Segunda Natureza de Milla Jung 

Novo vídeo da artista será lançado hoje no Youtube

A tecnosfera como paradigma contemporâneo é o tema central do vídeo Segunda Natureza realizado pela fotógrafa e artista visual Milla Jung, que será lançado hoje, às 20h com transmissão ao vivo pelo Youtube (Canal Milla Jung):  https://bit.ly/3iWqYJ6 

No vídeo duas crianças performam a infância num duelo entre diferentes aproximações com a natureza. De um lado seu aspecto imaginário, dinâmico e integrado; de outro, uma segunda natureza como mutação, acelerada e estarrecedora. Nesse embate, entre intervenções visuais e sonoras, uma zona trançada de impasses se estabelece. 

“Comecei a mergulhar nessa pesquisa quando me dei conta que, convivendo com muitas crianças, existia um antes e um depois no olhar delas a partir do momento em que mergulhavam no universo virtual”, conta a videoartista Milla Jung.  

“Quando comecei a ler sobre os processos de subjetivação, encontrei o termo “Segunda Natureza” em Laymert Garcia dos Santos, que diz respeito a uma relação não produtiva com a tecnosfera, ao contrário, ali onde os sujeitos consomem não por necessidade, mas por ansiedade. E comecei a entender que isso conecta tudo, essa aceleração desenfreada do sistema neoliberal, instrumentalizado pelas coorporações que manejam essa tecnosfera. Então, não estou falando de uma versão purista da tecnologia, porque não estou falando da tecnologia pensada a partir de seu potencial instrumental, democrático e construtivo, mas dessa outra tecnologia que nos empurra a certo nada”, complementa. 

“Venho de um processo de trabalho com práticas artísticas na esfera social, não podendo ir para as ruas, por conta da pandemia, ficou mais visível essa imobilidade diante da tecnosfera. Ficou muito claro para mim que esse era o trabalho que eu deveria fazer. Acho que como sociedade ainda nem nos demos conta que isso é um problema, por enquanto há uma naturalização dessa mutação da qual falo neste trabalho”, reflete.  

Segunda Natureza tem o apoio da Lei Aldir Blanc, via edital de fomento da Fundação Cultural de Curitiba, e conta no corpo técnico com a montadora Marta Cavalcanti Souza, com o desenhista de som e músico Felipe Ayres, com som direto e efeitos especiais sonoros de Bruno Almeida Ito, com a direção de fotografia compartilhada entre Filipe Parolin e Milla Jung, e com o projeto de neon da Neon Lunar. “Uma pena que, para não colocar ninguém em risco, tivemos que trabalhar muito separados, pois esses trabalhos de equipe sempre ganham com processos mais colaborativos”, lastima. 

Por hora, o vídeo só poderá ser visto pela tela de um computador e/ou celular, mas a expectativa da artista é exibi-lo, assim que possível, no espaço expositivo de um Museu ou numa instalação pública, numa tela gigante, como videoinstalação. “Assim o espectador poderia entrar com seu corpo dentro do trabalho, ver-se de dentro da situação”, vislumbra Milla.  

Quem não puder acompanhar a transmissão no dia do lançamento poderá ver depois, é só se inscrever no canal. 

Milla Jung 

Fotógrafa, artista visual e pesquisadora em artes visuais, expôs seu trabalho na América Latina e na Europa. Tem doutorado em Artes pela ECA/USP e atualmente investiga práticas artísticas e políticas da imagem. Foi coordenadora do Núcleo de Estudos da Fotografia, espaço de formação e reflexão sobre imagem e áreas afins. É docente em cursos formais e informais nas áreas de fotografia, artes, vídeo e cinema, parceira na Editora Miradas Editorial e colaboradora na Plataforma Núcleo Academy (www.nucleoacademy.com). Participa de grupos de trabalho na Plataforma Zait e na Galeria Nowhere, em Lisboa. Saiba mais: http://www.comunidade.art.br/wordpress/  e http://arteocupacao.com/ Siga:https://www.instagram.com/jungmilla/ 

Serviço:  Lançamento do vídeo Segunda Natureza e conversa com Milla Jung (videoartista), Marta Cavalcanti Souza (montagem), Felipe Ayres (desenho de som) e Filipe Parolin (fotografia). Data e horário: hoje, às 20h.  

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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