Mural da História – O bêbado e a equilibrista (1979)

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos

A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco
Louco
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar

Azar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar

João Bosco|Aldir Blanc

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Pulmão

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Flagrantes da vida real

João Urban. © Maringas Maciel

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Se sair, ninguém vai reclamar

Não está garantida a permanência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), no governo caso Lula mexa no time nos primeiros meses de 2024. O fato foi noticiado pelo Bastidor.

O ministro é alvo de reclamações do próprio partido, do Centrão e do PT. Lideranças relataram à articulação política dificuldades de conseguir agenda com Fávaro e demora na liberação de verbas.

Parlamentares da base aliada acusam o ministro de favorecer seu reduto eleitoral, o Mato Grosso, na liberação de emendas que deveriam ser empenhadas a partir do direcionamento de deputados e senadores.

Ele chegou a direcionar 127 milhões de reais em emendas para sete cidades de Mato Grosso.

O ministro sabe das queixas das quais é alvo e, ao se licenciar para votar no Senado a favor da indicação de Flávio Dino no STF, ajudou a derrotar o governo na desoneração da folha de pagamento.

O projeto ganhou uma emenda que incluiu municípios no texto. O trecho foi acrescentado por Ângelo Coronel (PSD-BA), do mesmo partido de Fávaro e um dos insatisfeitos com o ministro.

Na reforma ministerial de Lula, se depender da maioria da bancada do PSD no Senado, o partido ficaria com a Saúde sob o comando de Otto Alencar. Fávaro voltaria ao Congresso.

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Dois uísques abaixo

EM VERDADE vos digo: também sou cachaceiro, devoto e apreciador de pinga. Também? Sim, porque estou em boa companhia, no Brasil e Algarves, com referências ilustres em homens de Estado, verdadeiros heróis.

Primeiro Jânio Quadros, que tanto gostava que ao visitar cabos eleitorais chegava pedindo um copo com água, que rejeitava porque o anfitrião não entendia tratar-se de outro líquido branco. Os seguidores demoraram para saber porque sempre tinha a tiracolo dona Eloá, sua mulher, que não fazia política. Ela tinha o apostolado conjugal de impedir o marido de pedir a saideira. Jânio nunca renegou a cachaça, que defendia: “Bebo porque é líquida; sólida fosse, bebê-la-ia”, sempre amante da mesóclise, sóbrio ou não.

Lula1/2 encomendava a Milagre de Minas, uma delícia também do gosto deste que vos bloga; ela é suave e, como dizem os enólogos sobre o vinho, evidencia traços evocativos de mel. Nos minutos finais de sua rendição à Polícia Federal, que o levaria à prisão pela Lava Jato, Lula entrincheirou-se no sindicato dos metalúrgicos onde começou a vida política, e, cercado pela militância, não abandonava a garrafa com o líquido branco, sempre reabastecido, supostamente com água, que sorvia compulsivamente.

Este anônimo blogueiro também bebe, mas sofre assédio da mulher, exaltada praticante da temperança, que invade todos os esconderijos de casa em demanda do Milagre de Minas ou da Pinga do Polaco, produzida em Prudentópolis. E não o abandona nem quando ele sai para o sanduíche de mortadela na padaria. Repressão? Sim. Como dona Eloá, ela descobriu que em frente da padaria está o bar que, quando fechado, à noite, domingos e feriados, tem campainha para atender seus fieis cachaceiros.

Jânio, Lula e demais dipsômanos têm valiosa referência em Winston Churchill, que derrotou o nazismo à base do consumo diário de champanhe, gim e conhaque – neste inclusive mamava molhando a biqueira de seu inseparável charuto. Como inimigos de Churchill, Jânio e Lula estão os genocidas e falsos moralistas que bebem gasosa e gengibirra. Concluo lembrando o companheiro Humphrey Bogart, mito do cinema, decretou que “a  humanidade está dois uísques abaixo”. 

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Flagrantes da vida real

O Vampiro e a Polaquinha. © Maringas Maciel

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De volta para o passado

Lula, Joesley e Toffoli protagonizam a reprise dos piores vícios das gestões petistas.

A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Carlos Graieb, Duda Teixeira e Rodrigo Oliveira, destaca a volta ao passado que Lula e o PT tentam promover no Brasil. Desde que retornaram ao poder, o presidente e seu partido não têm hesitado em remontar esquemas de outrora, como o aparelhamento da Petrobras e de fundos de pensão das estatais, o uso do BNDES para fazer política externa e o uso de verba estatal para fazer propaganda ideológica. Nem mesmo os parceiros mudaram.

Também nesta edição, a matéria assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima aborda o fim da gestão Augusto Aras e o início da era Paulo Gonet na Procuradoria-Geral da República. O novo PGR assumiu o comando do Ministério Público com a promessa interna de defender as prerrogativas da instituição, inclusive o poder de investigar.

No Crusoé Entrevistas, o novo presidente do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que não terá vida fácil ao tentar reconstruir o partido e que pretende formar novas federações. O ex-governador de Goiás também disse que os tucanos terão candidato próprio em 2026 e que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, “reuniu características para ter uma candidatura presidencial”.

No Ilha de Cultura, o baterista dos Titãs, Charles Gavin, que também é um pesquisador da nossa história fonográfica, fala sobre cinco discos que, segundo ele, proporcionam fortes leituras da época em que foram lançados.

Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Alexandre Soares SilvaRodolfo BorgesLetícia BarrosJerônimo TeixeiraLeonardo BarretoJosé Nêumanne PintoPaulo Roberto de AlmeidaAugusto de Franco e Ivan Sant’Anna. A sátira política fica por conta de Agamenon Mendes Pedreira.

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Por que Trump é inelegível?

Reza a Constituição dos EUA na seção 3 da emenda XIV de 1868 (14ª Emenda), que não poderá ser representante quem tenha tomado parte em insurreição ou rebelião contra a Constituição, ou prestado auxílio e apoio a seus inimigos.

No detalhe: que tenha tomado parte em insurreição ou rebelião contra a Constituição.

Então, a Suprema Corte do Colorado apenas aplicou a Carta Magna e tornou Trump inelegível, diante da tentativa de golpe nos EUA, no dia 06 de janeiro de 2021.

A Suprema Corte dos EUA apreciará o recurso. Donald indicou três ministros em quatro anos, desequilibrou, a seu favor, a composição daquele tribunal.

Assim a maioria de cinco ditos conservadores, dos nove componentes, irá revogar a decisão do Tribunal do Colorado e o tornará elegível.

Prova disto é que em 2023, essa mesma Corte declarou inconstitucionais os programas de admissão com base na cor da pele ou na origem étnica dos candidatos da Universidade Harvard e da Universidade da Carolina do Norte, resultando na restrição de ações afirmativas.

Durante muito tempo esse tribunal admitiu a doutrina da segregação racial entre brancos e negros que admitia como legal a separação em filas, nos banheiros, nas escolas, contudo apesar de separados eles eram iguais (separate but equal), um absurdo jurídico que prevaleceu durante muito tempo.

Essa maioria de juízes (5 a 4), autorizará Donald, que conspirou contra a Constituição, na insurreição pela derrubada do poder legislativo e do judiciário? Sim.

Com Trump eleito novamente, pode retornar o fantasma da secessão que, por muito pouco, foi vencida e assegurou a unidade territorial e política do país, pelas mãos de Abraham Lincoln.

A mensagem é a de que os abastados são imunes às leis, são inimputáveis. Isso soa normal nos países, atrasados, juridicamente.

A plutocracia (governo dos ricos) norte-americana elevou o PIB de 2022 e 2023 às custas da guerra da Rússia, dentre outras; não se importa com a transição dos combustíveis fósseis e nem muito menos com o aquecimento global. A mesma que detém 80% da internet em seu território e não admite a regulação global das redes, outro segmento ileso às punições.

Constitucionalmente, Trump é inelegível, mas com um poder judiciário desequilibrado e servil, poderá participar das eleições, – é o horizonte próximo.

O atual modelo de juízes vitalícios e indicados, exclusivamente, pelo poder executivo é democrático? Os EUA não são exemplos para nada, ainda mais nesta situação da qual o texto da Constituição segue flagrantemente descumprido.

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

As férias de uma família numa casa luxuosa sofrem uma reviravolta quando um ciberataque afeta todos os dispositivos e duas pessoas estranhas batem à porta.

O Mundo Depois de Nós – Leave the World Behind – 2023 – Drama -138 minutos- Direção de Sam Esmail. Julia Roberts … Amanda|Ethan Hawke… Clay|Kevin Bacon… Danny|Mahershala Ali… George ‘G. H’ Washington.

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Duelo de titãs

Edson Bueno e Beto Bruel. © Renata Bruel

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Mural da História – 2011

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Flagrantes da vida real

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Vícios e virtudes

UM TELECATCH, ontem na Câmara dos Deputados. Ao som de cachaceiro e ladrão dos bolsonaristas contra Lula, ali presente para a celebrar a reforma tributária, teve deputado esbofeteado pelo colega que, no auge da irritação, chamou um terceiro de viadinho. Como fica isso? Fica igual, já aconteceu e vai acontecer de novo. Por que? Ora, porque a câmara dos deputados não é o parlamento inglês, em que os adversários dirigem-se uns aos outros como “learned coleague”, meu culto colega. Semana que vem o ofensor assina o projeto de lei do viadinho ofendido ou do esbofeteado. É gente sem vergonha, como o casal de Lindomar Castilho.

Aqui os debates começam com ladrão, avançam pelo viadinho e terminam em bofetão, quando não atingem temperaturas de puxar peixeira e mauser, mais cenográficas que reais, pois existe a polícia legislativa, que não controla leis bandidas, sim políticos esquentados. Nosso poder legislativo, todo ele, do Oiapoque ao Chuí, é local de tolerância, onde impera o ambiente de “zona” e tudo é aceito como normal. Daí “Casa de Tolerância”, sinônimo antigo para bordel, como o deputado Carlos Lacerda chamou a câmara de seu seu tempo, mais como força de expressão – ele conhecia os vícios do legislativo e as virtudes dos bordéis. Bordel? Ora, é o velho puteiro de guerra.

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Aglaja Veteranyi

Em 2005, fazia pouco eu havia lido “Por que a criança cozinha na polenta”, da romena Aglaja Veteranyi, e nesse ano a revista Coyote, de Londrina, publicou alguns poemas em prosa ou mini-histórias da autora. Foi uma grande honra estar nessa ao lado de Aglaja. Deixo aqui um texto traduzido por Fabiana Macchi.

O LIVRO

“Ontem Ângela sonhou com seus pais. Não tenham medo, disse ela, antes de ir, vou cozinhar uma cova para vocês. Ontem os pais de Ângela morreram. Ontem Ângela ganhou um filho, e o filho completou ontem 59 anos. Ontem Ângela disse: a pele não sabe quando deve parar de morrer. Ontem saiu no jornal: Ontem Ângela morreu.

Ontem a filha disse: eu quero um livro cheio de neve.”

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