Noves fora: humilhação – Entrevista-debate com Jair Bolsonaro no Jornal Nacional. Bolsonaro é o que é, sem conteúdo, sem sentido, sem vergonha. O problema não está em Bolsonaro, mas em quem o apoia e vota nele, gente que não conhece a História recente do país, não se informa sobre o mundo e não faz a menor reflexão sobre as consequências de ter um presidente que se espelha em Donald Trump.

Os apresentadores da Globo, por mais que tentassem e o melhor que fizessem, falavam com uma parede. Não havia como extrair nada ou encurralar Bolsonaro em contradição – aliás, ele revelou esperteza de boteco ao buscar contradições na vida dos entrevistadores, como se o embate fosse entre ele e os entrevistadores, como se estes não vocalizassem segmentos da sociedade brasileira.

A entrevista-debate foi útil para Bolsonaro, que conseguiu mais apoiadores. Perder apoios e eleitores, não os perdeu; cresceu no conceito deles. O programa de ontem foi uma daquelas situações registradas na sabedoria popular: quando se discute com ignorante há dois riscos, o de vencer e o de ser vencido; se vencer, será covardia, vencido, será humilhação. Os apresentadores da Globo foram humilhados.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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