Risonomia

© Myskiciewicz

Ronilson Marcílio Alves foi empossado vereador de Caratinga, MG, na última terça-feira. Até aí morreu Neves, como se diz por lá. O peculiar está nas circunstâncias: Ronilson tomou posse algemado, envergando o macacão vermelho da prisāo e sob escolta policial. Empossado, assegurados o mandato e o subsídio de R$ 9 mil mensais, voltou ao xilindró.

Para sorte do bom povo de Caratinga, o delito que provocou a prisão não atingiu o erário; Ronilson à época não era vereador. Foi coisa menor, até prosaica: ele e parceiros extorquiram R$ 200 mil do padre filmado em cabriolas sexuais. Em termos de Igreja atual tanto a extorsão quanto as cabriolas seriam pecados veniais, sanáveis com dois Pais Nossos e três Aves Marias.

Surpreende? Não. A cada dia mais políticos são presos. O prefeito eleito de Osasco, importante cidade paulista, deixou a cadeia sob habeas corpus para assumir o cargo.

Espero que nesta vida ainda vejamos a isonomia, a igualdade perante a cadeia. Sem foro privilegiado para ocupantes de cargos públicos e prisão especial para diplomados em universidade – são tantos em uma e outra situaçōes que logo chegaremos à superpopulação carcerária especial e – por que não? – às facçōes no complexo penitenciário da República de Curitiba. Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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