Delegados e policiais podem conceder medidas protetivas

A alteração legislativa feita em 2019 na Lei Maria da Penha permite afastar o suposto agressor do domicílio em caso de risco à vida da mulher sem decisão judicial. Foi questionada a constitucionalidade dessa lei e o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válida a alteração promovida na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).

A lei permitir que, em casos excepcionais, a autoridade policial afaste o suposto agressor do domicílio ou do lugar de convivência quando for verificado risco à vida ou à integridade da mulher, mesmo sem autorização judicial prévia.

Diante do risco atual ou iminente à mulher em situação de violência doméstica e familiar ou a seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado​ do local.

A medida poderá ser implementada pelo delegado de polícia, quando o município não for sede de comarca​ (quando o juiz responsável não mora na localidade), ou pelo policial, quando não houver delegado disponível no município no momento da denúncia.

Nesses casos, um juiz deve ser comunicado, em no máximo 24h, para decidir sobre a manutenção ou revogação da cautelar.

Durante a pandemia aumentaram os casos de violência doméstica e nesse período, 24,4% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos sofreram algum tipo de violência ou agressão, física ou psicológica. Cerca de 66% dos feminicídios ocorreram na casa da vítima e 3% na do agressor. Em 97% dos casos, não havia qualquer medida protetiva contra o agressor.

Cerca de 56% das violações ocorrem na casa da vítima, 19% na casa do suspeito e 25% outros locais.

Na verdade, essa medida deveria abranger outros segmentos, como crianças, idosos ou quaisquer pessoas que sejam ameaçadas.

A lei foi questionada pelos setores que querem garantir poder, mas que não tem a leitura constitucional adequada da Lei Maria da Penha.

O poder de deferir a medida cautelar para outras autoridades e de forma ampla, sem exceções quanto à ausência de juiz na comarca, é fundamental, pois o poder judiciário não possui a agilidade que o combate à violência às mulheres e a proteção constitucional lhes exigem.

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Flagrantes da vida real

Maringas Maciel, por ele mesmo.

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Após escândalo, governo teme que Milton Ribeiro saia “atirando”

Não é por acaso que haja tanta cautela no Palácio do Planalto com o escândalo envolvendo o ministro da Educação, Milton Ribeiro. O temor no governo é de que ele possa sair “atirando” se sentir abandonado.

Em reunião com prefeitos, Milton Ribeiro afirmou que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Depois, em nota, Ribeiro disse que Bolsonaro não pediu atendimento preferencial e negou favorecimento a pastores.

A percepção da ala política do governo, na manhã desta quarta-feira (23), é que Milton Ribeiro não conseguiu estancar a sangria da crise. Mas, pelo menos, cumpriu o roteiro de blindar o presidente Jair Bolsonaro.

O silêncio dos aliados do governo no Congresso Nacional e do próprio Palácio do Planalto é um indicativo da gravidade da situação envolvendo o ministro da Educação.

No Congresso, a expectativa da base aliada era que Ribeiro desse uma entrevista coletiva à imprensa contundente respondendo os fatos, o que não aconteceu. Nas palavras de um dos líderes do Centrão, o ministro não podia negar o ocorrido porque o áudio existe. Mas fez um gesto para salvar Bolsonaro.

“Em qualquer outra situação, o ministro já teria sido forçado a pedir demissão imediatamente. Mas não está claro qual será a reação dele (Milton Ribeiro) se perceber que foi abandonado. Se ele confirmar que cumpria ordens do presidente (como está no aúdio), o estrago será grande”, reforçou ao Blog outro líder do Centrão preocupado com a situação.

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As uniões

Na frente bolsonárica do Congresso há evangélicos de diferentes orientações, católicos, espíritas e uma deputada devota à União do Vegetal, do chá de ayuasca. Não tem umbandista porque evangélicos não toleram e católicos e espíritas não aceitam sua concorrência na carne e no espírito. A deputada do chá deve estar chapada e não sabe com quem se meteu.

Bancadas divididas, que divergem nos credos e se unem na devoção a um só Messias. A união é desunida entre os animais e unitária no vegetal. Nada obstante, as uniões convergem para o grande vegetal na vida, grande animal e grande irmão, três pessoas em uma só, as duas últimas personagens das distopias de Orwell, a Revolução dos Bichos e o 1984.

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Playboy|1960

1967|Fran Gerard. © Playboy Centerfold

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Podcast de literatura na Galeria 373

A Galeria 373 apresenta, a partir desta quinta-feira, dia 24, um ciclo de conversas acerca de escritores da literatura mundial. O podcast tem a apresentação do poeta Amarildo Anzolin, que recebe todas as quintas-feiras, às 20h30, um convidado que abordará aspectos da vida e da obra de um autor.

O programa fará também uma ponte entre o escritor em questão e uma bebida ou drink de sua predileção. O cenário do bate-papo é um aconchegante jardim, espaço que compõe o ambiente da Galeria, e conta com a projeção de um vídeo de uma fogueira que remete ao mito de Prometeu, em que a liberdade e a difusão da informação encontram espaço propício de interação.

Neste primeiro episódio, Amarildo Anzolin conversa com o poeta Roberto Prado sobre o multiartista russo Vladimir Maiakovski, e a bebida selecionada é a vodka. Completando as atrações, entra em cena a cozinha do Pasta di Fiemme, com os pratos Tortei e Mezzalune de funghi ao vinho.

Serviço

O podcast têm início às 20h30 desta quinta-feira, 24/3. Rua Visconde do Rio Branco, 373 – Mercês

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A publicidade comparativa

Em 2014 o Superior Tribunal de Justiça decidiu que é legal a propaganda comparativa entre produtos alimentícios de marcas distintas e de preços próximos. Mas, desde que: a comparação tenha por objetivo principal o esclarecimento do consumidor; as informações veiculadas sejam verdadeiras, objetivas, não induzam o consumidor em erro, não depreciem o produto ou a marca, nem sejam abusivas; os produtos e as marcas comparados não sejam passíveis de confusão.

Com esse entendimento, foi negado o recurso de uma fabricante de iogurte que pedia sanções a uma concorrente em razão de campanha comparativa entre os produtos das duas.

Entendeu-se que a comparação não é infração ao registro de marcas nem concorrência desleal.

O consumidor deve ter acesso a essas comparações e às informações referentes aos produtos comercializados pois isso é um poderoso instrumento decisório.​

Algum órgão de defesa do consumidor pode fazer essa comparação?

Sim, é possível. Por exemplo, comparações de reclamações em sites de proteção de consumidores (Reclame aqui), o número de processos ajuizados contra as empresas, as ações por danos que obtiveram êxito, e o que mais interessa aos consumidores: comparação de preços e condições de pagamento.

Com a atual crise, não temos um ranking local dos preços dos combustíveis nas cidades pois há grande chance de estar ocorrendo ajuste orquestrado de preços de mercado.

No geral, as marcas não concorrem, mas dividem o mercado, ou detêm diversos produtos de um único segmento, como produtos de limpeza, higiene e outros.

As grandes empresas dominam o mercado brasileiro e a competição de preços e serviços dão lugar para as poderosas marcas que aniquilam as médias e pequenas.

Disso resulta que a comparação é menos visível na propaganda brasileira.

Outra consequência é que processos judiciais coletivos ou individuais não são noticiados pela grande mídia, pois isso pode significar perda da receita publicitária.

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Fernanda Montenegro é incancelável

Não adianta chamar de fascista e tentar mudar o voto alheio no dia da eleição

Fernanda Montenegro é uma unanimidade. Um dia ovacionada, no outro cancelada. Conseguiu descontentar radicais de direita e de esquerda. Aparvalhados por suas últimas declarações, se uniram contra a atriz. O que ela disse de tão grave? “O mais simbólico desse governo foi o fim da cultura das artes” e que não votará nas eleições. Pronto.

Seu nome foi parar nos trending topics do Twitter, ora acusada de fascista, ao que parece não levantará a bandeira de Lulalá, ora premiada com o selo “socialista do Leblon”, pela turma que jura que artista vive de mamata.

Não é surpresa a baixeza com que a direita bolsonarista trata críticos do presidente. Fernanda recebeu uma avalanche de ofensas com referências a sua idade e aparência. Mas não deixa de ser engraçado ler que ela resolveu falar de política para “aparecer”. O campeão da boçalidade, sem dúvida, foi um comentarista da Jovem Pan, para quem a única atriz brasileira indicada ao Oscar é “irrelevante” e “decadente”.

Parte da esquerda segue firme e forte em sua missão de deixar a eleição mais difícil para Lula ao tratar com raiva quem não declara voto no petista ou em Bolsonaro. Bom lembrar que representam cerca de 25% do eleitorado (pesquisa Genial/Quaest), gente que decidirá a eleição. Os mais exaltados disseram que Fernanda não tem consciência de classe, é isentona de direita, elite do atraso, omissa na luta entre a civilização e a barbárie e, essa é a melhor, não representa a cultura, mas o banco Itaú.

É só uma reprise do que havia acontecido em novembro. Em entrevista à Folha, declarou: “Estamos vivendo um momento complicadíssimo, porque esse horror [Bolsonaro] quer continuar, e o outro [Lula], apesar de ter sido bastante interessante, quer voltar”.

Duas coisas. 1. Não adianta chamar de fascista, quem quer que seja, e tentar mudar o voto alheio no dia da eleição. 2. Fernanda Montenegro é incancelável.

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Com a tag | Deixar um comentário
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Bolsonaro precisa do Lula

O capitão depende dos erros dos comissários

Há um novo Bolsonaro na praça. É muito parecido com os anteriores, mas tem a marca do candidato. Abandonou algumas causas perdidas, parou de falar das vacinas e esqueceu a cloroquina. Tenta se dissociar do aumento dos combustíveis: “Vilões são a roubalheira na Petrobras e o ICMS”.

falta de fôlego dos candidatos da 3ª via leva-nos para a desejada polarização Bolsonaro x Lula. Há quatro anos, o comissariado petista achava que Bolsonaro seria o candidato mais fácil de derrotar. Deu no que deu.

Apresentar Lula como uma ameaça às instituições democráticas é uma carta amarelada: ele governou o país por oito anos sem ofendê-las. Ameaças houve, aqui e ali, sem a ênfase e a insistência das investidas de Bolsonaro.

As campanhas eleitorais têm suas dinâmicas próprias. Se caixas, tempo de televisão e as costuras dos primeiros meses do ano decidissem a parada, o Brasil estaria sendo governado por Geraldo Alckmin. Cada candidato precisa dos erros do outro e nem sempre os erros são percebidos como tal.

Em janeiro, o deputado Rui Falcão, ex-presidente do Partido do Trabalhadores, quadro que passou pelo poder sem se lambuzar, disse ao repórter Ranier Bragon que a campanha, por “aguerrida”, precisaria da “construção de comitês de defesa da eleição do Lula que permaneçam depois como comitês de apoio do programa de transformação”.

Em fevereiro, durante uma reunião do Partido dos Trabalhadores, tratou-se da criação de cinco mil comitês, com a participação de partidos aliados. Divulgou-se que eles trabalhariam na campanha e também depois dela, para assegurar a posse.

A partir de janeiro de 2023, os comitês continuariam ativos. Nas palavras de Alberto Cantalice, diretor de comunicação da Fundação Perseu Abramo, “se ganharmos as eleições, a gente vai ter que mobilizar o povo para exigir o cumprimento do programa de governo.”

Imagine Jair Bolsonaro propondo a mesma coisa. Vem logo à memória a formação de milícias. Lula não é Bolsonaro, mas na sua banda do espectro político, onde estão simpatizantes da experiência cubana, do chavismo venezuelano e do orteguismo da Nicarágua com seus comitês de defesa do regime. De pouco adiantará o exemplo das Comisiones Obreras chilenas e espanholas para quem quer instrumentalizar o medo.

No Brasil, uma experiência parecida desmanchou-se no ar. Foram os Grupos dos Onze de 1964. Serviram apenas para assustar a classe média, porque na hora da onça beber água, sumiram. (Um posto de alistamento criado na manhã de 1º de abril de 1964 no Teatro Nacional de Brasília, cadastrava voluntários. Cadastro com nome, telefone e endereço serve para facilitar emprego. Os voluntários passaram horas queimando as fichas.)

Propostas desse tipo geralmente não passam de promessas de campanha, como a do bujão de gás a R$ 35, feita por Bolsonaro. A diferença do bujão do capitão, é que não podia ser instrumentalizado pelos adversários.

Faz tempo, Brian Jenkins, um dos fundadores da empresa de segurança Kroll e ex-responsável pela seção de estudos de terrorismo da Rand Corporation, ensinava:

“O Minimanual do Guerrilheiro Urbano” de Carlos Marighella é um pacote de platitudes inúteis. Serviu para dar à esquerda a ideia de que tinha um manual e para botar na direita o medo de que a esquerda o tivesse.”

Publicado em Elio Gaspari - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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#ForaBozo!

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Minha relação com a vizinha é melhor do que com a família e amigos

Nos segundos em que estamos dentro elevador, ficamos em silêncio, e experimento o momento mais sereno do meu dia

Não sei se já tive um relacionamento tão saudável quanto o que tenho com a vizinha da porta ao lado. Uma relação construída ao longo de anos pela repetição de um ritual só nosso. Seguro a porta do elevador, ela agradece, ou vice-versa. Nossos diálogos consistem em um pingue-pongue de perguntas retóricas. Geralmente, digo “tudo bom?”, no que ela responde, sem responder, com outro “tudo bom?”.

Quando você encontra alguém com quem se sente à vontade para ficar em silêncio, sabe que aquela relação é pra valer. Logo entendi que nossa conexão era profunda demais para conversinhas de elevador. Não precisamos reclamar do tempo que não firma, do aspirante a baterista que mora no andar de baixo, dos erros ortográficos nos informes do síndico. Quando estamos só nós duas, dentro daquele cubículo, as palavras perdem o sentido.

São 54 segundos até o térreo. Nesse quase minuto experimento o momento mais sereno do meu dia. Esqueço o mundo lá fora e os meus problemas. Meu único propósito é evitar contato visual com minha vizinha, enquanto releio a placa com as normas de segurança como se fosse sempre a primeira vez.

A estratégia dela para não lidar com minha presença é revirar sua bolsa para ver se não está esquecendo nada. Vai tirando tudo de dentro, e geralmente são outras bolsinhas, que ela enfia dentro de outras bolsinhas. A bolsa-matrioska da minha vizinha é uma alegoria perfeita para nossa relação: um loop eterno que sempre volta para o mesmo lugar. Até ontem de manhã.

Entramos no elevador e eu disse: “Tudo bom?”. Foi quando ela rasgou nosso roteiro em mil pedaços e decidiu improvisar. “Não”, respondeu.

O ar ficou tão denso que achei que o elevador não fosse suportar o peso. Olhei nos olhos dela como quem implora, por favor, não faça isso, você está destruindo tudo que a gente construiu, o que a gente tem é tão raro, a gente respeita o espaço uma da outra, essa é a relação que eu gostaria de ter com meus amigos, meus amantes, meus colegas de trabalho, meus familiares, e você está jogando tudo fora.

Mas tudo que saiu da minha boca foi um “poxa, complicado”. A partir daí, o silêncio se tornou nosso carrasco. Mais agradável descer 19 andares de escada. Nossa relação chegou ao fim, mas foi eterna enquanto durou.

Publicado em Manuela Cantuária - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Playboy|1970

1979-Sylvie-Garant1979|Sylvie Garant. Playboy Centerfold

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