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Tão cedo não teremos vacina para todos
Não teremos vacina para todos. Pelo menos não tão cedo. A incompetência e o descaso de Jair Bolsonaro e dos patetas dos seus assessores colocaram uma nação inteira na vergonhosa, sem dizer calamitosa, posição de levar um tombo na corrida da imunização.
Depois de um dia de esperança com o início da vacinação, a realidade. E a realidade é que estamos nas mãos dos chineses, que riem por último do festival de grosserias dos nossos representantes.
O estoque da Coronavac deve durar até o final de janeiro. A AstraZeneca só deve começar a chegar em março. Bolsonaro desdenhou, cancelou compras, pôs em dúvida a eficácia dos imunizantes, seu governo se opôs —e depois voltou atrás— à quebra de patentes proposta pela Índia. E agora não conseguimos matéria-prima para abastecer a Fiocruz e o Instituto Butantan.
Num evento em comemoração ao dia de São Sebastião, na Arquidiocese do Rio, a cientista Margareth Dalcomo, um dos principais nomes no combate à Covid-19, verbalizou a angústia de milhões de pessoas ao falar sobre a derrota do governo na compra dos imunizantes. “O que é que pode justificar que o Brasil não tenha as vacinas disponíveis para a sua população (…) A não ser a absoluta incompetência diplomática do Brasil…”
Enquanto isso, o ministro da Saúde, o general Pesadelo, mente que sua pasta nunca ofereceu tratamento precoce para a doença. Felizmente a notícia e o print são eternos. Para completar a lambança, um aplicativo do ministério indica cloroquina e antibiótico até para casos não comprovados de infecção pelo coronavírus. Tem náusea e diarreia? A solução, segundo o governo, é o “kit-Covid”.
Se depender do governo, no dia de sabe-deus-quando. Quem diria, mas a vacina, mais precisamente a falta dela, ainda vai derrubar Bolsonaro.
O Brasil dos 3 patetas não tem maneira de dar certo
Ele foi objetivo. Chegaria nos Estados Unidos e marcaria um encontro com um irmão do presidente George Bush em um clube de tênis em Nova York. Depois, encontro com outro americano ilustre em um clube social de Washington. Indaguei dele sobre as tecnicalidades da negociação. Moreira Salles foi sucinto:
– Podem existir computadores, planilhas, tecnicalidades. Mas, na diplomacia nada substitui as relações pessoais.
Nos últimos tempos, o chanceler Ernesto Araújo, o idiota, se vangloriava do país ter se tornado um pária internacional. Confrontado com a realidade, assumiu-se como pária: “Sim, o Brasil hoje fala de liberdade através do mundo. Se isso faz de nós um pária internacional, então que sejamos esse pária”.
Hoje a vacinação depende de produtos ativos importados da China e do Índia. E não há uma interlocução sequer entre Itamarati e a diplomacia desses países.
Publicado em Ultrajano
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Doria derrota Bolsonaro
João Doria é valente. Em seu lugar, eu não teria entregado as vacinas contra Covid-19 ao governo federal antes de o cheque pela compra do biofármaco ter sido compensado. Para não dizer que Jair Bolsonaro e seus prepostos são um bando de salafrários, afirmo apenas que a confiabilidade do Planalto tende a zero.
Nem precisamos nos afastar da vacina para constatá-lo. Menos de três meses atrás, ao ser questionado por um apoiador sobre o anúncio de que o Ministério da Saúde iria adquirir a Coronavac sino-doriana, o presidente desautorizou seu ministro e escreveu no Facebook: “NÃO SERÁ COMPRADA”. Comprou, 46 milhões de doses, com opção de mais 54 milhões.
Obviamente, não me queixo de o presidente ter descumprido a palavra. Mas, se tivesse dignidade, ofereceria uma explicação para a mudança de atitude, além de um pedido de desculpas aos chineses e ao governador paulista.
Daí não decorre que o comportamento de Doria tenha sido exemplar. Na comparação com Bolsonaro, ele é um farol de iluminismo, mas isso não o impediu de envolver o Instituto Butantan num constrangedor espetáculo televisionado de “cherry picking”, desastroso para quem pretende fazer ciência a sério.
Devemos lamentar a politização da vacina, mas só até certo ponto. Se Bolsonaro e Doria não tivessem entrado numa irrefreada disputa pela foto da primeira agulhada, que o Bandeirantes venceu, o Planalto dificilmente teria se mexido, e estaríamos ainda mais atrasados na imunização.
Há, porém, um lado mais sombrio na politização da vacina. Existem discussões como a do aborto e a da legalização das drogas que, por envolver crenças filosóficas e valores, são quase que naturalmente politizadas. Mas há outras, como a mudança climática ou a vacinação, em que o espaço para o subjetivismo é menor. Quando elas se politizam, em geral é porque um dos lados se tornou imune às evidências, o que é sempre perigoso.
Sessão da meia-noite no Bacacheri
Inspirado em um pequeno artigo de jornal, Mercadoria 200 é, provavelmente, o filme mais importante na carreira de Balabanov, que faz, aqui, uma autópsia do seu país. Tendo como fundo a guerra do Afeganistão, este thriller conta a história de um policial maníaco, sua mãe, um professor universitário ateu, o líder do partido local e sua filha desaparecida, entre outros habitantes da pequena cidade soviética de Leninsk.
Gruz 200, Mercadoria 200, direção de Alexeï Balabanov, 2007, Rússia.
Publicado em Sessão da meia-noite no Bacacheri
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A história que vamos contar
Por tudo o que já foi dito e lido, o dia de ontem virou um marco histórico. A cena da primeira brasileira sendo vacinada contra a Covid-19 em território nacional, uma profissional da linha de frente do enfrentamento da pandemia, com todas as condições e comorbidades que a posicionam no topo da lista de pessoas prioritárias na fila de imunização, é carregada de simbolismos e ficará registrada em nossa memória cultural (ao menos a maioria das pessoas reconhecerá sua importância assim) como um retrato da esperança coletiva em vislumbrar um fim para esse sofrimento.
As feridas decorrentes dele, por outro lado, vão continuar a exigir mais cuidado e paciência de nossa parte, pois demorarão um pouco ainda para cicatrizarem. As oportunidades que se abriram em meio às tantas crises embutidas na pandemia do novo coronavírus tendem a se solidificar e a serem incorporadas no nosso dia a dia, frutos do autoconhecimento, de outros aprendizados e da superação. Desde as primeiras horas da manhã, aviões sobrevoam nossas cabeças e as imagens nos noticiários da TV, sobre a chegada e distribuição dos primeiros lotes nos estados, também transportam alívios e expectativas.
Se sobrevivemos à Covid-19 e estamos vivos até agora para registrar, contar a história desse tempo e apagar as suas luzes, só pode haver duas razões: somos do tipo “vaso ruim” ou portadores da responsabilidade e do compromisso de sairmos melhores disso tudo. Sem dar margem a ingenuidades, a grande mídia, no pior estilo da cerâmica, já se aproveita das euforias geradas e dos descontentamentos óbvios para se apressar em eleger um “salvador da pátria” que possa chamar de seu.
Mas, sabedores de tudo isso, cabe a nós assumirmos o papel de quem tirará um proveito mais nobre dessas lições e deseja que o legado de tamanhas privações e dores possa ser apenas e tão somente o resgate da nossa condição de humanidade. A concentração das doses de vacinação administradas nas regiões e países ricos do Globo, contra os baixos indicadores (nulos até) em países pobres, exibe um retrato triste de um mundo que teima em se constituir desigual. As desigualdades socioeconômicas persistem como os mais perversos fatores de risco para quaisquer pandemias ou catástrofes, sejam naturais ou provocadas, espontâneas, inesperadas ou previsíveis e induzidas.
Que antes mesmo de nos imunizarmos e voltarmos ao estado de insensibilidade próprio do conforto e da ausência de dúvidas, a gente decifre a fórmula que apontará para um mínimo denominador comum de solidariedade e de empatia. E, como me ensinou uma amiga, engajada em movimentos populares: que essa matemática se dê não por mera generosidade, exercício de caridade de nossa parte, mas guiados pela ética e pelo princípio da igualdade na garantia de direitos. Ou fazemos isso ou continuaremos nos equilibrando nas bordas de um planeta achatado. Não é a história que quero contar de cabeça erguida e com a consciência tranquila para quem virá, na sequência, carregar e definir os significados do estandarte do que entendemos por civilização.
Publicado em Thea Tavares - Blog do Zé beto
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Felizes com a pandemia, sequelados com a vacina
Procura-se o presidente da República, Jair Bolsonaro. O pouco excelentíssimo senhor chefe de estado do Brasil está completamente sumido, mudo, catatônico, sem sinal da internet e sem sinais vitais públicos desde o exato instante em que o governador de São Paulo, João Doria, deu início à vacinação dos voluntários paulistas com a Coronavac, imediatamente após a aprovação da Anvisa.
Durante a transmissão do parecer técnico da agência de vigilância sanitária, que aprovou o uso emergencial das vacinas do Butantan e da Fiocruz, foi incensada a necessidade de monitorar eventuais reações adversas que pudessem acontecer aos vacinados, embora sem nenhuma evidência contundente. Nenhum profissional da instituição, no entanto, alertou para a ocorrência de efeitos colaterais esquisitos e potencialmente graves das vacinas em autoridades máximas do país.
Enquanto não havia vacina, Jair Bolsonaro estava perfeitamente saudável, ativo, falante, passeando de jet-ski, lancha, nadando em mar aberto, fazendo aglomerações sem máscaras, integrando carreatas pelo país e realizando turnês de cloroquina pelo Brasil. Desde a recusa das emas, Jair não parecia tão afetado. Esquisitíssimo.
Sobretudo, porque presidente e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, são dois ferrenhos defensores do combate à Covid-19 com a alegria. “Quem é feliz não pega Covid”, é o lema dos comandantes do país que já soma mais de 8 milhões de infectados ‒ número, inclusive, que inclui a dupla. Deve ter faltado felicidade ali em algum momento. Mas, primeiro, a alegria; depois, a cloroquina. A chegada da vacina parece não ter feito bem à alegria e à cloroquina de ambos.
Se Jair Bolsonaro desapareceu, Pazuello já apresentou sintomas completamente distintos. O general especialista em logística, que a Advocacia-Geral da União notificou ter sabido da falta de oxigênio em Manaus com 10 dias de antecedência, apareceu subitamente de ombreiras, peito inflado e falando grosso.
Os efeitos colaterais mais evidentes no ministro da Saúde foram a raiva e a confusão mental. Em um discurso de lógica prejudicada e tom agressivo, Pazuello espumava palavras em um delírio de quartel, ao mesmo tempo em que manifestava o terceiro sintoma adverso: o de especialista em logística jornalística. Não havia pergunta de repórter que o ministro militar não pudesse consertar, aprimorar, orientar a melhor técnica, qual um professor universitário.
Se por um acaso do destino o ministro da Saúde porventura deixar o cargo por algum motivo, sabe-se lá qual ‒ apenas uma hipótese remota, imagina ‒, o trabalhador brasileiro que dá vida ao mascote “Canarinho Pistola”, da Seleção Brasileira de Butebol, que ponha as barbas de molho. Poucas vezes uma atuação enfurecida convenceu tanto crítica e público. Memorável.
Pazuello já tem futuro, se assim desejar. Falta, agora, descobrir o do presidente Jair Bolsonaro, assim que ele aparecer.
Trump sai, Bolsonaro continua
Em “De Volta para o Futuro” (1985), Michael J. Fox, vindo daquele ano, vai ao passado pela primeira vez e se refere a Ronald Reagan como o presidente dos EUA. Christopher Lloyd, o cientista, não acredita: “Reagan, o ator? Presidente dos EUA??? E quem é o vice? Jerry Lewis???”. Em 1955, ano em que se passa a história, Reagan, já relegado a filmes B, não poderia ser o presidente nem na tela —papel reservado a atores sóbrios e amados, como Henry Fonda, Ralph Bellamy, Fredric March—, quanto mais na vida real. Pois, em 1980, a vida real elegeu Reagan. Pena que sem Jerry Lewis.
Claro que, diante de Donald Trump, Reagan ganhou estatura de estadista, digno sucessor de Washington, Lincoln e Franklin Roosevelt. Trump rebaixou o cargo a níveis que nem o genocida James Buchanan (1857-61), o imoral Richard Nixon (1969-74) e o mentiroso George W. Bush (2001-09) se atreveram. Fez isto somando e absorvendo as piores ignomínias desses três e acrescentando a última audácia que os EUA esperariam de seu presidente —um projeto de golpe e ditadura.
Trump sairá pelos fundos da Casa Branca em 48 horas, mas o mundo ainda não está a salvo. Até o último minuto ele continuará a fazer o mal —insuflando seu gado ao ódio, sonegando dados sobre a pandemia para seu sucessor e cogitando anistiar a si mesmo e à sua família pelos crimes que cometeram. Muitos americanos que o apoiaram descobrem agora que sua ideia de poder não visava a um fim, qualquer que fosse. Ele era o meio e o fim. A psiquiatria deve ter um nome para isso.
Com o fim de Trump, os americanos têm um país a reconstruir. Aqui chegamos à metade do mandato do subclone Jair Bolsonaro e o pior ainda está por vir.
Pendurado na brocha sem a escada de seu líder, só cabe a Bolsonaro recrudescer. Ele também se vê como um meio e um fim. Resta ver quem chegará primeiro a este fim —ele ou o Brasil.
Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo
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Morre Tiomkim, o pioneiro do audiovisual no Paraná
Pioneiro na área de video-arte no Paraná, produziu vários curtas, na categoria experimental, e participou de diversos festivais de video na década de 90. Foi premiado no Festival do Maranhão com os troféus Itaú, Especial do Juri e o internacional OCIC (Organização Católica Internacional) em parceria com o cineasta Estevan Silvera. Também ganhou o grande prêmio do Salão Curitiba Arte V (1989) e foi até Praga na antiga Tchecoslováquia onde registrou o fim do Comunismo. Cinéfilo de carteirinha, ele tinha uma coleção de mais de mil discos de vinil com trilhas sonoras do cinema, além de mais de 500 DVDs.
Publicado em Sem categoria
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Anvisa aprova uso emergencial de impeachment
A doutora Irene Serena Eparema explicou como funcionará o impeachment no sistema imunológico brasileiro. “O que está acontecendo hoje é o seguinte: os sinais de doença são enviados. Mas os linfócitos colocam a culpa nos glóbulos brancos. O pâncreas diz assim. ‘Eu não posso fazer nada’. O fígado, já irritado, diz que o estômago o impede de trabalhar. Aí o coração afirma: ‘E daí? Não sou o intestino’. Todo o corpo cria inimigos imaginários para justificar sua inércia. Enquanto isso, a doença se alastra. O impeachment pode fazer com que o sistema imunológico brasileiro comece, enfim, a trabalhar”.
Para o início da campanha, foi criado o mascote Rodrigotinha.
Publicado em Renato Terra - Folha de São Paulo
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Ticiana Vasconcelos Silva
Tenho um caso de amor com a minha inteligência. Vá lá que não sou grandes coisas na vida, o que é uma burrice, mas e daí? Isso não determina minha qualidade de pensamento. Muito pelo contrário. Tudo o que passei, passo e passarei uso para pensar. Também não me considero inteligente a ponto de me considerar inteligente. Certas coisas penso bem. Outras, nem tanto. E muitas me vencem. Minha mente permanece ávida por pensamentos. Todos os dias meus pensamentos vêm em forma de questionamento.
Pra que questionar a vida, né? Coisa desnecessária, irão dizer. Mas, para mim, comum. Penso sempre, por exemplo: que ciclo infernal de acordar e dormir sem fim. Pode parecer besteira, mas já pararam pra pensar? Ou será que eu penso coisas bizarras? Não me parece estranho achar que dormir e acordar todos os dias seja uma obrigação a mais. Talvez seja. Mas eu não me conformo com este tal de ciclo. Por isso, durmo e não quero acordar. Tenho que dormir e não quero ir pra cama. Uma criança birrenta, praticamente. Acho que sou mesmo uma criança descobrindo o mundo a cada hora através do pensamento. Investigo e questiono.
Gostaria de apenas aceitar. Mas não é da minha índole. Ir além é ter sempre um cisco no olho para destravar. Elucidar o olhar. Através do pensamento. E quando não houver mais questionamento, questionar o vazio. Sempre há o que pensar. E olhar para a mente é descobrir o sono. Hora de dormir.
Publicado em Sem categoria
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O que fazer com as sandices que líderes populistas publicam nas redes sociais?
Uma das características da onda de extrema direita que varre o mundo é a instrumentalização da liberdade de expressão para propagar notícias falsas e discursos virulentos. A reação de muitos dos democratas tem sido a de defender uma relativização das proteções à liberdade de expressão. Será que é esse mesmo o caminho?
Vale lembrar que, durante ao menos dois séculos, versões razoavelmente fortes da liberdade de expressão desempenharam papel central na consolidação de algumas de nossas melhores instituições, como a democracia e a ciência. Não penso que devamos correr o risco de retrocesso nessas áreas só porque experimentamos um quinquênio de dissabores.
O que fazer, então, com as sandices que líderes populistas como Donald Trump e Jair Bolsonaro publicam em suas redes sociais? A pior solução seria atribuir a algum órgão de governo o poder de decidir o que vai ou não ser publicado. Felizmente, não há muitos defendendo esse caminho.
Uma saída mais popular tem sido pressionar as big techs para que exerçam seu poder de edição e banam ou ao menos reduzam a visibilidade dos discursos mais radicais/violentos. Isso é decerto preferível à censura estatal pura e simples, mas fica ainda longe de uma boa solução.
A reclamação de trumpistas e bolsonaristas de que a exclusão das redes também configura censura procede só em parte. Se o cidadão deve ter a liberdade de dizer o que quer, empresas devem ter a de escolher o que vão ou não publicar. Melhor ainda se elas forem muitas, ideologicamente diversas e se pautarem por regras racionais, claras e previamente anunciadas.
A principal dificuldade desse arranjo é que ele concentra poder demais nas mãos dos hoje poucos atores empresariais. Mas não deixa de ser um avanço trocar o quase impossível paradoxo da tolerância (precisamos tolerar os intolerantes?) pelo problema mais tratável de como lidar com monopólios.