Decisões diferentes em processos iguais?

Desde o início da pandemia, o ministro presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus a pelo menos quatro investigados que pediam a soltura por motivos de saúde.

O mesmo ministro beneficiou com a prisão domiciliar, Fabrício Queiroz e estendeu à sua esposa Márcia, mas ambas não se enquadram nas hipóteses do Código de Processo Penal, pois estavam foragidos da Justiça, não tem mais de 80 anos e nem grave enfermidade.

Queiroz asilado na casa do advogado, fazia churrasco, peixadas e festas com mulheres de Brasília. Seu advogado, circulava no Planalto com ternos bem cortados e a desenvoltura de quem conseguiu a suspensão de multas do governo, contra a sua ex-mulher, no valor de 41 milhões de reais.

Queiroz era o faz tudo da família dos bolsonaros, soprava velinha do bolo, pescava junto e sempre estava à tiracolo para resolver alguma coisinha.

Segundo investigações, o chefe do escritório do crime no Rio de Janeiro teria repassado à Queiroz, cerca de 400 mil reais.

Dentre outros fatos investigados, ele é suspeito do esquema da rachadinha na Assembleia Legislativa carioca, pois ele e família assessoraram o então deputado Flávio Bolsonaro (número 1), o valor suspeito dos repasses é de 1,2 a 2 milhões de reais.

Ainda por cima, no STJ, o processo de Queiroz foi decretado segredo de justiça, algo também raro de acontecer.

A defesa de Queiroz alegou o risco da Covid-19 no presídio.

Um coletivo de Advocacia em Direito Humanos impetrou que buscava o benefício para pessoas presas por terem cometido crimes sem violência. é necessária demonstrar de maneira individualizada e concreta que o preso preenche alguns requisitos. Processo indeferido.

Menos sorte que o Queiroz teve o rapaz que furtou dois frascos de xampu, de dez reais cada e apesar do delito sem violência, sua prisão domiciliar foi negada por não ser a primeira vez que roubava, sentença do ministro Felix do STJ e confirmada pela ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelo conceito de jurisprudência os casos semelhantes devem ter decisões semelhantes, mas o que explica isto então?

Aos amigos a jurisprudência, e aos inimigos os rigores da lei?

No direito dos poderosos a jurisprudência é diferente? Consultar uma bola de cristal?

A propósito, neste ano abre um vaga no Supremo, com a aposentadoria compulsória do Ministro Celso de Mello, e nem sei por que me lembrei disto. Decisões diferentes em processos iguais?

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O profeta da distopia

E aí está nosso amigo Eric Arthur Blair de novo no topo da lista dos mais vendidos, com 1984 e A revolução dos bichos. E angariando leitores jovens. Coitado do George Orwell, não ficou sabendo que sua distopia escrita em 1948, com a figura onipresente do Big Brother, iria gerar o reality show de maior sucesso de todos os tempos. Seus herdeiros – se é que os tem – merecem caminhões de royalties pelo mundo afora.

Mas o combativo autor (1903-50), entre muitos outros livros geniais, escreveu um que deverá ser leitura obrigatória no Day After – ou no Day Now – da peste covidiana. Down and Out In Paris and London, publicado em 1933, lançado também no Brasil como Na pior em Paris e Londres, e esgotado – atenção editoras! O livro é uma obra-prima da literatura da fome e da pobreza, muito melhor que Fome, que deu muita comida e dinheiro ao norueguês Knut Hamsun, inclusive o polpudo prêmio do comercializador da dinamite, Alfred Nobel – o sobrenome lembra “nobre”, mas está bem longe disso.

Na pior em Paris e Londres é um trabalho de reportagem do jovem Orwell que se deixou resvalar para a pobreza extrema – e isso não exigia grande esforço na época – a fim de relatar o que viveu na carne. O grande charme da literatura da fome e miséria é que nós a desfrutamos de barriga cheia, aquecidos debaixo de um teto seguro e – o mais importante de tudo – a milhares de quilômetros de distância daquele tipo de situação. Regozijemo-nos ao ler este trecho de boca cheia:

“Meu dinheiro evaporou-se – de oito francos para quatro francos, para um franco, para vinte e cinco centimes; e vinte e cinco centimes é inútil, não dá para comprar nada, exceto um jornal. Passamos vários dias a pão seco e então passei dois dias e meio sem absolutamente nada para comer. Foi uma experiência brutal.”

Mas esqueçam, por favor, o que falei de estetizarmos a experiência da fome e do desabrigo a salvo de qualquer risco real. A devastação da pandemia faz agora de todos nós candidatos a dinossauros. Quem sabe não estaremos lendo o Na pior de Orwell apenas como mera literatura? E sim, de uma maneira bem mais prática e concreta, como um manual de sobrevivência.

Publicado em Roberto Muggiati - branca7leone | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

There’s no business like show business

Bispa Sônia.  © Diácono Joyce

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje! – Tantas Lisonjas Que Sentiu-se Nua

Publicado em Almir Feijó | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Sessão da meia-noite no Bacacheri

Perto de Desejo e Obsessão (Trouble everyday, 2001), 9 Canções é fichinha. Enquanto o longa de Michael Winterbottom exibe uma noção vaga e etérea de um relacionamento movido a sexo, Claire Denis opta pelo obscurantismo ao mostrar a consistência de um amor carnal pesado, doentio. Se o assunto gera inúmeras possibilidades e leituras, evidente que o que difere uma diagramação de outra é o percurso a se seguir dentro do campo dessa sexologia filmada. E, nesse caso, Denis não faz concessões no seu road body lento e indigesto de conotações bem cáusticas. (Omelete)

2001|França|100 minutos|Direção de Claire Denis|Vincent Gallo, Béatrice Dalle, Alex Descas, Nicolas Duvauchelle, Florence Loiret Caille

Publicado em Sessão da meia-noite no Bacacheri | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Russa

nu_grapinya. PhotoSiht Russian Awards

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Mural da História

12 de junho|2009

Publicado em Charge Solda Mural | Com a tag | Comentários desativados em Mural da História
Compartilhe Facebook Twitter

A filha do chefe da Casa Civil e a falta de jeito do governo de Jair Bolsonaro

A Casa Civil é um ministério que serve para evitar vexames como este da nomeação da filha do chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, em um cargo de gerência na Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS). Na noite desta quarta-feira ela desistiu de ocupar a função, porém já foi criado o estrago político.

Claro que o perfil de um ocupante da Casa Civil exige que ele saiba de antemão que um negócio desses não poderia acabar bem. O próprio processo acarreta tamanho desgaste que nem com a desistência pode ser resolvido. Este é um caso em que voltar atrás não passa um atestado ético: o que fica é a imagem do flagrante de ilegalidade.

A nomeação sequer deveria ter sido cogitada, pelo simples fato de que a moça é filha do ministro Braga Netto. Embora o governo Bolsonaro já tenha um histórico lamentável em matéria de verificação de currículo, nem vem ao caso suas referências profissionais, que não eram boas. Ela é formada em Design e o profissional que seria retirado do cargo é um servidor formado em Direito com especialização na FVG. O salário é de R$ 13 mil.

O fato da moça ser filha do ministro já teria encerrado a questão, ou melhor, nem teria começado se o ocupante da Casa Civil fosse mais capaz. Mas o erro é ainda mais crasso. Parece que tiveram a ideia da possibilidade de um golpe de esperteza. Havia um nepotismo cruzado. A indicação foi feita por um irmão de um subordinado de Braga Netto na Casa Civil.

Nem se pode falar em volta dos velhos hábitos, pois com Bolsonaro eles nunca saíram do Palácio do Planalto, mas o caso é de um amadorismo constrangedor, com esta falta de habilidade até para maracutaias, que já é uma marca indelével do governo Bolsonaro. Quem sabe, agora com a “espertise” do Centrão talvez possam dar ao menos uma guaribada nos malfeitos.

Um bom chefe da Casa Civil não permite que algo do tipo sequer comece, muito menos chegar ao ponto que chegou. Não é novidade no governo de Jair Bolsonaro, mas o erro prosperou. A nomeação já estava para ser assinada quando tiveram que voltar atrás. Mas a verdade é que na política, como na vida, voltar atrás em certas atitudes serve apenas para demonstrar a falta de jeito para o inconfessável.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Pazzo, pazzuelo

SAUDADE dos políticos inteligentes, das antigas, como José Maria Alckmin e Carlos Lacerda, para citar apenas dois. Alckmin foi vice-presidente do general Costa e Silva. Quando o presidente sofreu AVC e ficou inválido, veio a dúvida se o vice assumiria: ele não era do agrado dos militares por seu passado de político civil, ainda que apoiador do golpe. Sempre cercado pela imprensa, quando era perguntado se assumiria o governo, Alckmin respondia: “Não, eu sumo”. E sumiu, com o golpe dos três ministros militares que formaram junta de governo e elegeram presidente e vice também generais.

Lacerda merece antologia de suas respostas rápidas, cirúrgicas, com presença de espírito. Ele chamava seu líder na assembleia do Rio, Amaral Neto, de Amoral Nato. Quando discursava na câmara dos deputados, um colega pediu aparte e chamou-o de purgante. Lacerda não perdeu a fleuma: “Se eu sou o purgante, vossa excelência é o resultado”. E continuou o discurso. Com a redemocratização não apareceram políticos com esses atributos, nem mesmo FHC. Lula, Dilma, Temer nada acrescentaram. Foram da metáfora paisana do futebol ao bolodório de advogado com o intervalo da burrice explícita e cristalina.

Bolsonaro, já se sabe, tem distúrbios cognitivos e de atenção; não forma o raciocínio básico e a frase elementar com sujeito, predicado e complementos mínimos. Na semana seu general-ministro da Saúde contribuiu para a indigência intelectiva imperante. À pergunta de um repórter sobre o AI-5, Eduardo Pazzuelo respondeu: “Não sei, nunca estudei isso, nasci em 1963”. O repórter não avançou para perguntar se na escola militar o general-ministro tinha aprendido o que aconteceu em 22 de abril de 1500, quando o português desembarcou na Bahia. Pazzuelo é sobrenome italiano. É diminutivo de pazzo, louquinho.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Playboy|1960

1967|Joey Gibson. Playboy Centerfold

Publicado em playboy - anos 60 | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Bruna

Bruna Linzmeyer. © Jorge Bispo

Publicado em elas | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Paulette Germaine Riva, Emmanuelle Riva (1927|2017), atriz francesa, um dos símbolos do amor da Nouvelle Vague. É conhecida por suas atuações nos filmes Hiroshima mon amour, Léon Morin, Prêtre, Thérèse Desqueyroux e Amour. © Le Press

Publicado em meu tipo inesquecível | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Só de costas, de maiô

A DEPUTADA presidente do PT decorou a colinha de Lula e depois de longo retiro saiu-se com esta pérola, nada original, embora arrogante como sempre: “O PT não tem que ser perdoado. O PT exige justiça.” Tolinha. O PT já teve sua justiça, com a prisão dos líderes na Lava Jato. Perdão talvez, ainda que não peça. Este virá na provável vitória de seu candidato em 2022.

Gleisi Hoffmann dá um cansaço … Com certeza os petistas também cansaram dela, mas enquanto for o berrante esganiçado de Lula, continua em evidência. A pandemia e o vírus Bolsonaro impedem o PT de implodir. Passados os dois males, Gleisi só irá falar pelo namorado, Lindbergh Faria. A menos que faça foto de costas, em maiô, como Joice Hasselmann.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Requiescat in pace

Publicado em absolut | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

As lisonjas de Almir Feijó

A pena afiada de Almir Feijó está de volta. Após o sucesso de ‘Descríticas’, livro que reuniu 316 críticas de cinema, Feijó lançará neste sábado, 25, sua nova obra. Trata-se de ‘Tantas Lisonjas que Sentiu-se Nua’, uma produção independente que reúne 34 contos escritos pelo autor nos últimos 10 anos. Nesta obra, Feijó faz um mergulho profundo no universo feminino, construindo personagens insólitos, desconstruindo mitos e descrevendo suas histórias em um texto repleto de mistérios e simbologias. O projeto reuniu um time de peso. Solda fez a capa da obra, ilustrada por Leila Pugnaloni.

A edição é assinada pelo poeta Roberto Prado, que afirma: “Justamente nas situações-limite, naquelas em que o caráter das almas sem coração já derreteu ao calor da vida real, Almir Feijó mostra sua têmpera forjada a ferro, fogo, ferino humor, aguda perspicácia. E na contramão deste mundão bipolar, o escritor age como o homem, ao enfrentar com a mesma coragem aquilo que realmente assusta: os abismos interiores”.

O escritor Roberto Gomes, autor do prólogo da obra’, reforça: “Almir enfia a mão na garganta do leitor sonolento e vira-o pelo avesso. Seu texto sangra entre a lágrima e a chuva, a vida e a vidraça, cenário perfeito dos desencontros do amor, a exaustão do sexo, as ilusões das cerimônias que criamos para encontrar fôlego e viver”

Almir Feijó (Divulgação)

Longe dos holofotes do marketing político, universo que sempre habitou, Feijó vive hoje recluso. Mas, entre um disco de jazz e outro, ainda encontra tempo suficiente para escrever e fazer fascinantes lisonjas para o leitor.

LANÇAMENTO VIRTUAL

O lançamento virtual de ‘Tantas Lisonjas que Sentiu-se Nua’ será neste sábado, dia 25, às 11h00. O evento, em formato de Live do Youtube, contará com a participação de Edson Bueno, Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado, que irão interpretar ao vivo três contos do livro.

Link para o evento: www.twixar.me/yH0m

Publicado em Almir Feijó | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter