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O Brasil é um país estranho: detentor de uma das maiores escolas de Humor Gráfico do Planeta; contudo, não tem uma indústria editorial sólida para o setor. Deste modo, grandes nomes, como Loredano, Solda, Trimano, Rubem Grilo, Mino, Rodolfo Mesquita e tantos outros, tornam-se ilustres desconhecidos do grande público. Neste sentido, o quadro agravou -se ainda mais com a morte, por inanição, do velho “O Pasquim”, onde os talentos de todas as gerações da nação brasileira se encontravam, para o deleite dos aficionados do cartum. Em razão disto, ficou para os salões de humor a tarefa de manter acesa a chama.

Na concepção de Ziraldo Alves Pinto, foram o Salão de Humor do Piauí / Brasil e o Salão Internacional de Humor de Piracicaba que não deixaram o cartum morrer, tendo em vista que esses salões também revelaram Cau Gomes, Dálcio Machado, Fernandes, Rodrigo Rosa, Gilmar, Lin, Mascaro, Pryscila e Ruke.

Vale a pena enfatizar que o Salão de Humor de Paracicaba é o salão do Estado mais rico; e o Salão de humor do Piauí é o salão do Estado mais pobre. O primeiro, porque é montado nas dependências de uma antiga usina de açúcar desativada. O segundo, por ser organizado nas ruas, praças e avenidas de Teresina. Cada um, a seu modo, consegue o objetivo de ser a vitrine e o ponto de encontro de desenhistas do mundo inteiro.

Temos outros salões, como o Salão Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco; Salão de Humor de Volta Redonda; Salão Carioca de Humor; Salão Internacional de Humor de Caratinga; Salão de humor de Ribeirão Preto; Salão de Humor de Montes Claros. Todos são importantes na tarefa de fazer a festa e a difusão do Desenho de Humor.

Os salões nascem pequenos e modestos, somente depois vão crescendo e ganhando importância. Não foi isso, porém, o que aconteceu com o Salão de Humor de Foz do Iguaçu. Este já nasceu grande, rico, luxuoso e internacional, colocando-se entre os maiores. Bem planejado e organizado, foi um relevante fórum do Humor Gráfico Nacional, reuniu desenhistas de todos os cantos do Brasil, tais como: Albert Piauí – Piauí; Lailson – Pernambuco; Jô Oliveira – Brasília; Ziraldo, Luís Pimentel, Fausto Wolf, Poerner – Rio de Janeiro; Jal, Gualberto, Angeli, Zélio, Gepp, Maia, Sônia Luyter, Joseph Luyter – São Paulo; Rodrigo Rosa, Santiago – Rio Grande do Sul; e alguns nomes de países vizinhos (Nine e Ana Von Reuber – Argentina; Tunda – Uruguay; e Tomy – Cuba).

O Paraná foi bem representado pelo garotos do Clube da Caricatura e desenhos de Solda, Paixão, Tiago Recchia, Cesar Marchesini e Pryscila Vieira.

Por fim, o grande diferencial do Salão Internacional de Humor de Foz do Iguaçu foi a presença de Pryscila Vieira e Ana Von Reuber. Nunca, até então, se havia conseguido reunir tantas mulheres cartunistas em um mesmo salão.

Albert Piauí (2007)

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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