Begônias silvestres

o sumiço da sua silhueta amiga
fez meu perfil baixar a cabeça
as cores da tarde, cinzas cinzas
as luzes da noite, negras negras
desaparecer não é pra qualquer um
só você, misto de mistério e dúvida
pode estar em lugar nenhum
e ainda me tocar, por música

marcos prado

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Quem?

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Jeune fille en buste, voile transparent sur les cheveux (Sarah Liévine ) autochrome|1907

© André Hachette

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Ouça e veja

Formada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer, a banda The Wailers se tornou a mais influente na história do reggae. Seu primeiro disco pela Island, Catch A Fire, lançado cm 1973, apresentou o grupo para o público do rock no inundo inteiro. Neste DVD, as figuras mais importantes na criação de Catch a Fire contam a história de como o álbum foi planejado para ampliar as fronteiras do reggae. O programa apresenta uma entrevista especial com Bunny Wailer, gravações raras de arquivo com Bob Marley e Peter Tosh e contribuições em palavras ou música – de muitos daqueles que participaram do álbum; como os baixistas “Family Man” Barrett e Robbie Shakespeare (Sly & Robbie) e a mulher de Bob, Rita Marley.

O vídeo mostra como as gravações originais foram feitas na Jamaica c depois finalizadas nos estúdios da Island Records na Basini Slreet, em  Londres, com a supervisão de Chris Blackwell, fundador do selo. Com a aprovação total dos Wailers, Blackwell contratou músicos brancos norte-americanos, como o tecladista John “Rabbit” Bundrick e o guitarrista Wayne Perklns, para suavizar o som original com overdubs, visando atingir o mercado internacional de rock.

Apresentando vídeos caseiros raros dos Wailers na Jamaica, imagens inéditas, e performances singulares de várias faixas do álbum, como “Stir It Up”, “Stop That Train” c “Kinky Reggae”; este é um filme que vai fascinar o espectador, além de ser um genuíno tributo ao grande grupo de reggae e de oferecer uma perspectiva privilegiada de um verdadeiro Classic Álbum.

Muito tempo depois, Chris Blackwell confessou que não deveria ter tornado palatável ao mercado internacional do rock o som puro e rude dos Wailers. Blackwell disse que o disco merecia ser lançado como veio da Jamaica, sem mexer em nada.

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Flagrantes da vida real

Beto Bruel, em São Luiz do Purunã. © Maringas Maciel.

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Escreva um filho, plante um livro e faça uma árvore

© Caetano Solda

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#ForaBozo!

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The end?

Cinquenta mil anos para eu surgir como ser humano e fui cair justo na geração do Putin, do Jair e da dancinha de TikTok?

É isso mesmo? O fim do mundo? Bem na minha vez? Cinquenta mil anos para eu surgir como ser humano e fui cair justo na geração do Trump, do Putin, do Jair e da dancinha de TikTok? Sacanagem.

Eu não me importaria de ser caçador-coletor no século 170 a.C. Flanar peladão com meu bando, tomando banho de rio, chupando uns cajus, mascando uns Psilocybe cubensis. Ah, mas e o ar-condicionado? A penicilina? O Nike Air? Grandes coisas.

Sabia que a tribo de caçadores-coletores mais ferrada de que se tem notícia trabalhava, para garantir suas necessidades básicas, menos do que oito horas por dia? Viviam lá no deserto da Austrália, numa pindaíba desgraçada, mas não há nos anais da antropologia um único registro de burnout.

Eu nasci em 77. Tá, era ditadura, havia guerra fria, quente e as tragédias de sempre, mas tinha também uns Bobs Marleys e uns Johns Lennons por aí, prospectando possibilidades mais auspiciosas. Evito ser pessimista, mas não me parece que nada de bom virá da imersão intensiva de todos os habitantes do planeta em vídeos do Instagram em que balas Mentos fazem garrafas pet jorrarem Coca-Cola. Imagino os ETs do futuro: “Eles destruíram a atmosfera, as florestas e os mares para produzir energia para trabalhar de graça para o celular?!”. É.

O Bob Marley veio pro Brasil em 1980. Olha isso: teve um dia, em 1980, em que o Bob Marley jogou bola com o Chico Buarque, o Toquinho e outros chegados. Ou seja, teve uma semana, em 1980, em que a conversa nas esquinas foi essa –ainda havia conversas e esquinas, em 1980. Ontem, num grupo de WhatsApp, o debate era sobre as consequências de uma rachadura no casulo de concreto de Tchernóbil. Ó que delícia.

Não quero ser saudosista, mas diante do fim dos tempos vamos focar onde? Os quatro cavaleiros do apocalipse vieram mesmo, juntos e misturados: pandemiaaquecimento global, fome e essa brisinha amena de uma possível Terceira Guerra Mundial. Nunca tinha visto o presidente de um país ameaçar o mundo, ao vivo, com ogivas nucleares. Confesso que foi um tiquinho assustador. Hoje, meu filho de sete anos veio me contar que viu um míssil no céu. Gastei um bocado de saliva diante de um mapa-múndi para convencê-lo de que a guerra é bem longe da gente. (Evitei revelar que a gente faz coisas piores.)

Comparando o Jornal Nacional com o Apocalipse de São João, você pensa: rapaz! Não é que Deus acertou tudinho? Ainda não surgiram os gafanhotos do tamanho de “cavalos aparelhados”, com “rostos de homem”, “cabelos de mulheres” e “dentes como de leões”. Pelo andar da carruagem, contudo, não duvido que já tenha gafanhotão sinistro fazendo escova e luzes em algum hangar cósmico por aí.

Talvez seja Poliana da minha parte, mas cês não acham que teve alguns momentos nos últimos três ou quatro séculos em que a humanidade parecia ter alguma chance? Sei lá, esse lance de substituir o despotismo pela democracia, por exemplo, soava promissor. Agora, se eu entendi bem, o contrato social saiu de moda. Lei –não alguma lei específica, mas a ideia de haver lei– é uma “opinião” que não anda muito em alta. O velho e bom “se organizar direitinho, todo mundo transa”, que vinha sendo elaborado desde Hobbes, Locke e Rousseau, foi trocado pelo “não te estupro porque você não merece”. Aos olhos do Putin, a Ucrânia merece.

Basta de depressão ou nostalgia. Vou fechar essa crônica de forma equilibrada, com uma notícia boa e uma ruim. A ruim primeiro, para terminar por cima: o mundo tá acabando. Agora a boa: é que o mundo tá acabando, também.

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#ForaBozo”

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Mural da História

9|setembro|2008

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#ForaPutin!

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Mural da História – Bashô

Ao “acadêmico”, que no lançamento da revista Helena, chamou haikai de “trovinha”. Quaxquáx! Ele vai carregar esse fardão pelo resto da vida. Do livro Bashô, de Paulo Leminski – Coleção Encanto Radical, Brasiliense.

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Fraga

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A almôndega ucraniana de Curitiba

A história está vivíssima, e a desgraça humana é tão universal quanto um bolinho de carne

Se até os prefeitos de Osasco, Carapicuíba e Itapevi se pronunciaram a respeito da invasão da Ucrânia pela Rússia, tampouco eu vou me omitir. Não dá para falar de outra coisa.

Vivemos um daqueles momentos em que o assunto dominante é algo sobre que 99,99% das pessoas sabem nada ou quase nada. Devem calar a boca? Claro que não. Porque impacta a vida de todos, por mais distante que esteja. Eu também sei bem pouco da Ucrânia. Nunca estive lá. O mais perto que cheguei foi Curitiba. O Paraná tem uma importante comunidade de descendentes de ucranianos.

Um representante desse grupo é Júnior Durski, dono da rede de lanchonetes Madero. Ele também tem um restaurante que leva seu sobrenome, perto do largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba. O cardápio é uma sucessão de pratos internacionais bestas e caros –filés e lagostas e risotos. Exceto por um certo “banquete eslavo”, uma sequência de pratos ucranianos e poloneses.

Esse “ucranianos e poloneses” sempre me intrigou. É ucraniano ou polonês, afinal? A família de Durski vem de Prudentópolis, cidade no miolo do estado do Paraná também conhecida como “pequena Ucrânia”. Os imigrantes que a povoaram vieram de um território chamado Galícia –nada a ver com a região homônima da Espanha.

​A Galícia eslava, ao longo da história, já foi autônoma, ucraniana, polonesa e austro-húngara. Atualmente, a porção ocidental fica na Polônia e a oriental, na Ucrânia. Voltando ao banquete “ucraniano e polonês”, é uma sequência de pratos com borscht (sopa de beterraba), platzki (panquequinhas de batata) e pierogi (um tipo de ravióli), entre outras coisas.

Fui ao Durski e comi o banquete um par de vezes, muito tempo atrás, quando nem desconfiava que as preferências políticas do empresário me fariam sentir ojeriza por qualquer negócio de sua propriedade. Tudo estava delicioso, odeio admitir. Em especial o frango Kiev, peito empanado e recheado com manteiga de salsinha, úmido, no ponto perfeito.

O Durski é um restaurante formal, caro, com prataria, toalhas de duzentos mil fios e lustres escalafobéticos. Muito mais simpático é o BarBaran, boteco ucraniano num clube da comunidade ucraniana de Curitiba. É famoso pelo bolinho de carne. Um bolinho de carne comum, porém muito ucraniano. Todo país tem a sua versão da almôndega.

Quando estive lá, havia um drinque com vodca chamado “traumatismo ucraniano“. A piada já era ruim, mas eu adoro piada ruim; no cenário atual, perde completamente a graça. Bate um desalento em pensar que vivi meio século para encarar as desgraças do tempo dos meus avós: peste, fome, a ascensão do fascismo, o fantasma da guerra total.

A tragédia na Ucrânia não está tão distante assim. Afeta o preço do pão. Afeta milhares de famílias brasileiras que têm parentes por lá. Terá consequências que não podemos antever agora, mas pode sobrar para todo mundo. Para todo o mundo.

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