Queiroga, direitista pró-ciência, melhorará o chefe, ou este vai piorá-lo?

Jair Bolsonaro escolheu o seu quarto ministro da Saúde, agora Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Certamente não pesou na escolha o fato de o médico já ter defendido o uso de máscaras e do distanciamento social. Afinal, esses meios comprovadamente eficazes para reduzir a contaminação não têm o apoio de seu novo chefe, Jair Bolsonaro. Tudo indica que a proximidade do novo ministro com o senador Flávio Bolsonaro, o filho Zero Um, teve um peso maior.

Como Queiroga vai conseguir conciliar a sua reputação de médico com a aplicação prática — e de consequências homicidas — das teorias do presidente? É o que nós vamos ver.

Poderia haver um encontro virtuoso aí, de sorte que Bolsonaro melhoraria um pouquinho. Mas já sabemos que as coisas não funcionam desse modo. O presidente tem o estranho poder de piorar aqueles que dele se aproximam. Em vez de aprender alguma coisa com os mais sabidos — e Bolsonaro não sabe quase nada sobre tudo —, os mais sabidos é que rebaixam seu conhecimento às idiossincrasias do chefe.

É o que acontece, por exemplo, com Paulo Guedes. Digam-me: depois desses quase três anos de convivência — incluindo a campanha eleitoral —, o que aconteceu: Bolsonaro aprendeu um pouco de economia, ou a economia que Guedes tinha na cabeça está mais desorganizada do que antes desse convívio deletério?

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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