O bunker dos pijamas –Jair Bolsonaro montou em hotel de Brasília o bunker dos quatro generais da reserva que planejam seu governo. Tem até alfaiate tirando as medidas das fardas civis, os ternos que os militares teimam em vestir completamente abotoados, hábito arraigado em décadas de caserna.
Greici News –Mal emergiu das catacumbas, mama Greici subiu ao monte para revelar ao mundo a ordem do senhor desobrigando Andrade, seu filho e herdeiro, do ato de contrição das segundas, no templo de Santa Cândida.
O primeiro a saber foi o destinatário da ordem, que a recebeu direto do senhor. Mas o que seria de mama Greici se não pudesse revelar o mandamento e mostrar ao mundo que ela é a eleita do senhor?
O grande circo místico –Que Lula, que nada, o misticismo está em Bolsonaro. A querida dona Paula me conta que o médium Chico Xavier previu a vitória do capitão quando disse que o Brasil seria salvo pelo homem cujo nome começasse com B.
Já a amiga Isabela, daquelas crentes de cabelo até a cintura, entrou em transe quando viu o capitão chegar perto dos 50%: “Estava escrito no Evangelho, o Senhor profetizou a vinda dele”.
O ‘dele’ em minúsculas para não confundir com Lula, que se diz messias sem ter sequer o nome do outro, Jair Messias Bolsonaro.
Com erros do PSDB, eleitores contrários ao PT trocaram tucanos por Jair Bolsonaro
O antipetismo é um dos principais vetores a explicar a forte votação em Jair Bolsonaro (PSL). Essa é a parte da eleição fácil de entender. Afinal, é normal e esperado que o partido sob cuja administração ocorre uma megarrecessão enfrente a ira do eleitor. E o governo da petista Dilma Rousseff deu causa a uma crise que reduziu o PIB per capita em 9,1% entre 2014 e 2016.
O fato de a Operação Lava Jato ter revelado esquemas bilionários de corrupção em que o PT estava envolvido até a medula tampouco ajudou a sigla, embora houvesse várias outras legendas metidas nos mesmos e em outros casos.
A dupla adversidade custou ao partido os votos da classe média não originalmente petista que haviam sustentado suas vitórias de 2002, 2006 e 2010 (a de 2014 foi bem mais apertada). Ainda assim, o PT mostra uma notável resiliência. É o candidato da sigla, afinal, que disputará o segundo turno contra Bolsonaro. Grifes petistas como Dilma Rousseff, Eduardo Suplicy e Lindbergh Farias não conseguiram assento no Senado, mas o PT foi a legenda que fez a maior bancada federal, ainda que tenha encolhido em relação à legislatura anterior.
A anomalia deste pleito, parece-me, reside no fato de que não foi a centro-direita tradicional, isto é, o PSDB, que se beneficiou das estripulias do PT. Esse era o quadro até as eleições municipais de 2016, em que os tucanos em geral e Alckmin em particular se saíram muito bem. Mas, de lá para cá, uma série de erros do partido, em particular a forma como lidou com o governo Temer e o caso Aécio, fez com que uma massa nada desprezível de eleitores antipetistas trocasse o PSDB por Bolsonaro.
O movimento pendular entre esquerda e direita é parte, talvez a essência, do jogo democrático. O lamentável é que a onda direitista tenha encontrado representação numa candidatura extremista como a de Bolsonaro. O radicalismo é quase sempre um péssimo conselheiro.
Escrevo esta para explicar que estou muito distante mesmo, aqui em Beirute, e tossindo muito. É por causa dessa tosse que eu vim aqui no médico libanês me consultar e também ainda não retornei para o Brasil pelo mesmo motivo: se eu tossir no avião, os outros passageiros reclamam. Sinto que a tosse vai durar muito, muito tempo e talvez nem passe nunca. Então vou ficando por aqui.
Eu sei que você não foi eleito para o Senado, mas estas coisas a gente tem que enfrentar na política. Uma hora é bom, outra nem tanto. Quero deixar um bom conselho: quando você ficar chateado, pense no Requião.
Parece que agora você vai cuidar da sua vida e isso é bom porque você vai adquirir mais experiência. Tem bons negócios no Paraná e eu posso orientar, como sempre fiz. Confie em mim.
Você é um brimo muito bom, e o Pepe também. Tem que ter muita paciência e esperar mais um pouco, porque como dizem aqui no Líbano, a caravana passa e tudo volta ao normal.
Um abraço,
Luiz Abi
*Estou mandando uns docinhos com tâmaras. É para entregar para o Deonilson, que ainda está lá, coitado.
O documentário traça um panorama sobre o ensino médio nas escolas públicas do Brasil sob diferentes pontos de vista, principalmente a partir dos estudantes. Isso é mostrado através de relatos de jovens, professores, diretores de escolas e especialistas. O foco é o valor da educação; Os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive essa realidade.
“Muito Além do Peso”, “O Começo da Vida” e “Tarja Branca” são alguns dos documentários produzidos na última década pela Maria Farinha Filmes tendo por eixo a abordagem de questões centrais da vida social brasileira, combinando instantâneos do cotidiano e a voz de anônimos e especialistas. É exatamente o que faz “Nunca Me Sonharam”, tendo por tema a educação pública no país.
Ouvimos estudantes como Brenda e Carlos, Felipe e Giulia, Gustavo e Jamile, pelos quatro cantos do país. São críticos e sonhadores, generosos e exigentes.
O mosaico se completa com profissionais e pensadores ligados à juventude e a educação. São educadoras com Macaé Evaristo e Bernardete Gati, o filósofo e ex-ministro Renato Janine Ribeiro e o psicanalista Christian Dunker. De certa forma os aproximam o otimismo da ação e o pessimismo do diagnóstico.
“Nunca Me Sonharam” nos deixa a um só tempo mais céticos e mais esperançosos. É disto simbólico o belo título ser um achado de Felipe Lima, estudante do interior do Ceará.
“Nunca me Sonharam”, documentário de Cacau Rhoden, Brasil 2017 – 1h 24min.
Os curadores Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires mapeiam os principais temas que estiveram presentes ao longo de 70 anos de produção do artista. Ao ganhar as galerias, os desenhos, feitos principalmente para serem publicados na imprensa, revelam a força e a complexidade de uma obra fundamental para a arte brasileira. Acompanha a mostra um livro que, além de reproduzir os originais, traz ensaios críticos e uma cronologia de vida e obra de Millôr.
A mostra divide em cinco grandes conjuntos a obra gráfica de Millôr, dos autorretratos à crítica implacável da vida brasileira, passando pelas relações humanas, o prazer de desenhar e a imensa e importante produção do “Pif-Paf”, seção que manteve na revista O Cruzeiro entre 1945 e 1963. O acervo de Millôr, que reúne mais de seis mil desenhos e seu arquivo pessoal, está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2013.
Nascido no Rio de Janeiro e dono de um estilo próprio e de um humor ácido e inconfundível, Millôr Fernandes definia a si mesmo como jornalista. Para os leitores e admiradores, que o acompanharam ao longo dos seus mais de 70 anos de carreira, a definição parece insuficiente. Grande desenhista, escritor e tradutor, Millôr fugiu, desde sempre, do óbvio. Ficou órfão de pai e mãe muito cedo, mas contornou as adversidades da vida e, de maneira autodidata, aprendeu línguas e desenvolveu seu traço e seu texto.
Visitação – Entrada gratuita|18 de setembro de 2018 a 27 de janeiro de 2019. Galeria 1. Avenida Paulista, 2424. São Paulo/SP
É possível colher algumas notícias boas nesta eleição, especialmente de políticos derrotados que além dos defeitos usuais da classe política brasileira — como a corrupção e a incompetência — são responsáveis também pela estado falimentar de partidos importantes na democracia do país. Um insucesso que vem para o bem da organização política no Brasil é do ex-governador Beto Richa, do Paraná, que sofreu uma derrota na eleição para o Senado. Ficou em sexto lugar, com apenas 377.872 votos. Ele tentou eleger um filho para a Assembleia Legislativa, o que serve também como demonstração da sua falta de qualidade ética, mas falhou também nisso. Richa é um caso de fim de carreira sem volta.
Além de não ter construído legado algum de qualidade como parlamentar e administrador público, o ex-governador teve também um papel nefasto como dirigente partidário, sendo um dos coveiros do PSDB, partido destruído por ele como cacique autoritário, impedindo qualquer desenvolvimento e renovação que viesse a alterar seu poder sobre a máquina partidária. O resultado aí está, não só na falência do projeto tucano de um partido de centro-esquerda, como pela abertura para um candidato de direita, que cresceu em parte estimulado pelo vazio criado pela incompetência, a centralização de poder e a ambição pessoal pelo poder e pelo dinheiro, característico em políticos como o ex-governador do Paraná.
Pelo que disse logo que saiu o resultado da eleição no Paraná, Richa continua encenando para o público. Ao que parece, nem a acachapante derrota serviu para ativar a consciência de que palavras vazias soltas no ar não têm o dom de alterar a realidade difícil que terá de enfrentar, nessa irremediável queda no abismo. O político tucano falou até do “benefício” de ficar fora da vida pública, que vai permitir, conforme suas palavras, para “poder cuidar da minha vida”. O pretensioso afirmou que até agora só cuidou “da dos paranaenses”. Bem, isso faz parte dos absurdos que temos que escutar de políticos, depois deles terem destruído até aquilo que há de mais básico na sustentação do que a população precisa para viver. Mas pelo menos no caso de Richa é provável que tenhamos o prejuízo e também os insultos vingados mais adiante, porque para cuidar de sua vida ele terá a contribuição de promotores, policiais federais e juízes da Lava Jato e de outras operações contra a corrupção que investigam o que ele fez de fato na vida dos paranaenses.
No Jornal Nacional de ontem o debate assincrônico. Mito e Mico falaram com os entrevistadores, não entre si. O Mito, mais para sargento que para capitão, ele e os chavões de sempre, a certeza inabalável na falta de ideias, a visão turvada pelos preconceitos. Não consultou o general vice falastrão, nem o generais calados do estado maior.
O Mico estava sóbrio, presidencial. Bem amestrado, algo receoso, titubeante. Dá para entender, vinha de peregrinação ao Monte de Santa Cândida, chamuscado pela sarça ardente e assolado pela algaravia do comitê central de Canaã – Gleisi, Franklin Martins, Luiz Dulci e Sérgio Gabrielli, o núcleo duro da palavra do Senhor.
Não precisa pertencer às categorias dos céticos, indiferentes, desanimados, desapaixonados e bem pensantes em geral para afirmar que o Mico foi melhor que o Mito. Isso importa? Nem um pouco, pois vivemos a guerra santa. Quem sobreviver, sobreviverá. E o Brasil? Ora, o Brasil é eterno. Enquanto durar.
Com a decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes, de soltar o ex-secretário da Infra Estrutura, Pepe Richa, e mais oito envolvidos nas Operações Integração II e Rádio Patrulha, que investiga pagamento de propina no sistema de cobrança do pedágio no Paraná, apenas o empresário Luiz Fernando Wolff de Carvalho permanece preso.
Dono da Triunfo Participações e Investimentos, Wolff de Carvalho é o maior empresário do grupo investigado pelo Ministério Público Federal, com empreendimentos espalhados por todo o País. A Triunfo Participações responde pela Econorte, a concessionária dos pedágios em toda a região Norte do Estado, com sede em Londrina.
Em nota, a força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que, ao contrário do que foi divulgado pela Triunfo Participações, mesmo com “inúmeras evidências da existência de graves irregularidades na cobrança do pedágio e nas obras realizadas, a empresa jamais prestou qualquer auxílio às autoridades para esclarecer as investigações relativas à corrupção no setor.”
Pelo contrário, continua a Força Tarefa, a única documentação apresentada pela empresa referente a um “processo de revisão interna”, concluiu que, na contratação do operador financeiro (doleiro) Rodrigo Tacla Duran, “não foram identificadas eventuais situações que aparentassem desconformidade com os procedimentos e políticas de integridade da Companhia”.
Dois aspectos envolvem o empresário Wolff de Carvalho no Paraná: ele é sócio de grandes empresários do estado em vários empreendimentos, o que tornaria a delação premiada temida e com alcance muito amplo em vários ramos da economia do Estado. E é primo distante da mulher do juiz Sérgio Moro, Rosangela.
Ele outro, outro ele – A equipe do Insulto investiga se é fake news a candidatura de Álvaro Dias à presidência. Não que ele não esteja na propaganda e nem participe dos debates. Muito ao contrário.
É que o senador muda tanto que o eleitor fica sem saber se é ele mesmo ou o outro ele. Um e outro sempre nos confundem, quando o outro ele vira ele outro e o ele mesmo vira mesmo ele.
Material de campanha – A barraca da propaganda de Jair Bolsonaro está movimentadíssima na Boca Maldita. É a única no local, coerente com a origem do candidato: barracas são decisivas em campanhas militares.
70% de rejeição –O DataInsulto conferiu a distribuição de santinhos na Boca Maldita: de cada dez oferecidos, sete são rejeitados. Coisa de 70%, variação de zero a mais, zero a menos, como nas pesquisas desconfiáveis.
Causa mortis: política – Fernando Ribeiro, 54, candidato ao Senado pelo PCO do Rio, morreu ontem. Havia sofrido derrame cerebral após debate na campanha. Fernando era professor de Politica e de Poética na Universidade Federal Fluminense. Ele morreu pela política, não pela poética.
Jânio, Jair, Sigmund e o pendor irracional das multidões em marcha
Em 1961, Jânio Quadros encheu a cara e tentou dar um golpe para passar de presidente a ditador. Bebeu mal, pisou na jaca e fugiu num cargueiro. O golpe veio menos de três anos depois. Foi dado pelas forças que o elegeram. A anarquia serviu de pretexto para chamarem os militares.
Há um mês, o general Hamilton Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro, disse que o próximo presidente pode dar um “autogolpe” se anarquia houver. Segundo a Constituição, quem define o que é anarquia e aciona as Forças Armadas é um dos três Poderes.
No Supremo, o presidente no próximo período será Dias Toffoli. Toga preta chegado ao verde-oliva, ele nomeou um general como braço direito. Disse não ter havido nem golpe nem ditadura em 1964. Mandou a liberdade de imprensa às favas e censurou a Folha.
Na Câmara, caso seja acatada a proposta do general Mourão, o presidente será Levy Fidelix. O maníaco do aerotrem chamou os gays de “doentes mentais”, defendeu que a homossexualidade é “contagiosa” e associou-a a pedofilia.
Se Jânio era a UDN de porre, Jair é o PSL de porrete. Eleito, terá a legitimidade do voto, o amparo da lei e, a seus pés, partidos prostrados ou servis. Bastará a Bolsonaro dar um assobio da janela do Planalto para chamar os milicos: já avisou que terá “um montão” de ministros generais.
Enquanto o lobo não vem, os fardados terão com o que se entreter. Como Bolsonaro defendeu a tortura “em certas situações”, poderão estudar como bem aplicá-la. Arrancar unhas com alicate? Os choques na genitália, tão anos 1970? Ou a uberfashion americana do waterboarding?
O capitão e sua tropa escancaram o que pretendem. Acham o 13º “uma jabuticaba” a ser erradicada do pomar pátrio. Querem extorquir mais impostos de gente exangue. Estão doidos para “privatizar tudo” —escolas, hospitais, metrôs e, presume-se, a fabricação em série de paus de arara.
Nas domingueiras na Paulista contra Dilma, em 2016, havia grupos enormes a pregar a volta da ditadura. Tinham caminhões, alto-falantes e proteção da PM —o que denotava um dinheiro razoável e articulação política de porte. Mas esse não é o ponto.
O ponto: os autoritários tinham a simpatia da massa. Ela não os hostilizava, ao contrário. Os pró-ditadura contaram com o acoelhamento interesseiro dos liberais. “São minoritários”, foi o trololó de um deles ao arrumar o cashmere, amarrado nos ombros com estudada displicência.
Das tardes na Paulista às pesquisas eleitorais, o movimento das massas pela opressão se exacerbou. As explicações políticas, econômicas e sociológicas são indispensáveis. Mas algo sempre parece se lhes escapar: a irracionalidade bestial do fenômeno.
Por que o encantamento com a boçalidade? Por que milhões ficam surdos à razão e se insurgem contra os próprios interesses? Para obter indícios de respostas é produtivo conhecer as especulações de um clássico sobre o tema, “Psicologia das Massas e Análise do Eu”, de Freud.
Escrito no entreguerras, o livro teve como móvel a crise da civilização europeia, com a transformação do iluminismo em selvageria. Seguindo Le Bon, Freud diz que, ao se dissolver na massa, o indivíduo solta seus impulsos inconscientes, comete atos contrários a seu caráter e costumes.
O líder, um demagogo teatral, propaga a energia libidinal que une os indivíduos na massa. Os que veem a sexualidade como vergonhosa acatam aquele que diz que eles não devem se reprimir —devem, isso sim, reprimir aqueles de evidenciam a sua sexualidade.
É o caso do aerotrem que atropela gays. Da ira de Bolsonaro contra a curiosidade indecente das crianças em relação à sexualidade. Como o inconsciente do líder fala diretamente ao inconsciente dos indivíduos, a massa fica imune à argumentação fundada na lógica.
O triunfo da irracionalidade se dá por meio de sugestão e contágio. A sugestão faz com que insinuações agressivas sejam aceitas como verdades. É o caso das fake news. Elas se disseminam porque reforçam aquilo em que massa já acreditava. A realidade não importa.
As fake news se espalham por meio do contágio. Ou seja, da união dos sedentos por submissão, que se juntam numa turba onipotente. Hoje, o contágio prescinde até da massa real, concreta: o WhatsApp faz com que células isoladas virem manadas desembestadas em poucos minutos.
No Brasil destes dias a combustão de neuroses particulares em paranoia coletiva parece iminente. A descrença na ação racional, porém, só pode ser barrada por ela mesma: a consciência racional.
Um provável governo de Jair Bolsonaro vem sendo comparado ao de Fernando Collor, que é algo que não concordo. De fato, Bolsonaro é diferente de Collor. Ainda que eu não fique surpreso se o Paulo Guedes, no comando da economia, em vez de ser um Posto Ipiranga, acabe virando uma Zélia Cardoso de Mello. Mas mesmo assim os níveis são muito diferentes. Collor foi um cangaceiro de Armani, já o tosco do Bolsonaro vai mesmo de Havan, sendo que em alguns casos serve até um supermercado Condor.
Enfim, Collor sabia cuidar da embalagem muito melhor que Bolsonaro, além de ter muito mais habilidade na manipulação do conteúdo. Também por isso, ele não fugia de debates. Ambos eram verde-amarelos, porém Collor não amarelava. De grosserias bem medidas, suas crueldades eram envolvidas nos melhores perfumes. Bolsonaro é um Collor mais raiz. Outra diferença poderá ocorrer também no clientelismo político e coisas piores que podem ser feitas em um governo. Collor contava só com um P. C. Farias, seu homem da mala. Se ganhar a eleição, tudo indica que Bolsonaro terá um monte deles.
No uso da máquina pública em favorecimento próprio, Bolsonaro terá ajuda até em casa. O nepotismo descarado, muito comum em sua carreira, permite prever que o Palácio do Planalto poderá até ganhar uma plaquinha de identificação como “ambiente familiar”. A vítima, é claro, será o Brasil acima de tudo. E com o perdão do trocadilho, que vem muito a calhar pelo uso em vão que é de costume do candidato, tudo será em nome do pai e em nome dos filhos.
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