#ForaBozo!

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Playboy|1980

1981|Debbie Boostrom – Playboy Centerfold

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“Bandido bom é bandido solto”, diz Bolsonaro em indulto para Daniel Silveira

O presidente e futuro colega de Daniel Silveira na prisão Jair Bolsonaro editou um indulto que concede “graça presidencial” e perdão de pena a um criminoso reincidente. “Ele só pode estar de gracinha”, disse Alexandre de Moraes.  Dizem que os filhos de Bolsonaro e Daniel estão carecas de tanto que Jair passa a mão na cabeça deles.

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Um borrão nos is

QUANDO o STF vai aprender que a autoridade de suas decisões também depende da sobriedade, da discrição e da circunspecção de seus ministros? Os generais rejeitam os juízes não só porque estes se metem a corrigir ordens autoritárias. Também porque os juízes vêm com passado pouco sóbrio, nada discreto, muito exibicionista. Militar respeita rigor, pois vive pela regra (a compra de estimulantes sexuais abalou essa credibilidade). Juízes antigos no Brasil, gente que desapareceu com a nova lei da magistratura, agiam como militares de toga, sóbrios, discretos e circunspectos. Naquela época juízes e militares nasciam pelo chamado da vocação.

Com a LOMAN, uma constituição federal da magistratura, esta e as corporações equiparadas transformam-se em noblesse, como na pré-revolução francesa. A veste igual passa a cobrir um homem diferente, vergado ao peso do privilégio, deformado pela arrogância, ilha inexpugnável no arquipélago de semelhantes – a metáfora da ilha diz sobre os ministros do STF, durante e pós Lava Jato. Se exemplo ajudasse, teríamos seguido o que o Brasil imita na forma e rejeita na substância, a Suprema Corte dos EUA. Se o texto der problema, salva o blog da irrelevância, na esperança do indulto presidencial.

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Padrelladas

A melhor coisa que poderia acontecer para uma vitória da Esquerda, nas eleições em outubro, foi a decisão do Chefe de Estado em peitar o resultado da votação que pune o deputado Silveira.

A ameaça sobre o STF botou todo mundo com as barbas de molho, inclusive as mulheres que não sei onde foram arrumar barbas para as deixar de molho. Prevê-se uma espécie de unidade nacional, que beneficiaria o PT, principalmente se os outros candidatos se somassem em uma frente ampla contra os desmandos do Presidente. Todavia, nem tudo o que parece ser, será. Quem viver, viverá.

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Bandido bom é bandido solto, pelo menos se for da minha turma kkk

Diário, eu sou um Deus! Tanto que eu concedi uma graça.

Uma graça que evita uma desgraça planejada pelos sem graça do STF. Pô, queriam prender o Danielzinho-da-placa-da-Marielle só por causa que ele pregou o fim da Constituição, a substituição dos 11 ministros do Supremo e falou em dar uma surra num ministro do Supremo Tribunal Federal? Isso não é nada. Se xingar e ameaçar o STF fosse crime, eu e o Dudu também devíamos estar na cadeia.

Os chatonildos vão lembrar que em 2018, depois de eleito, eu disse que não ia dar indulto pra criminoso. Mas isso não foi um indulto. Foi um insulto. Um insulto ao STF, kkk!

E o insulto foi muito útil. Por quatro motivos: Primeiro, porque assim param de falar um pouco na corrupção do meu governo. Todo dia estavam cutucando as pilantragens do FNDE ou da Engefort. Isso não pega bem.

Segundo, porque meus bolsominions vão me achar um paizão que protege seus afilhados em qualquer circunstância. Terceiro, porque eu me coloco como um defensor da liberdade de expressão. A gente tem que ser livre pra xingar a mãe de qualquer um, talkei?

E, por fim, porque mostrei que quem manda sou eu. Comigo é assim, Diário: se o Coaf pega no pé do Flavinho, eu mudo o Coaf; se a PF investiga minha turma, eu mando trocar o chefe da PF; se o ministro não troca o chefe da PF, eu troco o ministro; e, se o STF manda prender amigo meu, eu anulo a pena do STF.

Bandido bom é bandido solto. Pelo menos se for da minha turma, kkk!

José Roberto Torero

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#ForaBozo!

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Atores novos, enredos velhos

AO INDULTAR o condenado Daniel Silveira, Jair Bolsonaro cravou o primeiro prego no caixão de nossa cambaleante democracia. Resta saber se as forças armadas compraram pregos e martelos – naquelas licitações em que sobram milhares de ítens desnecessários – para completar o trabalho. Quis imitar Donald Trump, que nas últimas horas de governo indultou Steve Bannon, artífice de truques na campanha e condenado por crimes financeiros. Com a diferença que Bolsonaro quer antecipar hora, sem esperar acontecer, evitando a proclamação de sua derrota na futura eleição.

O plágio já tem script adaptado ao clima bananeiro: a invasão do STF e do TSE pelas hordas bolsonaristas. Como  o Brasil não tem um vice-presidente como Mike Pence, direitista, aliado de Donald Trump mas comprometido com a institucionalidade, o vice de Bolsonaro dará apoio ao golpe, a menos que seja para fazê-lo o novo Michel Temer. Até onde se sabe o Brasil não tem militares como os norte-americanos, que, sondados, resistiram em apoiar o golpe preparado por Donald Trump. Os golpes no Brasil são como as novelas da Globo: atores novos em enredos velhos.

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Novo Dicionário Bolsonarista corrige palavras como ‘corrupção’

Durante anos, a esquerda ensinou errado pra vocês o significado dos termos’, justificou o presidente

Alucinado pela ideia de manejar seu rebanho nos limites de uma narrativa paralela que o torne indestrutível,
incorruptível e imbrochável, Jair Bolsonaro apresentou o Novo Dicionário Bolsonarista.

“Durante anos, a esquerda ensinou errado pra vocês o significado das palavras. Pedi pro Pazuello arrebanhar um grupo de pastores ligados ao MEC para produzir um novo dicionário ilustrado, assim vocês vão entender essa porra direito.”

Eis os novos significados de algumas palavras.

Corrupção: ato que só existe se descoberto, o que em geral ocorre quando não se controla a polícia, a imprensa e o Judiciário.

Cultura: conceito forjado 
por homossexuais que querem mamar nas tetas do Estado.

Ditadura: regime totalitário implementado para impedir regime totalitário da esquerda.

Eleição: ritual fraudado para escolher representantes no governo federal, estadual e municipal, a ser prontamente impugnado se —e somente se— os eleitos forem esquerdistas.

Imprensa: conjunto de profissionais que reproduzem aquilo que o governo determina nos meios de comunicação (cf. “porta-voz”).

Judiciário: conjunto de executores das determinações da Presidência da República.

Pedofilia: prática repugnante e criminosa de estimular a sexualização de crianças, disseminada exclusivamente em livros esquerdistas e filmes produzidos por opositores do governo Bolsonaro.

Polícia: instituição primordial para garantir a tranquilidade do presidente da República, além de manter os pobres sob controle, perseguir esquerdistas e prender opositores do governo.

Procurador-geral da República: profissional destacado pelo Estado para assegurar a tranquilidade do presidente da República, além de atacar esquerdistas, opositores do governo e professores da USP.

Prótese: item de primeira necessidade no âmbito do arsenal fálico de uma nação soberana e deve ser custeado pelo governo

Religião: prática adotada para semear valores básicos como o armamentismo, a meritocracia e a heterossexualidade, além de alertar para o perigo de ideias comunistas como repartir o pão, curar enfermos sem receber nada em troca, oferecer a outra face ou amar ao próximo.

Tortura: não temos uma definição para dar, simplesmente ignoramos.

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Fraga

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De fuzis em riste

Como disse o sempre preciso Ruy Castro, na Folha, não será o Viagra que resolverá os problemas das nossas Forças Armadas, seja na disfunção erétil ou no tratamento da hipertensão arterial e do reumatismo, como tentou explicar aquele cujo nome não deve nem ser escrito.

Os problemas de nossas Forças Armadas são outros. A começar pelo seu atual e minúsculo comandante-em-chefe, uma figura grotesca e quase caricata, não fosse criminosa, que toda vez que abre a boca causa arrepio nos quartéis e denigre os fardados que mantém a dignidade, cultuam a democracia, cumprem os seus deveres constitucionais e amam de verdade a pátria. Esses não precisam de Viagra para bater continência.

Já aqueles que preferem ignorar a própria história e macular a memória de Caxias, Osório, Sena Pereira, Carneiro, Barroso (o almirante), Tamandaré (idem), Eduardo Gomes e Lott, para citar apenas alguns nomes, perfilando-se ao lado do genocida, desequilibrado, homofóbico, mentiroso e incentivador do desmatamento, da garimpagem ilegal e da invasão de terras indígenas, que nos desgoverna e da camarilha militar que o cerca e instiga, na impossibilidade de restaurarem a ditadura, querem implantar a picadura (com minhas desculpas às leitoras pelo termo chulo). O inominado é um pândego, não fosse maléfico e perigoso. Se for reeleito, acabará de vez com o Brasil.

Ruy Castro afirma que os milhares de generais, almirantes e brigadeiros broxas não o preocupam. Nem a mim. Mas se estiverem com a pressão lá no alto e “os ligamentos, músculos e tendões em pandarecos” ou com “surto de lumbago e bico-de-papagaio” é altamente preocupante. Vai que o maluco do Maduro resolve invadir o Brasil… De que nos adiantará as nossas tropas hipertensas e reumáticas?!

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Os cínicos e os burros

Uns e outros podem acabar batendo continência para Daniel Silveira

Não, o assunto não morreu. Nem pode. Confrontado com os áudios em que antigos juízes do Superior Tribunal Militar reconheceram a prática de tortura na ditadura militar, o tosco atual presidente do STM, general Luís Carlos Gomes Mattos, disse, “Eles não estragaram a minha Páscoa“. Na véspera, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, foi ainda mais grosseiro: “Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras de volta do túmulo?”. O deboche e a crueldade são iguais, mas não a personalidade de cada um.

Mourão é cínico, assim como seus colegas de farda Augusto Heleno e Braga Netto. Sabem que Jair Bolsonaro está desmontando o país, com resultados que revoltariam até os generais da ditadura. Mas já não têm saída exceto seguir com ele, ao lado de cínicos profissionais como Augusto Aras, Marcelo Queiroga, Paulo Guedes, Arthur Lira, Silas Malafaia e outros juízes, políticos e evangélicos.

Já Gomes Mattos é apenas burro. Faz parte do time de Luiz Eduardo Ramos, Eduardo Pazuello, Marcos Pontes e outros fardados que veem Bolsonaro como um iluminado. Ao dizer que “só varrem um lado, não varrem o outro”, admitiu que nos dois lados há coisa a varrer. Mas tanto os cínicos quanto os burros estão fazendo vista grossa a algo importante e óbvio.

Sob Bolsonaro, qualquer desclassificado no governo pode pregar o armamento da população contra a “criminalidade de Estado”. Isso significa a incitação a que civis peguem em armas para, ao comando de Bolsonaro ou dos zeros, desafiar os governadores, os tribunais e, se preciso, o próprio Exército.

O que esses generais acharão da ideia de dividir a força armada da nação com uma turba acima da lei, com ideias particulares de ordem e poder? Irão à sua caça, para prendê-los e torturá-los, como seus heróis fizeram contra os inimigos no passado? Ou se sujeitarão a bater continência para gente como Daniel Silveira?

Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo | Com a tag , | Deixar um comentário
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