Eram duas caveiras que conversavam

Aprendendo a conviver com a morte na Cidade Maravilhosa

— Outra enchente no Rio de Janeiro?

— Não acredito! Que surpresa! É uma coisa totalmente imprevisível!

— Eu não entendo… A cidade já não tinha sido abençoada pelo papa?

— Será que foi uma inundação de água benta?

— Graças a Deus, foram só 10 vítimas fatais… Sem contar aquelas dodesabamento dos prédios da ENGEMILI, Milícia Empreendimentos Imobiliários.

— Mas se Deus é tão Todo-Poderoso, não seria melhor evitar a tragédia toda? Por que ele não salvou todo mundo? É muita incompetência…

— Isso me lembra aquela anedota sobre Deus criando o Mundo. Ele explicava para os anjos: “Aqui vai ser o Japão, com vulcões e tsunamis…Aqui vai ser os Estados Unidos, com furacões e terremotos…E aqui vai ser o Rio de Janeiro. Vai ter só umas chuvas mais fortes de vez em quando, mas vocês vão ver só o prefeito que eu vou botar lá.”

— É, mas, na verdade, não foi Deus que botou o cara lá. Você não votou no pastor? Foi você que botou o cara lá. Não bota a culpa em Deus, coitado.

— Pois é, eu votei no pastor porque achei que ele tinha um contato direto com o Todo-Poderoso, mas parece que ele não está articulado com o esquema do poder divino.

— Acho que Deus não está no comando e nem no serviço. E se ele é brasileiro mesmo, deve estar desempregado. Perdeu o emprego e agora deve estar por aí pedindo uma esmola, pelo amor dele mesmo.

— É, o cara não está nem aí. Deixou até a catedral de Notre-Dame  pegar fogo! É muito amadorismo…

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Que país é este?

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Greve

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De liberdade de pensamento – e imprensa

Escalada preocupante de investidas contra a liberdade de pensamento (CF, art. 5º, inc. IV), mais especialmente contra a liberdade de imprensa (CF, art. 220). Agentes do Poder Executivo, do Presidente da República a Governadores, de Ministros a Secretários de Estado têm instado a opinião pública a fechar questão contra a liberdade de pensamento.

Renato Kanayama*

Nenhuma reação dos Parlamentos, de coluna vergada pelo fisiologismo, esquecidos de que a liberdade de opinião, palavra e voto (CF, art. 53) está compreendida na liberdade de pensamento, cerne inalterável da Constituição (CF, art. 60, § 4º), parafraseando a locução de Pontes de Miranda sobre a rigidez constitucional (Democracia – Liberdade – Igualdade), cerne que rege a orientação filosófica, política e jurídica das demais normas constitucionais.

Tampouco reação do Judiciário, que tem mantido, por intermédio dos Tribunais, algumas investidas contra a liberdade de pensamento, como no caso de ação judicial de parente do Presidente do Senado movida contra O Estado de São Paulo, perdendo a oportunidade de impedir que essas decisões possam produzir o “efeito do arrefecimento” – chilling effect –, do direito americano, que é o temor que essas decisões podem causar a futuras manifestações do pensamento, funcionando como verdadeiras censuras prévias, omissões desses Poderes que garantem a supremacia do Executivo e deserção ao equilíbrio que devem manter nas relações – independentes e harmônicas – entre si (CF, art. 2º).

Fosse a História a advertência para, principalmente, não se repetirem erros, e os Parlamentos, compulsando os anais, já teriam reagido a essas investidas contra a liberdade de pensamento, ouvindo a parlamentares que reagiram e fizeram uma História diferente da que vivemos hoje. Mais particularmente ouviriam a Afonso Arinos de Melo Franco, para se fazerem à imagem e semelhança dele, que defendeu e cumpriu a Constituição, os valores nela expressos ou implícitos, como a liberdade de imprensa, para serem, enfim, menos esse núcleo de moral mole vergada pelo fisiologismo.

Por que ouvir mais a Afonso Arinos? Porque lavrando voto que ofereceu à Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados a propósito do projeto governamental que tratava da liberdade de imprensa, Afonso Arinos lembrava do perigo de pequenos meios de fuga admitindo a violação ao princípio da liberdade de imprensa, como aquele do governo soviético, que adotou um sistema de eliminação dos direitos individuais de que o monopólio sobre a imprensa é um dos aspectos. Do nazismo, que regulando a profissão de jornalista definiu que esta era um serviço público, e por conta disso a transformou em dócil instrumento à disposição de um grupo de governantes criminosos e fanáticos, pois minuciosamente regulamentada pelo Estado. Do fascismo, que exigia da imprensa a defesa dos interesses do Estado.

Lembremos, pois, Afonso Arinos e esqueçamos dos Parlamentos de agora, que omitindo reação contra essa escalada para restringir a liberdade de imprensa se aproximam da técnica habitual dos liberticidas – e muitos deles, fantasmas da ditadura estadonovista[atualmente, fantasmas da ditadura da militar], se encontram novamente em postos de governo no Brasil – que é denunciar os vícios da imprensa corrompida e tirar daí medidas repressivas para toda a imprensa; como se a corrupção de alguns pudesse justificar a supressão da liberdade de todos e, principalmente, como se nos regimes sem liberdade a corrupção não fosse muito pior, as injustiças muito maiores, a morfinização e o engodo do povo muito mais propícios aos crimes e abusos do poder.

Ainda que tenhamos casos na imprensa de transformação da liberdade em instrumento de calúnia ou injúria, de desmoralização, de crime, até mesmo, a liberdade de imprensa tem por finalidade a verdade e o direito, não os ataques grosseiros, os sarcasmos, as perfídias, a desordem e anarquia, como advertia, já no Século XIX Pimenta Bueno, mas melhor que tenhamos a imprensa livre do que nos livrem da imprensa.

Fundamental para isso que escolhamos sempre parlamentares que reajam às tentativas claras ou subliminares de restringir a liberdade de pensamento, nos despindo de sentimentos que possam nos fazer enrubescer daqui a alguns anos, para que possamos preferir, como preferiu Clémenceau, segundo Afonso Arinos, ser governados por homens honestos chamados de ladrões, do que por ladrões chamados de homens honestos.

(* Texto produzido quando O Estado de S. Paulo foi submetido a censura judicial a matérias sobre negócios da família do ex-presidente José Sarney. A censura só veio a ser suspensa quatro anos mais tarde.)

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Urgente: PGR arquiva inquérito das “Fake News”

A Procuradoria Geral da República anunciou o arquivamento do inquérito aberto por Dias Toffoli para apurar supostos ataques ao STF.

O órgão informou que enviou manifestação ao relator, Alexandre de Moraes, afirmando que as medidas já autorizadas — que incluem a censura à Crusoé e a O Antagonista –, não foram pedidas nem acompanhadas pelo Ministério Público.

Por isso, esclareceu que “nenhum elemento de convicção ou prova de natureza cautelar produzida será considerada pelo titular da ação penal ao formar sua opinio delictiTambém como consequência do arquivamento, todas as decisões proferidas estão automaticamente prejudicadas”.

Como o Ministério Público é responsável por eventual apresentação de denúncia, qualquer acusação contra os alvos do inquérito se inviabiliza quando o órgão considera que as provas foram colhidas de forma irregular.

“A providência tem como fundamento o respeito ao devido processo legal e ao sistema penal acusatório estabelecido na Constituição de 1988, segundo o qual o Ministério Público é o titular exclusivo da ação penal, fato que provoca efeitos diretos na forma e na condução da investigação criminal.”

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Museu de História Natural de Nova York não quer nada com Bolsonaro

O evento da Câmara de Comércio Brasileira-Americana, que inclui uma homenagem ao presidente Jair Bolsonaro não vai mais acontecer no Museu de História Natural de Nova York conforme estava previsto. A diretoria do museu recusou sediar a festa, depois de manifestações contrárias de personalidades e nas redes sociais à presença do presidente brasileiro. Em nota divulgada para a imprensa, a instituição explicou o seguinte: “O evento, de nenhuma maneira, reflete a posição do museu que há uma necessidade urgente de conservar a Amazônia, que tem profundas implicações para a diversidade biológica, as comunidades indígenas, mudança climática e o futuro da saúde do nosso planeta”. De fato, nada mais antinatural que uma homenagem a Bolsonaro em um museu de história natural.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também criticou a escolha de Bolsonaro, considerando que o presidente brasileiro é capaz de exercer um impacto negativo ao que acontece com a Amazônia. A Câmara de Comércio Brasileira-Americana ainda não divulgou a personalidade americana a ser homenageada, mas deve estar sendo difícil encontrar alguém disposto a arriscar sua imagem em um evento com todo este repúdio e que pode ter ainda mais más repercussões. Até fiquei curioso em saber qual é o gringo otário que vai cair nessa.

A situação deveria servir para a equipe de Bolsonaro refletir sobre o desgaste para a imagem do Brasil, devido ao posicionamento do presidente e de seu governo, além da porção de bobagens que ele fala quando trata de assuntos que envolvem a preocupação de outros países com a atual situação mundial no plano político, da segurança internacional e na questão ambiental.

Por causa de Bolsonaro e sua equipe de alucinados, nosso Brasil vem sendo visto como uma republiqueta de bananas, sem direcionamento político de qualidade, onde é total a falta de inteligência e bom senso para compreender este tempo terrivelmente delicado deste nosso planeta.

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A mão na boca

Estão tramando algo contra nós — e não pelas nossas costas, mas pela nossa frente

Há dias vimos nos jornais uma foto em o que presidente Jair Bolsonaro, de mão na boca, cochicha alguma coisa para seu valete OnyxLorenzoni, o qual também faz uma parede bucal com os dedos. Já assistimos a esta cena muitas vezes. No passado, ela era cometida pelo então presidente Lula e seu também valete Antonio Palocci. Hoje, não se passa uma semana sem que a vejamos protagonizada pelos treinadores de futebol e seus auxiliares à beira do gramado ou entre jogadores de vôlei no meio da quadra. 

Historicamente, o simples ato de cochichar em público sempre foi falta de educação —que segredos alguém teria que não pudesse partilhar conosco? E falar com a mão na boca só podia significar que a pessoa era desdentada ou tinha mau hálito. Hoje, a mão na boca está liberada. É usada para que se possa cochichar à vontade sem que os enxeridos façam a leitura labial do que se está dizendo.

É possível a qualquer amador traduzir em voz alta um palavrão ou uma interjeição grosseira que se esteja vendo sem som —às vezes, o próprio gestual do dedo em riste ou das mãos à cabeça já diz tudo. Mas como entender frases inteiras, complexas, principalmente quando são emitidas por pessoas com dicção horrorosa, como Bolsonaro e Lula, que só deviam falar com legendas?

Não me consta que, entre os seus incontáveis profissionais qualificados, o Brasil disponha de legiões de técnicos em leitura labial. Eu próprio já fui apresentado a ventríloquos, intérpretes em 12 línguas e até pessoas capazes de assobiar óperas inteiras, mas nunca a um leitor labial. E quantos estarão assistindo àquela mão na boca naquele exato momento? E, se entenderem tudo, o que poderão fazer?

Ainda mais porque, ao ver autoridades cochichando com a mão na boca, não precisamos de leitura labial para saber que estão tramando algo contra nós — e não pelas nossas costas, mas pela nossa frente.

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Original Beto Batata – Ano 10

Lina Faria, fazendo. © Dóris Teixeira

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Notre Dame e o corcunda

A igreja que ardeu em chamas estava para ser derrubada no século 19 quando o escritor Victor Hugo criou, em 1833, o romance entre o corcunda Quasímodo e a bela Esmeralda, tendo como pano de fundo a catedral. Entendiam os franceses que era uma construção feia na bela Paris e deveria desaparecer. O livro de Victor Hugo foi um sucesso, tornando-se a obra prima de sua carreira, e já ninguém mais falava em demolir a construção, mas em preservá-la. O Cinema lançou em 1923 o filme O Corcunda de Notre Dame, com Lon Chaney e Ptasy Ruth Miller, direção de Wallace Worsley. Em 1939 aconteceu a primeira refilmagem, com Charles Laughton e Maureen O’Hara, direção de William Dieterle; e em 1959 nova versão com Anthony Quinn e Gina Lollobrígida, direção de Jean Dellanoy .

Publicado em Nelson Padrella - Blog do Zé Beto | Comentários desativados em Notre Dame e o corcunda
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20 anos de casados

Marido e mulher vão ao psicólogo após 20 anos de matrimônio. Quando são perguntados sobre o problema, a mulher tira uma lista longa e detalhada dos problemas que teve durante os todos esses anos: pouca atenção, falta de intimidade, vazio, solidão, não sentir-se amada, não sentir-se desejada.

A lista é interminável. Finalmente o terapeuta se levanta, se aproxima da mulher, pede a ela que pare e lhe dá um abraço e a beija apaixonadamente enquanto o marido os observa desconfiado. A mulher fica muda e senta-se na cadeira meio aturdida. O terapeuta se dirige ao marido e lhe diz:

— Isto é o que sua esposa necessita três vezes por semana. Pode fazer isso?
O marido medita um instante e responde:
— Bem, posso trazê-la nas segundas e quartas, mas nas sextas tenho futebol.

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Bibi Andersson tinha 83 anos e trabalhou durante décadas com o diretor sueco Ingmar Bergman. Era um dos rostos mais reconhecíveis do seu cinema. Persona, um dos títulos mais importantes da filmografia de Bergman, não seria o mesmo sem ela — sem a sua presença e, sobretudo, sem a sua voz.

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Quaxquáx!

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Urgente: Ministro do STF censura Crusoé

Desde o fim da manhã desta segunda-feira, 15, Crusoé está sob censura, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Passava pouco das 11 horas da manhã quando um oficial de Justiça a serviço da corte bateu à porta da redação para entregar cópia da decisão. Alexandre de Moraes determina que Crusoé retire “imediatamente” do ar a reportagem de capa da última edição, intitulada “O amigo do amigo de meu pai”. A decisão é extensiva a O Antagonista… Moraes também ordena que a Polícia Federal intime os responsáveis pela publicação da reportagem “para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas”.

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