Em Brasília, 17h

Enquanto a tarde explode
Sair para ver a cor amarela equilibrando-se em mãos de cometer despedidas
Admito coisas quebráveis ou dobráveis
Não origamis, mas esquinas e um universo aberto ao dobrá-las
Nem vidros comuns com suas funções
Talvez xícaras, próxima ao rosto, cheiro sabor e cor
Quebrar o dia, sua previsível rotina
Sair de casa  em três modos
vertical, circular e salto
Uma mente expansiva nem percebe
Quebra rotinas e repetições ao meio ou em várias partes
Líquidas, a sede das plantas
Ela pede um café eu, dois
Sólidas, uma imagem atrás da vitrine
A sala branca
a princípio vazia
instala-se lá dentro um ser que respira
Ela diz: “Olha (vidro, não; diamante), a moça naquela sala parece uma pintura”

Sim. Diamante.
Volto vertical e circular e salto, inscrita na sutil e vaporosa atmosfera
As palavras esvoaçam e povoam a realidade mais rasteira de luminosas estrelas

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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