Uai!

Edra. Foto de Misquici

Para quem ainda acha que tratar com políticos é coisa de amador, mais uma prova de oportunismo barato atinge um dos nossos colegas mais atuantes, o Edra. Todos sabem que o projeto que gerou a Casa Ziraldo de Culturafoi idealizado por ele, desde as primeiras edições do Salão Internacional de Humor de Caratinga. Hoje, assim que entrei na internet, fiquei sabendo que o secretário de cultura do município de Caratinga (pessoa que eu não sei quem é, e possivelmente nem os eleitores da cidade sabem de quem se trata) acaba de exonerar o Edra da direção da Casa Ziraldo de Cultura. Uma atitude de total desrespeito que muito se assemelha ao que aconteceu com a Zetti em Piracicaba. Que nossos coleguinhas mais atuantes fiquem de olho. Afinal, estamos em ano de eleições municipais, e quem não aceitar fazer os joguetes dessa classe descarada e covarde pode acabar como a Zetti ou como agora o nosso amigo Edra. Prestem atenção em quem vocês votam! (Jal)

Segue abaixo uma mensagem esclarecedora do Edra:

Fui exonerado, hoje sem nenhum comunicado prévio, da Casa Ziraldo Cultura. Espaço cultural que todos sabem, foi idealizado por mim e desde a sua criação, sob meu comando, foram realizados 14 lançamentos de livros, diversas palestras e 63 eventos dos mais diversificados segmentos. A visitação chega a média de 150 a 200 pessoas por dia atingindo todas classes sociais e faixas etárias.

Tudo isso sem a menor estrutura operacional. Sem telefone, sem computador e internet. Até o ano passado só foi possível realizar todas as exposições com empréstimo dos meus biombos particulares, sem ônus.

Por fim, estava em total abandono. Tenho ofícios datados de outubro do ano passado com pedidos de ebulidor de café, papel higiênico, canetas esferográficas, pó de café e sabão que não foram atendidos. Um espaço com dois pavimentos que dispunha de apenas duas pessoas trabalhando (eu e uma auxiliar). Fiz um projeto de revitalização e melhor aproveitamento de espaço a custo baixo, mas nem na pintura, após quase três anos de intensa utilização, eu fui atendido.

Poderia enumerar diversas outras questões de total desprezo ao nosso trabalho e eu disponho deste dossiê. Saio tranquilo, com sensação de dever cumprido. Houve uma mudança significativa no olhar da nossa cultura. Fiz minha parcela, apesar de toda resistência e má vontade em que encontrei durante o período em que estive a frente da Casa Ziraldo.

O lamentável da história, é que fui chamado ontem, pelo atual Secretário de Cultura, (achei estranho, nunca ninguém me comunicou pra nada, nem para atender minha reivindicações, nem para as festas de fim de ano daquela secretaria) para repassar os eventos que estavam agendados até o final do ano.

E fui surpreendido hoje, com a porta da Casa Ziraldo Cultura fechada com uma nova fechadura e uma exposição, por mim organizada, em pleno funcionamento trancada ao público. Já estava tudo armado. Só mais tarde li no jornal sobre minha exoneração. Já passei por situações piores, não me abalo com isso.

Ao longo da minha vida sempre dediquei a este ideal coletivo e tenho plena capacidade de realizar meus projetos pessoais, independente de qualquer coisa, pois o poder que Deus me deu, esta enraizado em mim e só Ele tira. Tenho dito!

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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