso, registrou Bolsonaro, “a relação com Putin está dez” –e, ao que parece, continuará perfeita sob um eventual governo Lula.

Qual é a rota para a paz? Quando Amorim fala em “solução” está sugerindo que a Ucrânia ceda novos territórios, além dos ocupados pela Rússia em 2014. Contudo, ainda que fizesse sentido propor uma “solução” similar à tentada em 1938 por franceses e britânicos em Munique, as sentenças do Kremlin iluminam a extensão das exigências russas. Moscou almeja a supressão da Ucrânia como Estado independente. A alternativa é impor negociações realistas de paz, o que depende de golpes militares profundos assestados pela Ucrânia –ou seja, em parte, das sanções e da ajuda militar ocidental.

No caso, os princípios constitucionais e o cálculo frio do interesse nacional alinham-se totalmente. A Rússia permanecerá isolada do Ocidente no horizonte previsível. A adoção da posição bolsonarista de “solidariedade” à Rússia por um governo Lula estreitaria os caminhos de cooperação estratégica e tecnológica do Brasil com os EUA e nossos parceiros europeus.

A “neutralidade” pró-russa de Bolsonaro deriva da hostilidade da extrema-direita ao “globalismo” –isto é, ao modelo ocidental de democracia representativa. Já a “neutralidade” pró-russa de Lula nasce de um anacrônico “anti-imperialismo” incapaz de identificar o impulso imperial na Rússia de Putin. A posição brasileira sobre o principal tema atual das relações internacionais só não terá importância se o Brasil decidir tornar-se irrelevante. O conselheiro precisa oferecer conselhos melhores.

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Les Luthiers

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Epopeya de Edipo de Tebas

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Flagrantes da vida real

Tá lá o Gordo estendido no chão.  © Maringas Maciel

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Tempo

Em algum lugar do passado, Jaime Lerner, Gerson Guelmann e Paulo Vitola. © Irene Roiko

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Vale a pena ver de novo

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Augusto Aras, Procurador-geral da República.

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Se vencedor, Lula terá de pôr fim a outro golpe, já dado pelo centrão

Manifestos têm de virar fórum permanente de defesa das instituições

Se a eleição fosse hoje, Lula (PT) teria 47% dos votos no primeiro turno, contra 29% de Jair Bolsonaro (PL) e 8% de Ciro Gomes (PDT), aponta o Datafolha. Os demais candidatos somariam apenas 5%. O petista poderia vencer a disputa no primeiro turno. No segundo, bateria o atual presidente por 55% a 35%. Muita coisa aconteceu no país em dois meses; na pesquisa, praticamente nada. E isso quer dizer que a democracia segue em perigo, ainda que sem quartelada ou Capitólio caipira.

A propósito: é fácil saber quem dá ou não piscadelas para a ditadura. Cruze os signatários dos dois manifestos em defesa do Estado de Direito —logo será divulgado o das entidades empresariais. Os ausentes ou seriam beneficiários de um regime de força ou coniventes. Em qualquer caso, golpistas também.

Não é só o golpe ou autogolpe de Bolsonaro que têm de ser esconjurados. Como evidenciou a convenção nacional do PP, na quarta (27), o Estado precisa ser “desprivatizado”. A depender do resultado das eleições, só o abismo nos contempla. Ainda que se cumpra o que pesquisa aponta, Lula terá de lidar com um Estado sequestrado.

No dia 2 de junho, afirmei neste espaço: “Ou se entende que outubro pode marcar o início do ‘desgolpe’, ou não se entende nada”. Assim estamos. A realidade é de tal sorte estupefaciente que é preciso apelar a neologismos para designar os desastres. Notem: a PEC do ICMS dos combustíveis e a dos benefícios são estupidamente ilegais. E daí? Bolsonaro e Arthur Lira, em parceria, decidiram atropelar a Constituição, a Lei Eleitoral e a Lei de Responsabilidade Fiscal na certeza de que só teriam o Supremo pela frente.

O governo que comandam fez 33 milhões de esfomeados. E caberia ao tribunal arrancar da boca dos miseráveis alguns caraminguás em nome da ordem legal. Não vai acontecer. Da inação ao populismo irresponsável, o regime comandado pela dupla cobra o seu preço em degradação institucional.

A citada convenção do PP é um emblema do que está em curso. Bolsonaro tinha a sede de poder, mas não os meios com que saciá-la. Dispunha de Paulo Guedes e só. A força de sua postulação estava na fala antiestablishment. A fatia do capital, sobretudo o financeiro, que se grudou ao destrambelhado o aproximou de gigantes como Lira e Ciro Nogueira. Ou fazia um acordo ou seria chutado da Presidência. E fez. E o centrão passou a ser a espinha dorsal do governo.

Na convenção de quarta, sem uma pontinha que fosse de escrúpulo, Nogueira afirmou, dirigindo-se ao presidente: “O nosso país precisa de um comandante. Eu sei que alguns pensam em fazer do nosso país, vou dizer, até uma ucranização. É isso que querem fazer com o nosso país. Porque, no caso da eleição do ex-presidente [Lula], nós vamos ter um Congresso de mais de 370 deputados aliados ao presidente Bolsonaro. Olha as concessões que haverá de fazer para construir a sua base. O senhor construiu a sua base não através toma lá, da cá”.

Lira e Nogueira têm em mãos a chave das “emendas do relator”, que fazem deste o governo mais corrupto da história. Com ela, conseguem manter essa base fabulosa. A maior parte do 370, se for esse o número, não é fiel a Bolsonaro, mas ao sistema de trocas que se instituiu no Congresso.

Observem: quando o ministro se refere às concessões a que Lula se obrigaria —concessões, diga-se, que seriam, então, feitas ao grupo hoje comandado por ele e por Lira —, já não está mais conversando com Bolsonaro, como finge, mas enviando um recado ao petista. É como se dissesse: “Você até pode ganhar, mas nós continuaremos a governar”.

Caso o “capitão vença”, esses caras tentarão tornar viáveis algumas das sujeiras que têm na cabeça, como senadores vitalícios e ampliação do número de ministros do Supremo. Querem o tribunal como mera corte homologatória da camarilha que hoje assalta a República, de que Bolsonaro é só um “clown”.

É preciso impedir um futuro golpe e pôr fim ao golpe em curso, comandado pelo centrão. Que as lideranças dos dois manifestos se transformem em um fórum permanente e unificado de defesa da democracia. Na melhor das hipóteses, vai dialogar com homens de Estado. Na pior, terá de enfrentar autocratas e oligarcas.

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Poluicéia desvairada

Trash movie.  © Lee Swain

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Fortuna & Virtude

RATINHO JÚNIOR será sagrado candidato na convenção do PSD, hoje. Se algum velho disléxico disser PDS estará certo: a inversão das letras não é gratuita, um e outro partidos são filhotes da ditadura militar. O governador será reeleito na convenção, mera e protocolar formalidade, porque assim está desde seu primeiro dia de governo. Se ao governador falta a virtù, sobra-lhe a fortuna, o outro atributo que Maquiavel reconhecia nos príncipes. Ratinho nasceu com a fortuna do pai e cresceu com a fortuna do covid e da aliança com Bolsonaro. Fortuna, aqui, no sentido de sorte, na acepção de Maquiavel. Em todos os sentidos, o governador é homem de sorte.

O covid permitiu a Ratinho governar quatro anos sem o desgaste de pouco ou quase nada fazer, de governar no modo virtual, pela internet e pela propaganda. A epidemia aliou-se ao negacionismo e à inatividade doentia de Bolsonaro em minorar os riscos da peste, ambas eficientes escudos e garantias de sobrevivência de todos os governadores. Se houve alguém comprometido e eficiente no combate ao covid foram os prefeitos, obrigados a enfrentar o povo. Os governadores vestiram as máscaras, trancaram-se nos gabinetes e fingiram brigar com o presidente sobre a importação e validação de vacinas – que o presidente combatia ao prescrever placebos, na inconsequência criminosa de sua marca registrada.

A convenção de hoje será a homologação do óbvio, de um governador eleito por antecipação de quatro anos para outros quatro – ou talvez três anos e três meses, pois o céu é o limite no destino deste governador afortunado. Nosso governador, no entanto, é um varão de Maquiavel apenas na fortuna, não na virtù. Para não ofendê-lo, resgatemos o que é a virtù em Maquiavel: é a ousadia, a coragem, o ímpeto de desafiar até o impossível. Ratinho não tem disso, nunca teve, nada terá, porque a fortuna – nas duas acepções – nele fala mais forte, nunca precisou do contraponto maquiavélico. Dele disse o pai e dono da fortuna, que se “meu filho quiser um caminhãozinho, eu compro a fábrica”.

Ratinho pai não precisou comprar a fábrica de caminhões. A carreira do ora e futuro governador começou nos caminhões com os baús da felicidade que o pai transportava para Sílvio Santos. Nesta reeleição, os caminhões foram pagos por nós eleitores. Não, Ratinho não roubou, assaltou o Tesouro ou cometeu improbidade para garantir a continuidade de sua fortuna. Nada disso, ele pagou com a moeda política, a dos apoios, coligações, alianças, na sofreguidão de uma unanimidade até sobrenatural – na dúvida, confira seus coligados ao Senado, algo apenas plausível na instantaneidade da prestidigitação eleitoral, a magia que engana os olhos do espectador.

Maquiavel concebeu os atributos dos homens de Estado a partir de César Bórgia, que nasceu com a fortuna de ser filho do papa Alexandre Bórgia, que lhe pavimentou o caminho na Itália do século XVI; a virtude de César vinha de sua ousadia e crueldade. Ratinho é filho de alguém que evoca o papa, daí a fortuna. Mas falta-lhe a virtude nos termos de Maquiavel. Tais atributos sobravam em seu adversário Roberto Requião, que tanto deles abusou que um dia eles o abandonaram. Portanto, fortuna e virtude são deusas nem sempre fiéis, até traiçoeiras, Ratinho que se sirva bem da fortuna, qualquer que seja. Porque a fortuna que tem é mais segura que a virtude que lhe falta.

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Playboy|1980

1981|Karen Price. Playboy Centerfold

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“Poderia ser a notícia de jornal sobre o homem que foi matar a sede e morreu afogado”

Alguns detalhes fornecidos pela notícia: o fato ocorreu no mato e no meio do mato havia samambaia, tamanduá, cachaça, bicicleta, diamante, cebola, peixe, ferradura, pedra, geada, repolho, goiabada, violão, urubu, mandioca, sabiá, barro, cipó, capim, papagaio, guaraná, carvão, onça, bandeira, chuva de verão, paçoca, mandioca, bambu, maria-mole, palmeira, reco-reco, pão com manteiga, chorão, óleo diesel, tatu, bolacha maria, mandacaru, quero-quero, arame farpado, rio, avestruz, águia, burro, borboleta, cachorro, cabra, carneiro, camelo, cobra, coelho, elefante, cavalo, galo, gato, jacaré, leão, macaco, porco, pavão, peru, touro, tigre, urso, veado, vaca e pau-rosado.

Era o que havia no meio do mato. O sedento viajava a cavalo, carregava um mosquetão e usava botas.

Antes de falar do afogamento do homem é preciso conhecer a sede do homem.

O homem, solitário, conversava com o cavalo:

– Vou morrer de sede. É tamanha a sede que só pode ser sinal de morrer de sede.

– Mas num mato assim tem água – disse o cavalo.

O homem não respondeu. Sabia que naquele mato havia água. O mede de morrer de sede era coisa só dele.

– Tem uma fonte perto – insistiu o cavalo, farejando, e com sede, mas sem medo de morrer de sede.

– Não me amole – gritou o homem.

O cavalo ficou quieto. A viagem continuou. Eles voltaram a conversar, mas coisa sem importância porque nenhum dos dois quis falar de novo de sede e fonte.

A sede chegou à fonte.

– Não vou mais morrer de sede – disse o homem para o cavalo, que preferiu ficar quieto e decidiu não beber água.

O sedento mergulhou na fonte e bebeu água. Afogou-se.

Após o afogamento do homem, o cavalo disse em voz alta:

– A fonte que não mata a sede, ele encontrou a fonte que mata o sedento.

O cavalo enfiou os dentes na roupa do morto e saiu arrastando o corpo pelo mato, sem destino.”

Fontes Murmurantes|1985

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