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Ronilson Marcílio Alves foi empossado vereador de Caratinga, MG, na última terça-feira. Até aí morreu Neves, como se diz por lá. O peculiar está nas circunstâncias: Ronilson tomou posse algemado, envergando o macacão vermelho da prisāo e sob escolta policial. Empossado, assegurados o mandato e o subsídio de R$ 9 mil mensais, voltou ao xilindró.
Para sorte do bom povo de Caratinga, o delito que provocou a prisão não atingiu o erário; Ronilson à época não era vereador. Foi coisa menor, até prosaica: ele e parceiros extorquiram R$ 200 mil do padre filmado em cabriolas sexuais. Em termos de Igreja atual tanto a extorsão quanto as cabriolas seriam pecados veniais, sanáveis com dois Pais Nossos e três Aves Marias.
Surpreende? Não. A cada dia mais políticos são presos. O prefeito eleito de Osasco, importante cidade paulista, deixou a cadeia sob habeas corpus para assumir o cargo.
Espero que nesta vida ainda vejamos a isonomia, a igualdade perante a cadeia. Sem foro privilegiado para ocupantes de cargos públicos e prisão especial para diplomados em universidade – são tantos em uma e outra situaçōes que logo chegaremos à superpopulação carcerária especial e – por que não? – às facçōes no complexo penitenciário da República de Curitiba. Rogério Distéfano