Todo dia é dia

Meu amigo, o poeta Batista de Pilar

Meu amigo, o poeta Batista de Pilar,
entra no bar como quem sai de casa,
como quem está prestes a assobiar
a última canção.

— Pare com a cachaça,
Batista! eu digo, ao lhe passar o copo,
e apenas um olhar dele me arrasa
e se for pra beber todas logo eu topo.

E então bebemos toda a madrugada
e declamamos todos os poemas, sem
pestanejar.

— Batista, não devemos nada,
eu digo, não devemos nada a ninguém!
E ao ver a minha frase assim, errada,

Batista sai do bar só com uma ponta
de alegria,
e eu fico pra pagar a conta.

Ivan Justen.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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