Nada é por acaso

Ricardo Alvim, até há pouco ministro da Secretaria Especial da Cultura, anunciou a criação de prêmio de artes. No vídeo divulgado ontem em rede oficial do governo federal, há uma paráfrase de um discurso do ministro nazista Joseph Goebbels. Ele foi demitido, mas o que fez, não.

Com um penteado aparentemente com creme gel alisador (antiga gomalina), suas feições e aparência lembram, ligeiramente, o semblante do referido ministro de Hitler.

Perfeitamente enquadrado com o retrato do chefe do executivo atrás e uma cruz ao lado. A música de fundo é de da ópera Lohengri, de Richard Wagner, o preferido do regime nazista e seu terrível idealizador.

A lei 9.459/1997 tipifica os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e no seu art. 20 prescreve:

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de e raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. (grifamos)

A questão é definir o conceito de símbolo. Apesar de não termos a suástica nazista temos a cópia do discurso nazista e um fundo musical que se associa diretamente ao nazismo.

Para Teixeira de Freitas “symbolo” é qualquer representação.

Portanto, as estéticas discursiva e musical são símbolos nazistas.

Assim, pode-se entender como representativo do nazismo o discurso que copia e cola trechos do ministro da propaganda nazista e ao fundo uma ópera de Wagner citada no livro “Mein Kampf” de Hitler. Wagner foi um antissemita e cultivava a suposta superioridade da raça ariana, em síntese, o germanismo. Milhões de pessoas foram mortas e torturadas pelo nazismo. As maiores vítimas foram os judeus (6 milhões de mortos).

Está claríssima a possibilidade de investigação penal quanto a tipificação do crime previsto nos §§ 1º e 2º do art. 20 da lei 9.459/1997 e, por consequência, impõe-se a abertura de inquérito penal para se apurarem as responsabilidades.

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Assim passam os dias…

Ontem, enquanto Roberto Alvim (um cocainômano de merda escolhido secretário da cultura desse governo de bosta) plagiava discurso nazista em vídeo institucional, eu assistia João Bosco encantando com sua arte degenerada um Guairão lotado.

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R_Caitlyn. © Abbywinters

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Roberto Alvim é demitido da Secretaria da Cultura após vídeo nazista

© Bruno Santos|Folhapress

Depois de publicar vídeo com apologia ao nazismo e discurso copiada de Joseph Goebbels, o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, acaba de ser demitido do governo Jair Bolsonaro.

Secretário especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim divulgou uma nota em sua conta particular no Facebook na manhã desta sexta-feira (17) dizendo que foi “apenas uma coincidência retórica” o uso de uma frase do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels, no vídeo publicado no perfil oficial da secretaria na noite desta quinta-feira (16).

“Não há nada de errado com a frase. Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles. Não o citei e jamais o faria. Foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas, a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional”, escreveu.

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O processo mais antigo do Brasil

O processo mais antigo do Brasil é uma ação possessória ajuizada em 24.09.1895 proposta pelo Conde d’Eu e a Condessa D’Eu, a Princesa Isabel, contra a Fazenda Nacional, passados 124 anos.

Com o advento da República o casal real foi desalojado do Palácio Isabel, o atual Palácio da Guanabara que é a sede do governo estadual do Rio de Janeiro. Com isto pleiteou a imissão na posse da Fazenda Nacional. Com a proclamação da República, o imperador Dom Pedro II e familiares foram intimados a deixar o país em 24 horas e o embarque para o exílio/banimento se deu na madrugada de 17 de novembro de 1889, sem resistência, para algum porto da Europa.

O imperador deposto se recusou receber a indenização, de cinco mil contos de réis, quantia equivalente a quantia atual de R$ 150 milhões, por entende-la ilegal e arbitrária.

Posteriormente foi-lhe fixada uma pensão mensal de cento e vinte contos de réis, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta de 1891. O imperador faleceu em 05.12.1981, em Paris, sem ter recebido um tostão, tendo uma velhice modestíssima e com dívidas contraídas de amigos pessoais.

A República foi instaurada por um golpe de estado que teve amplo apoio dos setores oligárquicos descontentes com a abolição da escravatura. Naquela onda moralizadora a Constituição de 1889 previu que: todos são iguais perante a lei e a República não admite privilégios de nascimento, desconhece foros de nobreza, e extingue as ordens honoríficas existentes e todas as suas prerrogativas e regalias, bem como os títulos nobiliárquicos e de conselho (§ 2° do art. 72).

Instituída a República seus poderes foram exercícios na maior parte das vezes por ditaduras civis e militares. A exceção foram os períodos, relativamente, democráticos.

Das operações ocorridas dentro do Palácio da Guanabara temos o ex-governador Sérgio Cabral e mais 30 réus que respondem pelo desvio de 4,1 bilhões de recursos públicos. Nos últimos 20 anos de tramitação da ação mais antiga do Brasil, os quatro últimos governadores cariocas foram presos por crimes relacionados com corrupção.

No mesmo período, nos arredores do Palácio, também foram presos e respondem processos por crimes de corrupção e desvios de dinheiros públicos cerca de 70 deputados estaduais e outras autoridades de alto escalão de outros poderes do Estado.

Passados mais de 124 anos o Poder Judiciário não tem prazo para julgar as ações e assim elas perduram por anos e até décadas a fio.O processo mais antigo da Brasil foi julgado no Superior Tribunal de Justiça no ano de 2019 (REsp 1.149.487 RJ). Porém, é possível que a demanda perdure por mais alguns anos ou décadas, pois há recursos interposto ao Supremo Tribunal Federal.

Quatro meses antes da proclamação da República, Dom Pedro II manifestava-se favorável à criação de uma Corte Constitucional nos moldes da Corte Suprema norte-americana, a mesma que vai julgar o longevo processo judicial em última instância. O que o velho imperador diria de tudo isto?

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© Laerte – Folha de São Paulo

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Aloprar ou recrudescer

Nossos presidentes, quando menos se espera, cometem ousadas piruetas verbais

Há semanas, agoniado com as investigações do Ministério Público do Rio sobre a “rachadinha” no gabinete de seu filho Flávio quando deputado estadual, Jair Bolsonaro ejaculou: “Se não tiver a cabeça no lugar, eu alopro!”. Aloprar significa ficar inquieto, agitado —aloprado. E Bolsonaro tem razão para aloprar —talvez já esteja sentindo a Justiça perigosamente perto das trampolinagens da família. Mas vamos ser justos. Num governo estrelado por tantos analfabetos, inclusive ele, surpreende vê-lo resgatar um verbo tão exótico e pouco usado.

O general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura, também apelou certa vez para um verbo incomum. Reagindo às tremendas pressões sobre ele, vindas tanto dos civis quanto da linha-dura militar, Figueiredo explodiu: “Olha que eu recrudesço!”. O país parou, expectante. Parecia uma ameaça
—mas de quê, como e contra quem? No Pasquim, Jaguar botou seus dois calunguinhas para discutir. Um deles pergunta: “O que é ‘recrudesço’?”. E o outro: “Não sei. Mas tem cru no meio”.

Jânio Quadros passou à história por ter justificado sua renúncia à Presidência da República com o imortal “Fi-lo porque qui-lo”. Depois tentou emendar, dizendo que o certo era “Fi-lo porque o quis”, mas isso não alterou seu gambito politicamente suicida. Michel Temer, por sua vez, deixou saudades por seu domínio da mesóclise: “Se perceber algo errado na condução de meu governo”, ele disse, “consertá-lo-ei”. E fê-lo bem ao dizê-lo —mas, se a Justiça continuar procurando algo errado em seu governo, encontrá-lo-á.

E Dilma Rousseff, que levou o pensamento lógico a níveis patafísicos, usava os verbos como ninguém, como nesta passagem que ainda intriga os filólogos: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar ou perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.

Só resta ao povo aloprar ou recrudescer.

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© Alberto Benett|Plural

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Corpo Ético

Iole Demarchi – © Rodolfo Pajuaba

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Quaxquáx!

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O GOVERNO Bolsonaro vai contratar 7 mil militares da reserva para organizar as filas do INSS. Que sejam civilizados, não como o militar da reserva que decidiu contratá-los. Por que só os militares da reserva e não os aposentados em geral? Só os bolso-abduzidos não percebem mais uma atitude divisionista de seu líder. Que eles paguem o pato no futuro, tudo bem, mas o pato será pago pelos que não votaram nele, mesmo não tendo votado nos que disputaram com ele. Mais uma – de tantas – bofetadas diárias de Bolsonaro nos brasileiros.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Tara

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Padrelladas

Agora virou moda no cinema americano. Por qualquer dá cá aquela palha (ditado do tempo do meu avô, nem sei o que significa), alguém vomita na cara da gente. Estou jantando minha frugalidade, ligo no Netflix, e blááá, alguém vomita. Antigamente era o cigarro. Os estúdios ganhavam grana dos produtores de cigarros para fazer os artistas fumarem nos filmes. Tinha artista que também ganhava algum pra dar sua pitada. Mas Rita Hayworth, dizem, odiava cigarros.

O contrato, no entanto, exigia que ela fumasse. Para quem assistiu Gilda deve ter se surpreendido com a loura acendendo o giz, botando na boca e já pinchando no lixo. O contrato não estipulava quanto do cigarro deveria ser consumido em cena. Nunca houve uma mulher como Rita. Quanto a vomitação da era moderna do cinema yankee ainda não entendi o sentido.

Publicado em Nelson Padrella - Blog do Zé Beto | Com a tag | Deixar um comentário
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Baixo retrato

© Lina Faria

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