Um motivo para Alcolumbre

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem um motivo forte para jogar a favor do presidente Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, na disputa pela vaga no Supremo Tribunal Federal.

O escolhido para a cadeira de Rosa Weber herdará a relatoria de uma notícia-crime, apresentada em 2021, que pede a investigação de Alcolumbre e funcionários de seu gabinete por suspeita de prática de rachadinha. O processo, no site do STF, aparece como sigiloso.

A denúncia partiu de uma reportagem da revista Veja. Segundo a história, seis funcionárias foram contratadas, entre 2016 e 2021, com salários de até 14 mil reais, sob a condição de que ficassem com apenas uma parte do valor e devolvessem o resto. É um esquema básico, comum e pedestre de corrupção.

Bastidor noticiou que, diante do favoritismo de Flávio Dino para a vaga no Supremo, padrinhos de Bruno Dantas, tentam as últimas cartadas em seu favor.

Além de Gilmar Mendes, Rodrigo Pacheco, Renan Calheiros, Arthur Lira e José Sarney, Dantas conta com o apoio de Alcolumbre. Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, ele tem potencial de atrapalhar o andamento de projetos de interesse do governo Lula, além de atrasar a análise de indicados a tribunais superiores.

Alcolumbre não tem em Dino, nem em Jorge Messias, outro cotado para a vaga, a proximidade e confiança – e a segurança – que encontra em Dantas.

Alcolumbre também tem preferência para a Procuradoria-Geral da República. Sem Augusto Aras no páreo, já escolheu Paulo Gonet. Lula, como mostrou o Bastidor, não tem pressa de escolher.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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