Retorno da angústia

Isso de ler, pensar e escrever sobre o Brasil dá pesadelos, tira o sono, amarga a vida. Anteontem sonhei com Rafael Greca e hoje com a chegada de Jair Bolsonaro. Com Greca foi leve, até lúdico. O prefeito festejava qualquer coisa só dele, pubescente tardio vestido de cardeal, em cetim vermelho, o barrigão seguro com a faixa igual à do papa. Sonhar com Bolsonaro evoca o sofrimento que nos causou acordados, o sobressalto contínuo de seus quatro anos de governo. Fosse apenas o sonho, passava. Mas era desses sonhos que nos fazem meditar acordados. Sonhar com Bolsonaro relembra o passado recente de angustiados. Bolsonaro é o retorno da angústia.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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