Todo dia é dia

JOSELY

Schisma

Cobre se refletindo a ouro-fio nos olhos:
sem pano nem cordame, os móbiles oscilam, barcos
sem rumo, a esmo (desertos), rio adentro
(no leito cambiante), sem remo ou vela
ao vento. Vogam no entremeio, rio afora,
no linde (os sonhos) – superfície.
 
Nuvens e água, pênseis, a ouro-fio nos olhos.
Inverso de mortalha, os lençóis correm em álveos:
os barcos têm velâmens.

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Sem PIX

Custei a aderir ao celular. E admiro quem consiga viver sem ele. Ruy Castro, por exemplo (embora ele se beneficie do celular de sua mulher, Heloísa). Outros dois também famosos pela resistência eram Caetano Veloso e Luis Fernando Verissimo. Não sei se ainda resistem

Não sei você, mas eu não tenho PIX. Nem pretendo ter. Aqui em São Paulo, é um tal de ouvir sobre roubo de celular pra usar o PIX! E se roubassem “só” o celular, ainda estava bom. Mas leio que voltaram os sequestros relâmpagos por causa das facilidades de transações bancárias via celular.

Em um segundo, lá se vão o celular e boa parte de suas economias. O telefone portátil virou uma bomba relógio. Eu que caminho muito por aí confesso que penso duas vezes antes de levar o aparelho quando saio.

Sequestro relâmpago? Nem me fale! Tem tempo, é verdade, mas na minha família (digo, eu e meus três filhos), só um filho não sofreu sequestro relâmpago. Em três situações distintas, eu e dois filhos vivemos isoladamente essa experiência traumática. Nem sonhamos em pensar que possa ser repetida. Daí as precauções com o celular quando vou caminhar.

Ironicamente, o único filho que não passou pelo sequestro, que de relâmpago não tem nada (dura uma eternidade para quem sofre), como eu ia dizendo, o único que não passou por isso já teve celular roubado uma penca de vezes (já perdi a conta de quantas foram). Felizmente, foi antes do advento do aplicativo bancário.

Com a nova modalidade de bandidagem, passei a repensar o uso do celular. Resisti o quanto pude às suas facilidades. Demorei muito a adotá-lo. E quando todo mundo já se esbaldava no WhatsApp, eu ainda tinha um aparelho pré-histórico que só servia para… falar ao telefone.

Minha birra tinha – e ainda tem – vários motivos. Primeiro, que não sou devota de tecnologia. Segundo, porque não queria estar do outro lado da linha a qualquer momento, para qualquer pessoa. Prezo muito meu tempo e meu espaço. E não gosto de ser invadida.

Custei a aderir ao celular. E admiro quem consiga viver sem ele. Ruy Castro, por exemplo (embora ele se beneficie do celular de sua mulher, Heloísa). Outros dois também famosos pela resistência eram Caetano Veloso e Luis Fernando Verissimo. Não sei se ainda resistem.

Quanto a mim, me dobrei ao Smartphone por causa dos aplicativos de táxi, muito úteis para quem não tem carro como eu. Mas daí para o WhatsApp, foi um mau passo. Hoje estou no estágio de sair dos grupos em que me meti inadvertidamente. Impossível ter paz de espírito e participar de grupo de WhatsApp ao mesmo tempo.

Ah! Ia me esquecendo… Para prevenir o uso da minha conta bancária num eventual roubo do celular, tomei três providências junto ao banco: inibi o crédito pré-aprovado (para contratá-lo, o banco terá que me contatar); reduzi ao mínimo o limite do cheque especial e anulei a possibilidade de visualização dos meus investimentos. Ajuda, mas não resolve de todo o problema. Eu sei.

Quer ver a maior prova de que estamos de fato correndo perigo? Nesta semana o Banco Central anunciou medidas restritivas sobre o uso do Pix, limitando por exemplo operações à noite ao valor de R$ 1 mil. Para mim, isso foi um atestado da gravidade do problema. É como se dissessem: “Já que você pode sofrer sequestro relâmpago, vamos reduzir o prejuízo”. Bela solução!

CORONADICAS

Assisti nos últimos dias a dois filmes no NOW que recomendo: Os caçadores de trufas e Jogo do poder. O primeiro é um delicioso documentário sobre como são colhidas as milionárias trufas brancas. O segundo, dirigido por Costa Gavras, é uma ficção baseada no que realmente ocorreu na Grécia na grande crise de 2015, no embate com os bancos europeus e as discussões sobre a enorme dívida do país e o receituário neoliberal da Comunidade Europeia que o inviabilizava.

O filme do genial diretor grego radicado em Paris baseou-se no livro Adultos na sala – minha batalha com o establishment europeu, escrito por Ioannis Georgiu Varoufakis, o “Yanis”, Ministro das Finanças então – aquele que andava de motocicleta e ia às reuniões com os poderosos europeus sem gravata e de mochila a tiracolo. Imperdível. Uma verdadeira aula.

Saudações! E até a próxima.

Monica Soutelo

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Doméstica: ‘Até ministro da economia tem conta no exterior, é uma festa danada’

O ministro Paulo Guedes foi pego com a boca na caixa de Pandora, digo, na botija com o vazamento dos dados de contas bancárias em paraísos fiscais. O posto Ipiranga tem 50 milhões de reais em offshores nas Ilhas Virgens.

Uma longa tradição entre políticos e empresários honestos brasileiros, a prática de enviar dólares para paraísos fiscais é uma espécie de rito de passagem que demonstra a fé do cidadão na economia e instituição de seu país.

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Guns of Navarone

 

The Skatalites – Guns of Navarone

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Elas

Maria Cláudia Silva Carneiro, Cláudia Ohana  – Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1963. © AbrilPress

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Criciúmas

Onde tem dinheiro tem assalto. Vale pra bancos, pro comércio, pro bolso do povo. Como não dá pra não ter dinheiro nesses lugares, a única solução seria tentar regulamentar melhor o crime. Por exemplo, agências preferenciais para roubos.

Os bancos privados, esse conglomerado de exploradores da grana da população, se uniriam para instalar agências exclusivas de atendimento a ladrões. Uma em cada cidade, como um caixa único para os amigos do alheio. Os gatunos teriam um calendário de assaltos programados, assim dois bandos não se amontoariam na mesma hora saqueando a tal agência.

Pra nunca faltar money para as gangues, os cofres seriam abastecidos em rodízio pelos tais banco afiliados à agência, o que garantiria a satisfação plena dos assaltantes.

Com tal estrutura e fartura financeira, os bandidos deixariam as demais agências bancárias em paz. Essa imensa facilidade de atendimento à bandidagem também diminuiria a onda de saques violentos, com armamento pesado e dinamite.

Os traficantes de armas de uso exclusivo das forças armadas e os fabricantes de explosivos teriam algum prejuízo, claro, mas não dá para contentar a todos. Em vez de armas, cartões roubativos, com caixas eletrônicos Furte Aqui 24h. E se houver consenso entre os maiores bancos do país, eles podem até bancar um marketing coletivo. Já os bancos estatais, estes seriam poupados de tantos assaltos sensacionais, beneficiados com a preferência dos assaltantes pelas instituições privadas.

Sem falar na proteção do dinheiro estatal reservado a desvios de verbas e aos fundos para mamatas e maracutaias. Este programa facilitador da roubalheira pode ter desdobramentos incríveis: com essa folga dos autores intelectuais de assaltos espetaculares, eles poderiam virar roteiristas de Hollywood!

Quanto aos reféns, poderiam ser terceirizados: em vez de apanhar cidadãos inocentes e vulneráveis, prováveis vítimas em situações extremamente perigosas, nessa nova modalidade de assaltos regulamentados os reféns poderiam ser voluntários. Haveria um cadastro nacional para refém, com aproveitamento dos 14 milhões de desempregados do país. Com mão de obra tão barata, receberiam vale-refeição, vale-transporte e um cachê, tudo pago por S. A., a Sociedade Assaltante.

É uma sugestão modesta, nem me custou criar, e nada quero em troca. Apenas para evitar que haja uma Criciúma em cada região deste tão desprotegido e desgovernado Brasil. De nada.

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Sublime

 

Gwava Jelly – This Train

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Bolsonaro pede para depor no cercadinho pois é onde ele sabe mentir melhor

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal tome presencialmente em até 30 dias o depoimento de Jair Bolsonaro. Segundo fontes, o presidente teria sugerido que o depoimento à PF seja feito no cercadinho do Palácio do Alvorada que é onde ele já está acostumado a mentir. Outra possibilidade seria depor numa live nas redes sociais.

Sensacionalista

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Bolsonaro

Nani|Ernani Diniz Lucas – 1951|2021

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Cartunista Nani morre aos 70 anos vítima da Covid-19

O cartunista Nani Foto: Reprodução/G1/Acervo Pessoal

O cartunista Nani, criador da tira Vereda Tropical, morreu nesta sexta-feira (8), em Belo Horizonte, segundo informações do G1. Aos 70 anos, ele foi vítima da Covid-19. Ainda não há informações sobre enterro e velório.

Ernani Diniz Lucas nasceu em 27 de fevereiro de 1951 na cidade de Esmeraldas, na Região Metropolitana da capital mineira. Ainda segundo o G1, ele estava fazendo isolamento em sua cidade natal desde o início do ano, quando se mudou do Rio de Janeiro.

De acordo com a família, Nani estava internado havia uma semana, após o diagnóstico da Covid-19. Ele fazia parte do grupo de risco da doença, pois chegou a passar por três transplantes de fígado em apenas um mês, em 2004.

Conhecido em todo o país pelo apelido, Nani começou a carreira em Belo Horizonte, aos 20 anos, publicando charges. Pouco depois, em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. Ao longo da trajetória profissional, colaborou com O Pasquim e foi chargista de O Globo. Também publicou em veículos como Jornal dos Sports, Última Hora e O Dia.

O Globo

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Mural da História

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Tempo

três-em-umTrês em um: Cristóvão Tezza, Fábio Campana e Jaime Lerner. © Maringas Maciel, em algum lugar do passado

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Playboy|1980

1980|Liz Glazowski. Playboy Centerfold

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Alhures do Sul

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