A gente não faz anos; os anos é que fazem a gente. Fazem a gente ser o que já foi, o que somos agora, ser o que um dia seremos  e deixar de ser o que um dia já fomos, até não sermos mais coisa nenhuma. Fazem delícias e misérias com o corpo que temos, nos fazem iludidos com o que não temos, fazem o passado ser primeiro inesquecível e depois esquecido. Com os anos estamos feitos, sem eles nada feito, com os anos a experiência vem, sem eles se vai a esperança, com eles estamos  com tudo, sem eles sobra contudo, com  eles contemporâneos e conterrâneos, sem eles apenas o subterrâneo, com eles a existência, sem eles a  desistência. Os anos são a melhor prova que a vida nos aprovou.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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