Antes, coxinha e mortadela…

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E hoje…

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Aparelho cultural

Governo Bolsonaro loteia e macula o setor com nomes de um gueto obscurantista

Assiste-se no atual momento à conjunção de pelo menos dois despropósitos na política cultural do governo Jair Bolsonaro. O primeiro é o aparelhamento ideológico dos órgãos públicos, condenado com estridência na campanha eleitoral bolsonarista como uma deformação característica das administrações petistas.

O segundo é a seleção para cargos relevantes de nomes sem qualificação para o exercício das funções —para dizer o mínimo.

Tome-se a escolha de Dante Mantovani, recém-nomeado presidente da Funarte —entidade, aliás, criada durante o ciclo militar com o objetivo de difundir e fomentar a atividade artística no país.

Em seu canal numa rede social, Mantovani coleciona declarações estapafúrdias, como o “rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”. Em seus delírios chegou até mesmo a defender que a Terra seria plana.

A charlatanice intelectual do nomeado encontra eco nas declarações constrangedoras do novo gestor da Biblioteca Nacional, Rafael Nogueira, dedicado devoto do ideólogo Olavo de Carvalho, o guru-mor do bolsonarismo.

Para Nogueira, por exemplo, a presença em livros didáticos de letras de canções de Caetano Veloso ou do grupo Legião Urbana ajudaria a explicar o analfabetismo que persiste na população.

Comanda o aparelhamento cultural o secretário Roberto Alvim, recentemente alçado ao posto. Em seu caso, além de tolices e grosserias conhecidas, investiga-se se buscou beneficiar pecuniariamente sua mulher quando dirigiu a Funarte —esperteza que faz lembrar o bordão pueril “acabou a mamata”, usado na campanha eleitoral.

Em tal cenário, nem chega a surpreender que o novo comando da Ancine tenha determinado a retirada dos mais de cem quadros que, havia quase duas décadas, exibiam pôsteres de filmes em sua sede.

editoriais@grupofolha.com.br

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Bah!

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Imperdível!

capítulosPensando na relação entre arte e poder, o documentário filmado no Museu do Louvre questiona se a arte pode nos ensinar sobre nós mesmo, inclusive nos momentos mais sangrentos do mundo.

Francofonia – Le Louvre sous l’Occupation – Louvre Sob Ocupação, 2016, direção de Alexander Sokurov. França, Alemanha e Holanda.

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VOCÊ ENVERGONHA a classe dos casados, desabafei com o amigo. Temos cinco décadas de intimidade respeitosa, não esse abuso dos jovens a quem mal se concede atenção e começam a perguntar nossa idade. O amigo rende culto e devoção à mulher, por quem faz coisas degradantes para o universo masculino. Toda manhã ela passa-lhe as tarefas, o bilhete na cabeceira – para dormir até tarde. Tarefas vis, degradantes.

AMOR NÃO ESQUEÇA a feira, Vida, pegue a bolsa no sapateiro, Paixão, me traga dinheiro do banco. Teve até o dia com o bilhete e o sutiã: Môr, costure o fecho, arrebentei sem querer. Ele ainda cozinha, lava e passa. Escolhe os sapatos dela e, tenho horror de referir, pinta-lhe as unhas, todas. Se a fulana for uma brastemp, não abri a porta para conferir gavetas e bandejas e molhar o dedo na geleia, essas intervenções no guarda-comida.

ENTENDI QUE ELA paga bem, agradece e promete nos bilhetes: Beijos mil, Uma lambida na orelha, Zilhões de chupões. Ele conta, exibido, mas não explica, a promessa da “bolina com pena de ganso”. A vida dos dois é acompanhada pela diarista, machista até a medula, que adora o patrão. Chega cedo para lhe preparar o café e espera sua chegada para entregar o robe de chambre. Não fosse ele, teria pedido a conta.

A DIARISTA ODEIA a patroa folgada e deseja o patrão desde que leu o bilhete fatal: Te pago com bilhões de boquetes. Desse dia em diante a devotada trabalhadora derrete-se para o patrão, seus olhos, parados, lânguidos, líquidos, de uma ovelha no cio.

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Tiros em Brasília

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Profissões artísticas e culturais são excluídas do MEI

DJs, cantores, professores de música, arte e teatro não poderão mais ser enquadrados como microempreendedores individuais

Uma série de profissões ligadas à cultura não poderão mais ser enquadradas como MEI (Microempreendedor Individual).

Cantor e músico independentes, DJ, VJ, humorista ou contador de histórias, instrutor de artes cênicas, instrutor de arte e cultura, instrutor de música e proprietários de bar com entretenimento estão entre as categorias excluídas do MEI, listadas em resolução feita pelo Comitê Gestor do Simples Nacional e publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (6).

As novas regras passam a valer em janeiro de 2020.

O MEI permite ao pequeno empresário com faturamento anual de até R$ 81 mil o pagamento de valores menores para tributos como INSS, ICMS e ISS. Segundo levantamento do Sebrae divulgado em setembro, cerca de um terço dos empresários registrados como MEI atuavam na informalidade anteriormente. Com a formalização, o MEI pode emitir nota fiscal e ter benefícios previdenciários.

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Viajando na maionese

Além de afirmar que o rock leva ao aborto, que John Lennon fez um pacto com o diabo e que um agente comunista infiltrado na CIA distribuía LSD para jovens em Woodstock, o novo presidente da Funarte, Dante Mantovani, também acredita que a Terra é plana. No Facebook, Mantovani zomba dos “terrabolistas” e chama a NASA de “agência de desinformação e propaganda da Guerra Fria”. Pode?

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A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA de São Paulo não resistiu à pancadaria de deputados e protestos populares e vai votar escondido a reforma da previdência estadual. Uma sinuca de bico, pacau de bola sete. Lei que se vota no escuro, na moita, é trama, conspiração.

COMO SÃO PAULO não tem ópera de arame e o Carandiru está fechado, os deputados terão que debater e votar no estilo motel: a assembleia com portas e janelas fechadas, os deputados de almas nuas para fazer sacanagem contra os funcionários.

A MAÇONARIA também funciona de portas fechadas. Ela pode, é sociedade secreta, tem mistérios rituais e só faz o bem. Nu por lá, só o bode mansinho, que, dizem, os maçons adoram em segredo. Perigoso mesmo, só o bode da previdência.

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Fraga

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Vamos pastar!

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O inferno de Dante

Curso intensivo em cinco parágrafos para o novo presidente da Funarte

Dante Mantovani, o homem a quem Bolsonaro entregou a Funarte, órgão de fomento ao teatro, música, dança, circo e artes visuais no Brasil, declarou na terça-feira (3) que “o rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto, que por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo”. Dante Mantovani deve saber o que diz. Mas, para seu conhecimento, aqui vão algumas informações.

Ao dançar o minueto, no século 18, os casais não se tocavam, o que os levava a sensações lúbricas que lhes provocavam terríveis sonhos eróticos, que ativavam o aborto, que, por sua vez, alimentava o satanismo. No século 19, surgiu a valsa, em que os casais dançavam entrelaçados, o que os levava a perigosas intumescências e lubrificações, e isso ativava o aborto, que por sua vez alimentava o satanismo. E o maxixe, a dança favorita dos hereges dos anos 1920, consistia de um entrelaçamento tão radical de pernas que até as tíbias e os joanetes tinham ereções, e isso, claro, ativava o aborto, que por sua vez alimentava o satanismo.

No flamenco, tradicional dança espanhola, as mulheres sapateiam em cima das mesas, chutando canecas e mostrando as coxas, enquanto os homens tocam alucinadamente castanholas, o que ativa o aborto, que por sua vez alimenta o satanismo. E o chá-chá-chá, dança cubana introduzida em 1960 por Fidel Castro no Brasil, seduziu uma menina chamada Teresinha. Todo dia ela dançava o chá-chá-chá, e isso a levou ao aborto, que por sua vez alimentou seu satanismo.

Ninguém está a salvo. As marchas militares, executadas em quartéis do Exército por orquestras 99% masculinas (raras mulheres tocam bumbos ou tubas), ativam sabonetes escorregadios no banho coletivo dos soldados depois da parada, o que pode não ativar o aborto, mas sem dúvida alimenta o satanismo.

Imagino que Dante Mantovani também desaprove o golden shower.

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O chato apaixonado

Cogitei armar uma intervenção para o viciado poeta transante

Tenho um amigo que virou o clássico chato apaixonado. Passa meses sem falar comigo, deixando claro que está ocupadíssimo transando e compondo poesias (ele não é poeta, mas se tornou um —péssimo— desde que passou a transar tantas vezes por dia), e, de repente, como se nada fosse, eu recebo um arquivo gigante no meu email com umas 25 fotos e uns 12 vídeos da sua namorada atriz com a seguinte frase no assunto: “Mandar para a TV”.

A mensagem não vem com um mísero “oi, como vai?”, mas sortida de comandos de ordem disfarçados de pedidos de ajuda, no estilo “acha que consegue enviar hoje mesmo, por favor?”.

Se respondo um desinteressado “vou ver”, ele passa a ligar quase toda hora (quando não está transando ou compondo poemas terríveis sobre os mistérios das lágrimas transformadas em lantejoulas no céu) para me cobrar.

Se não digo nada, ele faz a mesma coisa, me liga diariamente a fim de saber se eu já vi o email ou se ficou preso na caixa de spam.

Se falo a verdade: “Não sei como ajudar, não mando em nada, não conheço as pessoas direito”, ele passa então a me ligar sempre, para me convencer do contrário.

Já pensei em mudar meu número de celular e meu endereço eletrônico e, mais grave, refleti seriamente em enviar o material da menina para os principais diretores da Globo (mesmo sem conhecê-los): “Em nome de minha saúde mental, venho por meio deste implorar por uma oportunidade…”.

Cogitei armar uma intervenção para o viciado poeta transante, mas os amigos em comum pularam fora, disseram ter passado pelas mesmas abordagens malucas e insistentes e que simplesmente mandaram o cara se foder.

Achei a ideia ótima e, recentemente, respondi apenas: “Cacete! Vai se foder!”, e ele gravou um áudio animadíssimo, achando que o xingamento era a minha forma de dizer: “Nossa, ela é incrível mesmo!”.

Desde então, já recebi as versões para feed do Instagram, Stories e foto quadrada para Facebook de uma participação da namorada em um curta (ele doou R$ 25 mil para o crowdfunding e depois disso foi morar com a mãe por 6 meses, porque teve de colocar o próprio apê no Airbnb).

Ontem eu estava comprando inhame orgânico quando dou de cara com quem? Virei o rosto, mudei o caminho, mas era tarde demais. Ele já foi logo me perguntando o que eu tinha achado do flyer para divulgar a balada em que a namorada atriz atacaria de DJ. Vejam: o homem tem 42 anos. E ele não é designer de flyer e nem baladeiro, mas se tornou as duas coisas —pessimamente— desde que passou a transar tantas vezes por dia.

Respirei fundo. Disse que no último mês minha filha teve algumas viroses e que eu envelheci 25 anos a cada uma delas, que pensei em mudar de profissão (será que viro psicanalista, já que estou há três anos tentando terminar meu romance? Será que viro romancista, já que mais nenhum roteiro meu será aprovado porque acabou o cinema?) e que meu marido ficou mais feliz com a vitória do Flamengo do que demonstrou por estar comigo, sequer por um segundo, em sete anos de relacionamento.

Falei também sobre o rock, que levava ao aborto, que levava ao satanismo, que levava a um ministro do Meio Ambiente que odeia a natureza, um ministro da Educação que odeia as universidades, uma agência de cinema que odeia o cinema e um certo negro racista a favor da escravidão.

O chato apaixonado foi se contorcendo, revirando, acorcundando. Seria a realidade lhe percorrendo as veias? Não, era para resgatar do fundo do bolso um amassado flyer de balada (em que a namorada atacaria de DJ). “Vai e leva uns amigos diretores da Globo, hein!”

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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