A “vaca profana” da barbárie da civilização/Da sociedade hipócrita, pântano da condição humana/Planeta terra, vaca profana no aterro sanitário do espaço/Onde estão depositados todos os vermes/Vaca profana em palavras, atos, consumos e pertencimentos/Estátuas, cofres, palácios, igrejas, de um lado/miséria, fome, guetos, becos, cortiços, palafitas e miseráveis de outro lado/E a sagrada vaca profana do “lucro-fóssil” e do consumo-ração/Com o “medo-rabo” sociedade anônima/Que veio das cavernas e para as cavernas do futuro de infovias efêmeras/E singrará/Assim na terra como no céu de todas as vacas profanas/entre sóis, luas e agonias em verso e prosa. SCL, in, Feridos Venceremos, Berrar &ea cute; Humano.
Os textos diferenciados de Silas Corrêa Leite, professor premiado, blogueiro premiado, e escritor premiado em verso e prosa, agora de novo e sequencialmente apronta seu mais emergente rebento, um livro de dezenas de seus melhores microcontos assustadores, nanonarrativas insurgentes, pondo os cornos pra fora da manada, afinal, viver não é só abanar o rabo.
Vaca Profana, eis a obra. A Vaca Profana sai do brejo, diz Luiz Eduardo de Carvalho no prefácio (Escritor, contista, literato e produtor de conteúdo) elogiando o autor Silas Corrêa Leite, que já escreveu mais de trinta livros, oito romances, e ganhador de prêmios de renome, constando em antologias literárias até no exterior, e elogiado também por membros da ABL-Academia Brasileira de Letras.
Contos de assustar. Contos de iluminar. Contos bisonhos ou bizarros. Contos do arco-da-velha, contos maviosos, entre prosa poética e finais fora de série. Contos em que a morte dita o vinho-verbo e o ferver de uma civilização podre, entre amarguras customizadas e as impurezas dramáticas como derramas de malfeitos impunes, no caos social…
Vaca Profana evocando e reverberando Caetano Veloso (o autor se diz Caetanista), jogando luz em cenas rápidas, mini stories, deitando falatório em narrativas que sabem que as máscaras têm ofídios, nesses tempos tenebrosos do câncer neoliberal em sua necropolitica da nova desordem econômica mundial, com o escritor já anteriormente tachado de Neomaldito da Web por Antonio Abujamra que o entrevistou no programa Provocações da TV Cultura de SP, quando o autor de Vaca Profana disse que corta os pulsos com Poesia.
Prosa ágil e destemida feito ácid rock, as vezes rabugenta, feridas da dita sifilização, assim é o livro como um tijolo nos cérebros enfastiados pelas infovias efêmeras, casinhos como se alucilâminas em esquizofrêmitos e esquizocênicos.
Afinal, se amar não tá pra gueixa, viver não é só seguir a banda dos contentes, mas tirar leite de pedras que rolam, e seguir o berrante é para quem aceita o cocho das aparências, e se sentem cômodos no cabresto das etiquetas com ranço de naftalina e formol.
Leia e se assunte, e se assuste. A ração é farta no reino das estupidezas, e Vaca Profana bota o dedo e o lume neutro nas feridas e nas cicatrizes no livro expostas. Ou então todo mundo vai se ajoelhar no milho, ou ir para a Índia onde a vaca é sagrada.
O mundo é um enorme estábulo de vidinhas medíocres. Puxar carroça pode ser só uma zona de conforto para quem não pôs os chifres pra fora e acima da manada, se insurgindo contra tudo e contra todos, pois, afinal, berrar é humano. Leia e deixe sangrar. Afinal, já cantava a sagrada Gal Costa, não temos tempo de temer a morte. Respeite as lágrimas e as risadas do autor nessa sua composição quase cubista de Vaca Profana. Afinal, de perto ou em microcontos ninguém é normal. Essas nanonarrativas do autor vencem por nocaute. Caia em si. E saia-se de si. O pelego é mais embaixo. Eêê vida de gado. Livro marcado. Gênero infeliz. A engrenagem do sistema produz monstros. E carneiros tosquiados. De algum lado do avesso do haver-se você está, e muge impropérios da mídia abutre. Leia esse VACA PROFANA antes que proíbam, ou você esgote horizontes de mesmices no tatame do achismo. Aqui, respigando, a faca é cega, mas ainda acorda. Ruminar é preciso.
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