Onde começa a crise

A sessão antecipou a disputa pela sucessão de Lira.

Foi a votação que analisou a prisão do deputado Chiquinho Brazão que fez o clima entre o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esquentar, na avaliação do Palácio do Planalto. Não propriamente pelo resultado, que confirmou a manutenção da detenção do parlamentar, mas pela antecipação da disputa pelo comando da casa.

Lira, como mostrou o Bastidor, e o seu candidato favorito para sucedê-lo, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), planejaram usar a sessão sobre Brazão para demonstrar que contam com o apoio do Centrão raiz. A votação seria uma resposta à articulação política governista, que trabalha com nomes alternativos, como Marcos Pereira (Republicanos), hoje o mais provável, e Antônio Brito (PSD-BA), que corre por fora.

Um ministro de Lula disse ao Bastidor que Lira percebeu, ali, que começou a perder poder e que o governo pode, sim, influenciar de forma efetiva na eleição que definirá o presidente da Câmara, em 2025. O que veio depois foi consequência.

Primeiro, com as críticas ao ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Depois, com a confirmação da demissão do primo de Lira, Wilson Cesar de Lira Santos, do comando do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Alagoas. Na terça-feira (16), em reunião de líderes, o presidente da Câmara deu garantias de que pautará demandas da oposição.

O governo avalia que a eleição começou e que Lira usará a sessão que analisará os vetos de Lula para mostrar que é ele ainda que dá as cartas. O Palácio do Planalto não assistirá passivamente. 

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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