Vale a pena ver de novo – postado em 6/4/2011

A ACB – Associação dos Cartunistas do Brasil, em discussão nacional sobre o caso ocorrido em relação à demissão do cartunista Solda do jornal Paraná Online, vem por meio desta manifestar que os profissionais jornalistas/cartunistas  estão indignados quanto à forma que a empresa jornalística tratou esse acontecimento.

Acreditamos que a melhor forma de contribuir com a discussão de temas polêmicos é justamente  não radicalizar.  Ao demitir o cartunista sumariamente admitiu sua própria culpa diante dos leitores ao invés de uma reportagem mais didática sobre o que é a linguagem da charge dentro de um jornal. Não só a democracia ganharia mas o leitor se sentiria valorizado e o jornalismo engrandecido.

Ficou evidente para todos que a idéia do Solda, na charge em questão, era de mostrar que os “macaquitos” como são tratados os brasileiros pelo dito “primeiro mundo” estão dando  uma “banana” para os americanos.  Uma crítica ao oportuno interesse dos americanos por nosso pré-sal  enquanto tem leis protecionistas contra nossos produtos. Parece que a direção do jornal também havia aprovado a idéia já que publicou a charge. Um editor tem que assumir sua responsabilidade pelo veículo que comanda. Mas a solução encontrada foi desastrosa para o próprio veículo. Perde credibilidade.

O reconhecimento profissional e artístico do cartunista Solda ultrapassa as fronteiras de nosso país, o que deveria ser uma informação importante para, ao menos, se analisar melhor a reação ao fato.  Esse caso ainda será debatido e analisado em eventos internacionais de comunicação da qual nossa associação participa junto à Federação Internacional de Cartunistas.

O cartunista é um profissional/chave dentro de um veículo de comunicação por ter uma linguagem de fácil assimilação e agrado popular . Mas é também a própria imagem do jornal. Desvalorizá-lo diante dos leitores é desvalorizar o próprio veículo.

A Folha de São Paulo, veículo importante de nossa imprensa, agiu corretamente em caso parecido, com seu chargista Montanaro, com a charge sobre o Tsunami no Japão.  A resposta à matéria em discussão foi altamente positiva diante dos leitores e profissionais do jornalismo. Não é por acaso que o jornal tem grandes nomes do humor gráfico em seu plantel como Angelí, Fernando Gonsales, Adão iturusgarai, Caco Galhardo, Laerte entre tantos na história do cartum nacional.

Esperamos que haja ainda uma reavaliação por parte do Paraná Online evitando uma imagem negativa ao veículo diante dos profissionais da comunicação, jornalistas e cartunistas em geral. Mas principalmente aos seus leitores.

Atenciosamente
Associaçãodos Cartunistas do Brasil – ACB
JoséAlberto Lovetro
PresidenteACB
Fundador da Associação Mercosul de Humor Gráfico
Fundador do acordo Brasil/Portugal de Quadrinhos
Criadordo troféu HQMIX
www.hqmix.com.br
Telefone: 11 3851 5221
0118107 6197

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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