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Rua da Amargura

albert-nane© Albert Nane

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Grouchomarxista

Vera Solda – © Daniele Régis

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Screamin’ Jay Hawkins – I Put a Spell On You

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Turma da Monica

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‘Os caras da Universal querem pular fora do meu barco. Injustiça, depois de tudo que fiz por eles’

Os caras da Igreja Universal, quer dizer, do partido Republicanos, estão querendo pular fora do meu barco. E eles nem saber andar sobre as águas. Tão pulando de cabeça mesmo. Tchibum!

Pô, que injustiça, depois de tudo que eu fiz por eles? Não deixei criarem o imposto pras igrejas, mantive um monte de privilégios, perdoei dívidas de mais de R$ 1 bilhão, dei um monte de cargos pra eles (uns até com muito dinheiro, tipo Conab e FNDE), e agora os caras querem me largar?

Não passam de uns judases!

Lá dentro da igreja está a maior briga. Devem estar tacando crucifixos uns nos outros. Ou moedas, sei lá. Tem uma turma que quer apoiar o Lula, principalmente os pastores do nordeste, tem outra turma que quer ficar do lado do Moro (aquele Caifás de meia tigela) e tem uns que querem continuar comigo, que é o certo, porque eu sou Messias até no RG.

Por conta dessa brigalhada, parece que o Republicanos vai declarar neutralidade. Ou seje (seje é com jota ou com gê? Ah, tanto faiz!), cada diretório pode escolher para que lado vai. Mas nessa eu me ferro, porque eles vão apoiar quem tiver na frente das pesquisas, e é claro que esse vai ser o Nove Dedos.

Acho que o pessoal do Republicanos está magoado porque eu quase me filiei ao partido deles, mas acabei escolhendo o PL do Valdemar Costa Neto, onde eu vou poder mandar bem mais. E os republicanuniversalistas também devem ter raiva da minha amizade com o Malafaia, que é de uma empresa, quer dizer, que é de uma igreja rival.

Pelo jeito, Diário, a Universal vai fazer que nem São Pedro e me negar três vezes. Ou duas, porque na eleição só tem dois turnos.

#diariodobolso

José Roberto Torero

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Morre, aos 95 anos, Rosy de Sá Cardoso, primeira mulher com registro de jornalista do Paraná

Morreu nesta madrugada de quinta-feira, 3 de fevereiro, aos 95 anos, a jornalista Rosy de Sá Cardoso. Ela fou a primeira mulher a ter registro profissional de jornalista no Paraná e atuou por mais de seis décadas nas redações paranaenses — quatro delas na Gazeta do Povo. A jornalista estava internada no hospital da Cruz Vermelha, em Curitiba.

Rosy, que era cantora de boleros, precisou mudar de ramo ao descobrir um calo nas cordas vocais. O primeiro trabalho oficial no ramo foi como colunista social do jornal O Dia, quando Rosy tinha 21 anos, em 1948. Até então, Rosy era servidora pública – primeiro do governo do estado, depois da prefeitura de Curitiba. Como cantora, atuava na Rádio Guaraicá desde os 14 anos, quando ainda morava em Paranaguá.

No início, ela assinava seus textos como F. de X.: Filha de Xaguana. Mas, em poucos meses passou a assinar Rosy ao fim dos textos. De O Dia, Rosy foi para o Estado do Paraná, onde tinha uma página inteira para preencher com notas sociais e serviços culturais. Durou cerca de dois anos. Depois, passou a escrever para revistas como Panorama, Divulgação e Alta Sociedade. Seguia trabalhando com o colunismo social, mas já tinha experimentado de tudo um pouco no jornalismo.

Em 1950, entrevistou o candidato à presidência Cristiano Machado, cobriu o jogo do Brasil contra a Espanha pela quadrangular final da Copa do Mundo. Atuou em um programa de variedades que ia ao ar no canal 6, a TV Paraná, afiliada da Tupi.

Enquanto trabalhou no Diário do Paraná (oficialmente entre 1970 e 1976, apesar de ter começado no jornal cerca de sete anos antes) e na Gazeta do Povo (1977 a 2017), aproveitou as oportunidades criadas pela própria editoria e as férias para meter o pé na estrada. Em 95 anos de vida, visitou cerca de 90 países nos cinco continentes

Rosy de Sá Cardoso nasceu em 19 de dezembro de 1926, em uma casa que ficava na rua Pedro Ivo, à beira do rio. Passou a infância em Paranaguá, devido ao emprego de bancário do pai, e voltou a Curitiba pouco depois da morte dele, em 1942.

Quando não estava trabalhando ou viajando, escreveu poemas, dedicou-se ao estudo de história, pagou cursos e graduações de uma série de colegas que não tinham as mesmas condições financeiras que ela e desafiou regras da sociedade. Ela foi uma das primeiras curitibanas a usar calças em público, a dirigir – uma paixão – e a entrar em bares como o Rei do Mate, que não atendiam mulheres.

Nos Natais, fantasiava-se de Papai Noel, para a alegria dos filhos de seus amigos e de outras crianças. Não casou ou teve filhos, assim como seus irmãos.

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O que diria Luiz Gama?

No dia 24 de janeiro, houve o espancamento do congolês Moïse, de 24 anos, num quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Em 12 minutos foram trinta pauladas. Qual o motivo? A cobrança pela vítima, de duzentos reais, por dois dias de trabalho. O que diria sobre tudo isso o abolicionista e advogado, Luiz Gama (1830-1882)?

Vejamos alguns trechos da obra do jurista:

Ao positivismo da macia escravidão eu anteponho o das revoluções da liberdade; quero ser louco como John Brown, como Spartacus, como Lincoln, como Jesus; detesto, porém, a calma farisaica de Pilatos.

Se algum dia […] os respeitáveis juízes do Brasil esquecidos do respeito que devem à lei, e dos imprescindíveis deveres que contraíram perante a moral e a nação, corrompidos pela venalidade ou pela ação deletéria do poder, abandonando a causa sacrossanta do direito, e, por uma inexplicável aberração, faltarem com a devida justiça aos infelizes que sofrem escravidão indébita, eu, por minha própria conta, sem impetrar o auxílio de pessoa alguma, e sob minha única responsabilidade, aconselharei e promoverei, não a insurreição, que é um crime, mas a “resistência”, que é uma virtude cívica.

Estou no começo: quando a justiça fechar as portas dos tribunais, quando a prudência apoderar-se do país, quando os nossos adversários ascenderem ao poder, quando da imprensa quebrarem-se os prelos, eu saberei ensinar aos desgraçados a vereda do desespero.

Basta de sermões; acabemos com os idílios.

Lembrem-se os evangelizadores do positivismo que nós NÃO ATACAMOS DIREITOS; PERSEGUIMOS O CRIME, por amor da salvação de infelizes; e recordem-se, na doce paz dos seus calmos gabinetes, que as alegrias do escravo são como a nuvem negra: no auge transformam-se em lágrimas. (1880 – 18 de dezembro – Luiz Gama).

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Tempo

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O irritante guru do Méier

Quero apenas repetir que minha relação com a arte é diferente. Pra mim, artista tem que sofrer. Ser anão, como Lautrec, cortar orelha como Van Gogh, contrabandear armas como Rimbaud, morrer na miséria como Grosz. Cara que, como eu, ganha dinheiro com o que faz pode ser, e é, chamado de tudo, menos de artista.

Jornal do Brasil, 23|4|92

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A vida sempre vale a pena

Flávio Cavalcanti nunca foi um dos meus tipos favoritos. Direitista militante, apoiou ostensivamente o golpe militar de 64, bajulou a milicada e tornou-se uma das principais figuras da televisão brasileira nos anos 60/80. Comandava um programa dominical de quatro horas, pela então Rede Tupi, em cadeia nacional, com sucesso absoluto de audiência.

Logo percebeu que fizera besteira, arrependeu-se, mas aí já era tarde demais. Foi censurado, punido e tirado do ar pelos próprios parceiros que incensara. Mas tinha lá as suas virtudes. Por exemplo: abrigou em sua casa, em Petrópolis, na zona serrana do Rio, perseguidos pela ditadura, como as atrizes Leila Diniz e Márcia de Windsor, por sinal ambas juradas de seu programa.

A lembrança de Flávio deve-se ao livro que acabo de ler (“Senhor TV – A vida com meu pai, Flávio Cavalcanti”, (Matrix Editora, 2021), escrito pelo filho Flavinho. O livro, parcial por certo, não traz maiores novidades, além daquelas já conhecidas pelo público e pela imprensa da época. Mas merece citação.

No fim da vida, com a derrocada final dos Diários e Emissoras Associados, dos quais faziam parte as TVs Tupi (do Rio e de São Paulo) e o desinteresse das demais televisoras, Flávio viveu momentos difíceis, acrescidos com o agravamento da doença da esposa Belinha, a falta de dinheiro e a perda da casa de Petrópolis, hipotecada para fazer frente às despesas. Fez uma experiência na Rede Bandeirantes de Televisão e acabou sendo acolhido por Sílvio Santos, do SBT, onde, a despeito das divergências com o patrão, passou os últimos três anos de sua vida.

Na noite de quinta-feira 22 de maio de 1986, Flávio estava no ar com seu programa semanal. Anunciou a entrada dos comerciais e não voltou mais ao palco. Acabou sendo levado ao Unicor paulista com uma isquemia coronariana. Quatro dias depois, já fora da UTI, teve uma parada cardíaca fatal. Cinco horas de tentativa não conseguiram reanima-lo. E o SBT saiu do ar naquele dia/noite em sinal de respeito.

Apesar da personalidade polêmica e controvertida e dos exageros diante das câmaras, Flávio Cavalcanti teve a sua importância como repórter e apresentador de televisão. E grandes momentos de humanidade. Como, por exemplo, no bilhete que deixou ao neto Jarbas:

“Quero dizer-lhe, meu neto, que vale a pena.

“Vale a pena crescer e estudar. Vale a pena conhecer pessoas, ter amigos, ter namoradas, sofrer ingratidões, chorar por algumas decepções e – a despeito disso tudo (ou por causa disso tudo) – ir renovando todos os dias a sua fé na bondade essencial da criatura humana e o seu deslumbramento diante da vida. Vale a pena verificar que não há trabalho que não traga a sua recompensa; que não há livro que não traga ensinamento; que os amigos têm mais para dar que os desafetos para tirar; que, se formos bons observadores, aprenderemos tanto com a obra do sábio quanto com a vida do ignorante. Vale a pena ver que toda amargura nos deixa reflexão, toda tristeza nos deixa a experiência, todo sofrimento nos faz crescer e a alegria nos enche de luz.

“Vale a pena ter caráter, ser honesto, justo e desprendido das coisas materiais. Vale a pena ter ideais e lutar bravamente por eles.

“Vale a pena viver nestes assombrosos tempos modernos em que os milagres acontecem ao virar de um botão ou ao pressionar uma tecla; em que se pode telefonar da Terra para a Lua; lançar sondas espaciais, máquinas pensantes, à fronteira dos outros mundos. E descobrir na humanidade que toda essa maravilha tecnológica não consegue, entretanto, atrasar ou adiantar um segundo sequer a chegada da primavera.

“Vale a pena saber que os cientistas e especialistas revelarão coisas que a mim não foram reveladas. Você certamente conhecerá seres vindos de outras galáxias e de outras dimensões, o que para mim é uma certeza, para meus pais foi uma teoria e para meus avós mera especulação.

“Vale a pena, mesmo quando você descobrir que tudo isto que eu estou tentando lhe ensinar é de pouca valia, porque a teoria não substitui a prática e cada um tem de aprender por si mesmo que o fogo queima, que o vinagre amarga, que o espinho fere e que o pessimismo não resolve rigorosamente nada.

“Vale a pena até mesmo envelhecer como eu e ter um neto como você, que me devolveu a infância”.

Como se vê, sempre se pode tirar algo de bom do ser humano, tenha ele vivido de um jeito ou de outro.

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Bolsoriarty ou Mabusonaro

Até que ponto os cúmplices que Bolsonaro implantou no sistema impedirão que ele pague por seus crimes?

Jair Bolsonaro acaba de nomear mais um aliado para um cargo-chave na administração. Desta vez, trata-se de um indivíduo com autoridade para bloquear, ignorar ou mesmo apagar as investigações contra um de seus filhos pela extorsão de funcionários chamada “rachadinha”. Qual é a novidade? Todo dia, Bolsonaro infiltra em cargos-chave elementos de sua confiança. É sua prerrogativa, mas nunca um presidente amarrou tão bem o sistema visando a proteger-se, assegurar impunidade ou eternizar-se no cargo.

Bolsonaro já se garantiu na rede de procuradorias, corregedorias, controladorias, delegacias, órgãos públicos de busca e informação e até no STF, no qual implantou dois pinos. Tem pelo menos um cúmplice em cada tribunal. Foi fazendo isso aos poucos, em silêncio, enquanto nos distraía com a chusma de militares, nem tão decisivos, que transplantou para o governo. O resultado desse enraizamento está na tranquilidade com que afronta diariamente a lei e sai assobiando, como se se soubesse fora do alcance dela.

A literatura e o cinema criaram dois personagens igualmente sinistros: o professor Moriarty, arqui-inimigo de Sherlock Holmes, e o Dr. Mabuse, imortalizado em três filmes de Fritz Lang. O primeiro controlava Londres; o segundo, a partir de Berlim, fitava o mundo. O alcance de ambos compreendia desde uma carteira furtada no metrô até a manipulação de leis, passando pelo hipnotismo de gente influente, espionagem eletrônica e controle de organismos essenciais.

Quando, ao fim de uma história, achava-se que Moriarty e Mabuse estavam mortos ou derrotados, crimes como os deles continuavam acontecendo. Eram de seus auxiliares deixados impunes ou de estudiosos de seus métodos e que conseguiam replicá-los. O terror não tinha fim.

Bolsonaro, um dia, descerá da cadeira e responderá por seus crimes. Resta ver até que ponto os homens que impregnou no sistema impedirão que pague por eles.

Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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