Sequestradores de Washington Olivetto fogem do presídio

Foto sem crédito

Dois dos seis condenados pelo crime cometido em 2001 se aproveitaram da saída temporária do Dia da Criança para não voltar para a cadeia. 

Dois dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto, que cumpriam pena na Penitenciária de Itaí, a 300 quilômetros de São Paulo, se aproveitaram do benefício da saída temporária do Dia da Criança e fugiram do presídio. O colombiano William Ganoa Becerra e o chileno Marco Antônio Rodolfo Rodrigues foram condenados a 30 anos de prisão pelo crime e haviam conseguido recentemente o direito ao regime semiaberto.

O sequestro de Washington Olivetto aconteceu na noite do dia 11 de novembro de 2001, em Higienópolis, na região central. O publicitário ficou preso por 53 dias em um cativeiro em uma casa no bairro do Brooklin, na Zona Sul da capital.  Durante este tempo, ele ficou trancado num cômodo de 2 m² e foi por duas vezes espancado com um cassetete. O publicitário foi encontrado pela polícia militar depois que vizinhos ouviram os gritos de Olivetto.

Foram presos e condenados seis envolvidos. Além dos dois, Maurício Hernandes Norambuena, que era o líder do grupo, Alfredo Canales Moreno, Karina Dana Germano Lopez e Marta Lígia Urrego Mejla.

Segundo o advogado de Becerra e Rodrigues, Ibere Bandeira de Melo, os dois haviam conquistado recentemente na Justiça o direito de cumprir a  pena em regime semiaberto, inclusive já saíram  outras vezes do presídio e voltaram. “Não tenho conhecimento desta fuga. Eles tinham histórico de bom comportamento no presídio e já se beneficiaram outras vezes da saída temporária. Se isso aconteceu não vou mais poder representá-los”, disse Melo.

O Ministério Público Estadual (MPE) informou que o promotor Rodrigo Alves de Araújo Fiusa, recorreu a 2 instância do  Tribunal de Justiça para que os presos voltassem ao regime fechado. O TJ julgou favorável ao pedido do MP, porém, antes que a medida fosse cumprida os sequestradores fugiram.

A Secretaria da Segurança Pública informou que a divisão antissequestro, que foi responsável na época pela captura, foi acionada novamente para tentar prender os sequestradores. O delegado da divisão de captura, Luiz Carlos Santos, informou que as fotos dos dois serão incluídas no site da polícia. A Polícia Federal e a Interpol serão acionadas sobre a fuga.

Publicitário está fora do país e não costuma comentar o caso

O publicitário Washington Olivetto, de 59 anos, não costuma comentar os fatos vividos por ele durante os 53 dias de cativeiro. Em setembro, ele esteve em viagem pelo Chile e foi abordado insistentemente pela imprensa local sobre o assunto, mas se negou a responder as perguntas.

De acordo com a assessoria de Olivetto, o publicitário está em uma viagem a trabalho em São Francisco, nos Estados Unidos, e, até a noite de ontem, não tinha conhecimento da fuga de dois dos seus sequestradores.

Em 2005, o escritor Fernando Moraes  lançou o livro  “Na Toca dos Leões” (pela editora Planeta), em que aborda os detalhes do sequestro do publicitário.  Na publicação, Moraes mostra que o grupo que sequestrou Olivetto estudou  por aproximadamente dez meses a rotina do publicitário e de sua família.  

O grupo era comandado pelo chileno Maurício Hernández Norambuena,  que praticou atentados terroristas pela Frente Patriótica Manuel Rodriguez (FPMR) no Chile. Caso alguma coisa acontecesse com Olivetto, o grupo planejava como alternativa o sequestro do também publicitário Nizan Guanaes.

Rodrigo Ferreira/Diário de São Paulo

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.
Compartilhe Facebook Twitter

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.