Fraga

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A cobra e o pau

RATINHO JÚNIOR publica artigo na Folha, só o título já é um achado: “Paraná, o maior supermercado verde do mundo”. Nosso governador saiu do armário da modéstia e expõe a megalomania – sem rebuços, como dizia Machado de Assis. Nunca antes em sua história o Paraná teve um governador tão convencido, exibido e oferecido. Perto de Ratinho, Jaime Lerner e Roberto Requião foram daqueles mascates que, para anunciar suas bugigangas, abrem a mala nas ruas e anunciam que irão mostrar a cobra. Nosso Ratinho matou a cobra e agora não cansa de mostrar o pau.

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Amada Miranda, © Daniel Aratangy, revista TRIP.

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O profeta da distopia

E aí está nosso amigo Eric Arthur Blair de novo no topo da lista dos mais vendidos, com 1984 e A revolução dos bichos. E angariando leitores jovens. Coitado do George Orwell, não ficou sabendo que sua distopia escrita em 1948, com a figura onipresente do Big Brother, iria gerar o reality show de maior sucesso de todos os tempos. Seus herdeiros – se é que os tem – merecem caminhões de royalties pelo mundo afora.

Mas o combativo autor (1903-50), entre muitos outros livros geniais, escreveu um que deverá ser leitura obrigatória no Day After – ou no Day Now – da peste covidiana. Down and Out In Paris and London, publicado em 1933, lançado também no Brasil como Na pior em Paris e Londres, e esgotado – atenção editoras! O livro é uma obra-prima da literatura da fome e da pobreza, muito melhor que Fome, que deu muita comida e dinheiro ao norueguês Knut Hamsun, inclusive o polpudo prêmio do comercializador da dinamite, Alfred Nobel – o sobrenome lembra “nobre”, mas está bem longe disso.

Na pior em Paris e Londres é um trabalho de reportagem do jovem Orwell que se deixou resvalar para a pobreza extrema – e isso não exigia grande esforço na época – a fim de relatar o que viveu na carne. O grande charme da literatura da fome e miséria é que nós a desfrutamos de barriga cheia, aquecidos debaixo de um teto seguro e – o mais importante de tudo – a milhares de quilômetros de distância daquele tipo de situação. Regozijemo-nos ao ler este trecho de boca cheia:

“Meu dinheiro evaporou-se – de oito francos para quatro francos, para um franco, para vinte e cinco centimes; e vinte e cinco centimes é inútil, não dá para comprar nada, exceto um jornal. Passamos vários dias a pão seco e então passei dois dias e meio sem absolutamente nada para comer. Foi uma experiência brutal.”

Mas esqueçam, por favor, o que falei de estetizarmos a experiência da fome e do desabrigo a salvo de qualquer risco real. A devastação da pandemia faz agora de todos nós candidatos a dinossauros. Quem sabe não estaremos lendo o Na pior de Orwell apenas como mera literatura? E sim, de uma maneira bem mais prática e concreta, como um manual de sobrevivência.

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Mural da História

Desenho de Marcos Coelho Benjamin, 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Década de 1970.

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Mural da História – Pauleiras

Justo neste domingo quando as cronicações do escriba saem publicadas, o registro melancólico de uma data – os 20 anos da morte do poeta Paulo Leminski (1944-1989). Em depoimento recente à TV Sinal (canal 16 – Net e 99 – TVA), criada e dirigida com rara competência pelo meu amigo Davi Campos, colheram-me meia hora das memórias e desmemórias do velho “Pablo” de guerra. Não precisa dizer da emoção nem da saudade. Praticamente crescemos juntos. Ainda ontem – ouviu, Soldinha? -, Lema desfilava pela Rua XV as suas ousadas calças vermelhas e seu casaco de general, cheio de anéis…

Aos 21 anos era um homem lindo – cabelos pretos, os dentes um riscar de pérolas, o corpo de judoca sarado. E os olhos que, nele, brilhavam, já então, assim de um modo vivaz e um pouco diabólico.Não bebia, não fumava, não jogava conversa fora. Um beneditino – literal e figurativamente – né mesmo, “compá” Toninho Vaz? Mas aí vieram o final dos 60s e toda a década de 70 onde o desbum era a lei e sem o qual jamais seríamos os mesmos. “Sex, drugs and rock’n’roll” , nossa sina e fascínio. Calai, adictos da hora, vocês não sabem o que fazem. A droga hoje é suja e repetitiva, burra e rotineira. Cessai enquanto ainda vos resta uns fumos de santa malandragem.

Paulo Leminski vivia poesia noite e dia, acossadamente -sem intervalo, sem férias nem feriado. Lia, traduzia, criava – obsessão terminal, cheia de urgências. Uma vez lhe perguntei por que tanta fúria. Me respondeu, tolice!, que o seu tempo seria escasso sobre a Terra. Foi mesmo. Acertou. Doou-se às Letras como jamais vi em outra pessoa. Talvez João Antônio… Paixão, e um oscilante desespero.

Vinte anos! Passou, hein, Josely Vianna Baptista, minha sempre doce “hada”? Duas décadas, este domingo, 7 de junho, daquela quarta-feira exangue de 1989 quando, em vigília à porta da UTI do Hospital N. Sra. das Graças, você, saindo dela, na saleta contígua me abraçou sem palavra. Ficamos ali, eu, você, Margarida Gomes, nossa “doutora”, abraçados os três num silêncio que não precisou sequer de lágrimas. Paulo Leminski não era mais. Acabara de morrer da Vida que nunca deixara por menos: o máximo no mínimo! Só hoje, aos 60, verifico como morreu cedo, um garoto de 44 anos que amava os Beatles e os Rolling Stones.

Nunca mais, pelos botecos sórdidos das madrugadas cachorras os nossos uivos no escuro; nunca mais pelos espaços da moda, o nosso desfilar desbocado, arrogante. Jovens, o mundo inteiro era só teu e meu, bicho. De mais ninguém. Amanhã, de novo, uma saudade triste há de continuar me perseguindo assim como uma estrela que não muda de lugar mas leva o céu consigo. Paulo, Pablo, Paulo Leminski.

07|junho|2009

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Mural da História – 2016

O cartunista que vos digita lê, no Chá das Cinco, Bazar das Artes, do Retta Rettamozo e Denise Roman, no Shopping Novo Batel, loja 42, uma das obras mais importantes da literatura do Bacacheri: “69″, livro de poemas, de Antonio Thadeu Wojciechowski e Solda, formato 5 x 7 cms, Editora Beija-Flor, 1980. © Vera Solda

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Vale apena ver de novo

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O Bandido Que Sabia Latim

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MON encerra o ano com recorde de público diário, novos programas educativos e exposição internacional

“O Feminino na Obra de Victor Brecheret”. © Cadi Busatto

Na última quarta-feira do ano (27/12), o Museu Oscar Niemeyer teve recorde de público da história num único dia: 5.436 pessoas. O maior número anterior havia sido registrado no dia 19/7, também uma quarta-feira de 2023, quando pouco mais de 5 mil visitantes entraram no MON. Em todas as quartas-feiras do ano, a entrada é gratuita, o que torna o MON um local democrático e acessível.

Entre outras realizações, neste ano o MON inaugurou 12 exposições, sendo uma itinerante. Foram elas: “MON sem Paredes”; “Pintura Vingada”, de Delson Uchôa; “Tela”, de Leila Pugnaloni; “Buraco no Céu”, de Túlio Pinto; “Serguei Eisenstein e o Mundo”; “África: Diálogos com o Contemporâneo”; “Perpétuo Movimento”, de Norma Grinberg; “Sonoridades de Bispo do Rosário”; “Ásia: a Mão do Povo” (em Cascavel); “O Feminino na Obra de Victor Brecheret” e “Mario Rubinski – O Espaço Imantado” (26/10), além de “Extravagâncias”, de Joana Vasconcelos.

Inaugurada em novembro, “Extravagâncias” é a maior mostra individual da artista Joana Vasconcelos no Brasil e uma das mais grandiosas já realizadas pelo MON, ocupando simultaneamente diversos espaços nobres do Museu.

“Olho e diversos espaços singulares abaixo dele, andares da torre e a principal rampa interna do Museu foram ocupados pelo colorido e pela criatividade dessa artista que vive e trabalha em Lisboa, mas cuja arte transborda os limites de Portugal e da Europa e fascina o público de vários continentes”, explica a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika.

“Instalações e esculturas monumentais extrapolam o espaço e invadem o MON, convidando o visitante a mergulhar num universo jamais criado no Museu”, comenta.

Outro destaque foi a segunda edição da exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON) com obras de seu acervo. A mostra é um recorte da grandiosa doação feita pela Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY) ao MON, com aproximadamente 1.700 obras de uma das mais importantes e significativas coleções de objetos de arte africana do século 20.

“A exposição se renovou com a proposta de estabelecer um instigante diálogo com obras de artistas contemporâneos”, explica a diretora-presidente do MON. Comprovando a força dessa interlocução, Fernando Velázquez, Paulo Nenflídio, Rosana Paulino, Arjan Martins, Julio Vilani e Paulo Nimer Pjota expõem alguns de seus trabalhos ao lado do conjunto de obras que pertencem ao acervo do MON.

A coleção de arte asiática do Museu, com cerca de 3 mil obras de arte doadas pelo diplomata Fausto Godoy, também foi destaque em 2023. O MON inaugurou em setembro a mostra “Ásia: a Mão do Povo”, na cidade de Cascavel. A exposição é um recorte inédito, com mais de 160 obras. A iniciativa faz parte da política cultural do Paraná de promover e incentivar a descentralização e democratização da arte e da cultura em diversas regiões do Estado, levando as coleções permanentes para fora do Museu.

MON Sem Paredes

Lançado no início de 2023, o inédito projeto “MON sem Paredes – Artistas Conquistam os Jardins do MON” levou obras dos artistas Gustavo Utrabo e Mariana Palma para a área verde no entorno do MON. As obras “Semeador” e “Ao Redor de uma Árvore”, de Gustavo Utrabo, são de longa duração e permanecem à disposição do público no local.

“Cada vez mais democrático e inclusivo, com essa iniciativa, o Museu Oscar Niemeyer rompe definitivamente o limite físico de suas paredes e abraça a população, chegando ao espaço externo da instituição e tornando-se acessível a todos”, explica Juliana Vosnika.

“MON sem Paredes” também é um convite para que o público externo e que, eventualmente, não tenha o hábito de frequentar o Museu perceba e se inspire com a arte e sinta-se instigado a visitar as outras exposições. Segundo Juliana, o projeto é de longa duração, com novas versões previstas.

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Flagrantes da vida real

Bebedouro na mata. © Maringas Maciel

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A ‘Abin Paralela’ da Índia

Anistia Internacional acusa Índia de usar programa espião para monitorar jornalistas; ex-deputada denunciou monitoramento semelhante no Brasil.

Anistia Internacional e o jornal The Washington Post divulgaram uma investigação conjunta que acusa o governo indiano de usar o programa de espionagem israelense Pegasus contra jornalistas.

De acordo com a investigação, os jornalistas Siddharth Varadarajan, do The Wire, e Anand Mangnale, do Organized Crime and Corruption Reporting Project, foram alvos do spyware em seus iPhones. O Pegasus é um programa desenvolvido pela empresa israelense NSO e vendido a governos de todo o mundo. Ele pode ser usado para acessar mensagens telefônicas e de e-mail, ouvir chamadas, rastrear localização e até filmar o proprietário com sua própria câmera.

A Anistia Internacional afirma que o governo indiano usou o Pegasus para monitorar os dois jornalistas por causa de seu trabalho investigativo. Varadarajan é fundador e editor-chefe do The Wire, um site de jornalismo investigativo que tem criticado o governo indiano. Mangnale é diretor do Organized Crime and Corruption Reporting Project, uma organização que investiga crime organizado e corrupção.

O governo indiano não respondeu às acusações da Anistia Internacional. Em 2021, o governo já havia negado alegações semelhantes de ter usado o Pegasus para monitorar opositores políticos, ativistas ou jornalistas.

A Índia tem uma longa história de repressão à imprensa, e o governo do primeiro-ministro Narendra Modi (foto, à esquerda) tem sido acusado de aumentar ainda mais a perseguição. A Comissão da União Europeia para Liberdade de Imprensa, Informação e Democracia também condenou a investigação, dizendo que ela “é um ataque à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão”.

Abin Paralela bolsonarista

“Abin Paralela” era uma estrutura não-oficial de espionagem paralela à Agência Brasileira de Inteligência, que teria sido criada pelo governo Jair Bolsonaro (foto, à direita). A estrutura seria chefiada pelo delegado Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin e atual deputado federal (PL-RJ), e tinha como objetivo coletar informações sobre adversários políticos do governo, incluindo jornalistas, políticos e membros da oposição.

A existência da Abin paralela foi denunciada pela ex-deputada Joice Hasselmann, em dezembro de 2020, durante a Comissão Parlamentar Mista (CPMI) de Inquérito das Fake News. Hasselmann disse que havia ouvido falar do plano de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, de criar uma estrutura de inteligência dentro do Palácio do Planalto para monitorar adversários, jornalistas e autoridades, criar dossiês contra opositores e influenciar no debate público.

Após a revelação, a Polícia Federal iniciou uma investigação sobre a Abin Paralela. Em março de 2021, a PF realizou uma operação em busca de provas de irregularidades na estrutura. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação da PF ainda está em andamento, mas há suspeitas de que a Abin Paralela tenha cometido crimes, como espionagem ilegal e abuso de autoridade.

A estrutura da Abin paralela era composta por agentes da Abin, policiais federais e militares. A estrutura também contava com a colaboração de empresários e apoiadores do governo. A criação da Abin paralela foi considerada uma ameaça à democracia brasileira.

Além disso, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro foi apontado em reportagens como tendo tentado adquirir o software de espionagem Sherlock, que visa monitorar servidores do próprio governo, e o próprio Pegasus. Em outubro, dois servidores da Abin foram presos pela Polícia Federal

Uma investigação realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concluiu que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) utilizou um sistema de monitoramento da localização de celulares no Brasil sem o conhecimento ou consentimento das operadoras de telefonia. Esse sistema, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (anteriormente conhecida como Verint), explorava uma vulnerabilidade no sistema de telecomunicações para obter a localização dos dispositivos.

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Top Magazine

Patricia Pillar. © Bob Wolferson

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Mural da História – 2011

Raul de Souza e Rodrigo Browne. © Lina Faria

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Ameaça de quem?

É uma clara ameaça à autoridade do Estado” – declara RICARDO CAPPELLI, secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a atuação das milícias no Rio de Janeiro. Ainda bem que ele esclareceu que falava bandidagem privada. Porque no Rio de Janeiro a atuação do Estado é uma clara concorrência à atividade das milícias. Exagero? Pode ser, mas o que dizer com o sétimo governador seguido investigado por crimes de corrupção, sendo quatro deles presos no exercício do mandato?

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