Todos sabem que é um perigo se automedicar, mas quando compra os remédios indicados por receita médica, muitas vezes o consumidor é lesado.
A receita prescreve que o consumidor/paciente deve tomar uma cápsula por dia, durante três dias, mas a caixa de remédios possui 5 ou 10 cápsulas.
Resultado: o paciente compra uma embalagem com conteúdo que será descartado posteriormente – e paga pelo remédio que não utilizará.
As prescrições médicas deveriam coincidir perfeitamente com a quantidade dos remédios.
A bilionária indústria farmacêutica agradece. Vendem mais remédios do que o consumidor/paciente necessita, e todos aceitam este enriquecimento sem causa em matéria medicamentosa.
Se não há correspondência entre a quantidade indicada pelo médico e a quantidade de remédio à venda, algo está profundamente errado nesta relação de consumo.
O consumidor, portanto, é induzido a erro, pois terá que adquirir o remédio, muito embora, na prática, paga mais do que realmente é necessário.
Às vezes ocorre que o arredondamento da quantidade deve ser feito por duas caixas de remédios. Desta forma, o consumidor/paciente precisa apenas uma caixa e algumas cápsulas a mais, mas tem que comprar a segunda caixa para completar o tratamento recomendado.
A caixa parcialmente utilizada não é aproveitada por outros enfermos ou pela indústria farmacêutica, nem devolvido o valor proporcional no retorno.
Neste diálogo entre a comunidade médica e a indústria farmacêutica, os consumidores não são ouvidos, e muito menos considerados.
A Anvisa deveria regular esta relação de consumo, fiscalizar e multar os fornecedores de produtos medicamentosos que se utilizam deste procedimento, que acaba por empurrar uma quantidade superior de medicamentos aos pacientes.
A quebra na quantidade de remédios não deve ser destinada exclusivamente aos consumidores, mas ser do encargo financeiro da indústria farmacêutica.
Por exemplo: com a devolução do excedente; com a embalagem contendo poucas unidades; com o desconto proporcional em favor dos consumidores na devolução, até pela política ambiental do recolhimento dos resíduos médicos.